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Sabe aqueles dias raros no qual você acorda de bom humor e pensa que nada pode abalar seu astral? Hoje era meu dia. Havia acordado antes do despertador e feito tudo com calma, o caminho até o trabalho havia ainda tranquilo, estava tudo perfeito.
- Deinert, o senhor Urrea está a sua espera na sala de reunião.
-Obrigada Kyle.
Peguei meu bloco de anotação e segui para grande sala no final do corredor. A reunião havia sido marcada de última hora, o que me deixou preocupada já que nossa nova coleção de roupa foi feita por mim. Sabia que meu humor podia acabar graças aquela reunião, só não pensei que aconteceria no momento que eu pisasse na sala.
O motivo do meu estresse? Noah Urrea. Não havia tido o desprazer de vê-lo depois da sua volta, porém o rapaz estava nos assuntos de todos naquele prédio. O fato dele respirar o mesmo ar que eu já me irritava, principalmente dentro de uma sala fechada.
-Desculpa pela demora senhor Urrea, houve algum problema com a nova coleção?
- A coleção está magnífica senhorita Deinert, está aqui pois preciso de um favor.
Percorri os olhos pela sala, me dando conta de que estávamos apenas nos três. Algo de bom não sairia disso. Nada que viesse dele seria bom.
- Hoje um dos patrocinadores mais importantes para Urrea's estará aqui para uma reunião, gostaria que a senhorita fosse junto ao meu filho.
- Desculpa senhor Urrea, mas seu filho me parece ter experiência o suficiente para ir sozinho.
Noah revirou os olhos, e Marco sorriu. Não estava disposta a dividir uma mesa com o rapaz, muito menos ajudá-lo em uma reunião. O cretino de sorriso bonito era bom no que fazia, daria conta do recado sozinho.
- Eu sei disso senhorita Deinert, porém graças à algumas atitudes de meu filho, o senhor Belmond desapavora qualquer coisa que venha de Noah.
"Errado o senhor Belmond não está" respondi mentalmente. Aqui estava um dos problemas de Noah Urrea depois que alcançou a maioridade: Era um galinha de primeira. Não que sua vida pessoal interferisse em seu trabalho, ele - como eu já disse antes - é bom em tudo o que faz, porém muitos investidores não querem a imagem de suas empresas vinculadas ao Noah e todos os problemas que o rapaz traz, por mais que encha os bolsos de todos.
- Quando será a reunião? - respondi, tinha algo em comum com o patrocinador e até mesmo já gostava dele sem ao menos conhecê-lo.
- Será durante o almoço, espero que não se importe.
-Sem problemas senhor, estarei lá.
Me retirei da sala o mais rápido que pude, a ideia de almoçar na mesma mesa que Noah me causava repulsão, porém não havia muito o que ser feito, era isso ou então perderíamos um bom contrato. As horas se seguiram rapidamente, me assustava o modo como o mundo pareceu conspirar contra mim, aquele era para ser um dia bom. Meio dia em ponto organizei as coisas na mesa, a porta foi aberta sem ser batida antes, não precisei me virar para saber de quem se tratava.
- Podemos ir senhorita Deinert? - disse com a voz rouca.
Seu perfume tomou conta da sala em poucos segundos, e não posso negar era maravilhosa o cheiro, uma pena que o portador do cheiro bom era um traste.
Não respondi sua pergunta, apenas peguei minha bolsa e segui para o elevador. Ficar em um ambiente fechado com o Noah e seu perfume maravilhosa era uma tortura digna, a única coisa boa daquele homem era o cheiro.

Virei-me para o rapaz ao sairmos no subsolo. Oh não, eu não iria dividir o carro com aquele cara, o elevador já havia sido o suficiente para minha sanidade. Então era assim que ele ganhava as mulheres agora? Revirei os olhos ao vê-lo desativar o alarme de seu carro, a range rover velar preta brilhava graças as luzes artificiais do subsolo. Me perguntei por minuto o quanto Noah não gastava para deixá-lo limpo daquele modo.

- Não temos o dia todo Deinert.

-Não vou entrar aí. - Apontei para o carro, fazendo-o sorrir.

- Vamos lá coração, estamos indo apenas almoçar com sócios.

- Prefiro dividir um Uber.

- Faça o que quiser Deinert, eu irei no meu carro.

Observei-o entrar no veículo, mas se manteve ali, sem dar partida. Pensei na minha possibilidade de pedir um Uber, porém desisti ao me dar contar que não sabia o restaurante que iríamos. Bugei, caminhei lentamente até o carro. Meu ego estava ferido naquele momento,  e ficou mais ao ver o sorriso de Noah.
Felizmente o caminho foi em um completo silêncio, quando Noah estacionou pude ver que o restaurante era um dos mais renomeados do país. "Que o almoço não seja descontado da minha conta" pedi mentalmente assim que vi o cardápio, os preços tinham mais zero que meu salário. Deviei minha atenção do cardápio quando um senho sentou em nossa frente, pelo olhar lançado a Noah soube que era o senhor Belmond.
- Senhor Belmond, quanto tempo - Noah disse sorrindo cinicamente.
-Esperava nunca mais ver seu rosto, porém aparentemente os deuses então contra mim - bufou- Quem é a moça bonita?
- Sou Sina Deinert, estilista da Urrea's.
O senhor sorriu para mim. O silêncio tomou conta da mesa, e naquele instante eu não soube o que fazer. Noah chamou o garçom, pediu seu prato e um vinho, Belmond fez o mesmo, e eu aproveitei para copiá-los.
- O que podemos fazer para manter seu patrocínio, senhor Belmond?- Noah perguntou após as taças de vinho serem enchidas.
- Não o ter comando seria uma boa coisa, porém estou ciente de que isso não seria possível - bebeu um gole de seu vinho - então peço apenas para ver a próxima coleção de Urrea's, não quero meu nome relacionado a peças desagradáveis para os olhos.
Tentei não levar a fala dele como uma ofensa, puxei a bolsa e tirei alguns dos meus esboços. Me senti nervosa, tudo dependia de mim agora. Diversas dúvidas passaram por minha cabeça, ele gostaria?
Estava bom o suficiente? As peças eram dignas de uma empresa tão bem reconhecida como a Urrea's?
- Aqui está senhor Belmond, são apenas um terço do projeto.
Ele analisou todos os desenhos com muita calma e me devolveu assim que os pratos chegaram, o silêncio dele estava acabando comigo. Olhei para meu prato e senti vontade de chorar, não estava acreditando que um prato tão pequeno pudesse ser tão caro, eu provavelmente ficaria com fome ainda e não teria mais um centavo para comprar algo. Seguimos o almoço em silêncio, Noah estava calado o que foi algo maravilhosa, porém o silêncio do Belmond era terrível.
- Pensarei com mais calma e informarei à Março minha decisão, foi um prazer conhecê-la senhorita Deinert.
Observei ele sair do restaurante, e algo dentro de mim morreu. Ele não havia gostado, meus desenhos estavam horríveis, não havia explicação para isso. Puxei os esboços novamente, meus olhos marejavam. Me senti ainda mais envergonhada, eu iria mesmo chorar em um restaurante tão chique?
- Pensei que fosse mais durona Deinert
- disse rindo, eu havia me esquecido completamente da existência de Noah ao meu lado- Se está preocupada com o Belmond, ele gostou.
- Como sabe disse? Por acaso virou algum tipo de vidente Urrea?
Ele apenas riu, se levantando da mesa que estávamos. Aproveitei o momento para limpar o rímel que poderia ter borrado em meus olhos.
- Vou pagar o almoço, te espero no carro.

[...]

O dia que começava bem terminou péssimo, passei o resto do dia me perguntando o que Belmond havia achado da nossa nova coleção, e se ele tivesse odiado? Marco provavelmente me demitiria na hora caso o contrato fosse quebrado, droga, além de um decepção com meu próprio trabalho eu ganharia uma carta de demissão.
Arrumei a mesa de minha sala, guardei alguns esbouço novo dentro da bolsa e tranquei a porta ao sair. O escritório já estava quase vazio, poucos funcionários ficavam ali depois das 17h, a maioria - estou inclusa também - contava os segundos para o final do expediente. Por mais que fosse um lugar agradável de se trabalhar - ao menos para mim -, nada era melhor que a própria casa.
- Até amanhã Kyle - Me despedi do secretário, ele provavelmente não tinha uma vida fora de Urrea's, parecia até mesmo morar ali.
- Até senhorita Deinert.
Mantive meu sorriso até o elevador, que foi desfeito assim que vi Noah dentro dele. O que ele ainda fazia ali?
Geralmente suas visitas não passavam de duas a três horas, e pelo modo como parecia "cansado" estava ali o dia todo ou então estava com alguma funcionária na escada de incêndio.
- Já se recuperou do almoço Deinert?
Ignorei sua "piada" sobre meu despontamento com minha criação, quatro andares dentro de um elevador nunca me parecem tão demorado quanto naquele momento. O bendito perfume dele penetrava em minha, me encostei na parei do elevados e me aproveitei de seu momento de distração com o celular para observa-lo. Sua pele levemente bronzeada e fazia parecer sair de uma capa de revista, a camisa social um pouco amaçada e seus cabelos castanhos um pouco bagunçados dava um ar de "badboy" para ele, e para completar o pedaço de mau caminho que era Noah Urrea seus olhos únicos tão escuros como uma noite sem lua. Noah era atraente não tinha como negar, porém, em compensação de caráter ele era um babaca. Sai dos meus pensamentos assim que o elevador abriu as portas no térreo, desci rapidamente atrás de um táxi.

[...]

- Almoçou com o modelo delícia e não se aproveitou disso? - Indagou Joalin, minha melhor amiga e companheira de apartamento.
- Ele é um babaca Joalin, e estávamos em um almoço de negócio.
- Qual é Si, o modo como descreve as atitudes dele é o mesmo que seus ex's namorados, apesar de que... ele é um ex seu.
- Não precisamos relembrar minhas decisões horrendas, agora me conta, como foi hoje?
Sabina tirou o copo de minha mão e seguiu para pia lavá-lo.
- Podemos dizer que foi péssimo, Hina não sai do meu pé, diz que tenho que permanecer em repouso absoluto - revirou os olhos - Si é um tédio ficar em repouso.
- Hina é médica Joalin, ele sabe o que é melhor para você.
- Colocar estava em meu peito seria menos doloroso.
Sorri saindo da cozinha e me jogando no sofá. Joalin e eu haviamo-nos conhecido no ensino médio e desde então não nos separamos mais. Passamos a morar juntas no início da faculdade, e mesmo depois de formadas continuamos juntas.

- Sei modelo delícia vai continuar na empresa? Por quê se for irei te visitar qualquer dia desses.
- Não faço ideia, mas adoraria ter vocês por lá.

- Encontrei Shivani hoje.

- A Paliwal? Não sabia que ela havia voltado para a cidade.

- Nem eu, mas encontrei com ela no consultório, ela vai ter um bebê.

Jojo reapareceu na sala com dois potinhos de sorvete,
me entregou um e se sentou ao meu lado. Observei por alguns minutos sua barriga que escapava para fora da blusa, sorri ao ver os chutinhos de Luiza já amava aquela menininha sem ao menos ter visto.

Oii pessoas, deixem a ⭐

De repente Mãe •|• Noart AdaptationOnde histórias criam vida. Descubra agora