Convite

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É engraçada a velocidade com que consigo adormecer quando ele está por perto, o sentimento de segurança aumenta a níveis incríveis. Mesmo que o tempo em que tive a dormir tenha sido cheio de pesadelos com seringas, corridas sem fôlego pela praia e corpos mortos sendo arrastados pelas ondas dou-lhe valor por me conseguir deixar adormecer.

Nas primeiras vezes que acordo, consigo adormecer de novo acompanhando a sua respiração à minha. Se me concentrar apenas nele o sono volta.

Por essa razão é que percebo que ele não está no quarto na terceira vez que acordo.

Nos primeiros segundos penso que são os meus ouvidos que taparam, depois é que me arrasto pelo colchão para confirmar.

Ele saiu, não está aqui.

A porta do banheiro está aberta e a luz apagada, mas mesmo assim eu me levanto para confirmar. Acendo todas as luzes para chegar à mesma conclusão, ele não está aqui.

Ideias malucas começam a se formar na minha cabeça.

Ele fugiu de mim, não quer meter-se nas minhas loucuras e saiu para nunca mais me ver.

Os homens do meu pai voltaram, sabem que ele me ajudou e pegaram nele.

"E deixaram-te aqui? Não, não me parece plausível."

Não podem ter entrado no quarto enquanto dormia certo? Eu acordaria, o meu sono não é assim tão pesado.

"Mas não o ouviste sair."

Bom ponto.

As discussões interiores continuam durante tanto tempo que quando volto à realidade me encontro encostada à parede, a certo ponto devo ter me colado à parede e deslizado até ao chão.

O vento frio que vem da janela deixa-me completamente gelada, mas não é suficiente para me fazer sair do sítio onde estou. O som que o vento faz também não é agradável, o poder ouvir os carros lá fora e o movimento de pessoas passando deixa-me mais que aterrorizada. Se ele estivesse aqui era diferente, ele me ajudaria, com o que me posso defender se aparecer alguém agora? Um candeeiro? Preferia saltar pela janela e arriscar partir alguma coisa que ser apanhada.

Onde é que ele está?

Percebo rapidamente que não posso estar aqui com tudo aberto, fecho as janelas em tempo recorde e confirmo que a porta está trancada. E depois noto que ele levou a chave.

Vai voltar?

Ou quer me prender aqui?

Saltar pela janela parece cada vez mais apetecível. E pelos vistos, seria a minha única escolha.

O que aconteceu há algumas horas causou grandes alterações na minha mente, não estava assim antes de me tentarem pegar, não estava neste estado de ansiedade e loucura. Tenho o coração a mil, e a cabeça ainda pior.

BruisanOnde histórias criam vida. Descubra agora