De repente Mãe •|• Noart Adaptation

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Nunca pensei que fosse me apaixonar por Lucas. Não que seu pai fosse um homem ruim, longe disso, ele era tudo o que sempre quis. No fundo sempre senti algo por ele, mas qualquer chance de termos algo desapareceu com a separação de Noah e Sina.

O modelo permanecia para em minha frente, esperava que eu fizesse algo. Mas a questão era, o que eu iria fazer? Eu amava aquele homem, mas ainda assim não conseguia falar nada. Noah respirou fundo.

- Preciso apenas que fale Deinert, nem que seja para que vá embora. Apenas preciso da sua decisão final.

Prendi o ar.

- Noa...- Desviei meu olhar, não era capaz de encara-lo.

{Onze anos antes}

- Não devíamos estar aqui.

- Com medo de ser pega Coração.

Revirei os olhos. Estávamos novamente na cobertura do novo prédio comercial dos Urreas, e como sempre Noah estava desobedecendo seu pai. O prédio estava em obras, ninguém tinha permissão para estar ali.

- Estou com medo desse lugar desabar.

O modelo revirou os olhos.

- Não irá desabar.

- Quem garante?

- Podemos mudar de assunto?

- Não.

Ao contrário do que pensei, Noah sorriu malicioso. O rapaz girou rapidamente para cima de mim, me prendendo embaixo de si.

- Noah Urrea, sai de cima.

- Podemos mudar de assunto agora?

- Claro, vamos falar da sua dieta.

- Não faço dieta.

- Pois comece, está precisando.

Ele riu, deitando- se ao meu lado.

- Eu estava pensando...

- Você pensando? Uau, Noah Urrea sabe usar o cérebro.

O rapaz revirou os olhos.

- Ao inferno Deinert.

- O que estava pensando?

- Você poderia ir comigo.

Noah não precisou terminar sua fala para que eu entendesse ao que se referia. Suspirei, aquele era um assunto delicado, muito delicado.

- Noah nós já conversamos sobre isso.

- Eu sei, e você é uma cabeça dura por não aceitar nenhuma das minhas propostas.

- Noah Urrea, você se ofereceu para pagar a faculdade para mim.- Bufei.

- Coração...

- Já falei que não Urrea.

- E como nós iremos ficar?- Me calei, sabia bem o que eu terei que fazer e não me alegrava nada.

- Daremos um jeito Noah, nós sempre damos.

Selei nosso lábios, lhe passando um pouco de confiança, ficaremos bem no final.

{ Atualmente}

Noah Urrea foi embora, e junto com ele uma boa parte de sua tia também. Passei dias em sua casa, garantindo que se cuidasse. Seu pai fez o máximo que pode, mesmo de longe. Nunca vi ela tão abalada, e espero que você nunca a veja assim.

- Eu sou incapaz de decidir isso.

Noah fechou os olhos, respirando fundo. Ele sorriu tristemente.

- Acho que tenho minha resposta afinal.

- Noah...- Engoli em seco.

{Dez anos antes}

O dia cinzento combinava com meu humor. Hoje se completa um mês desde que ele se foi, não estava fácil aceitar que não veria mais Noah Urrea, ao menos não do modo como eu desejava.

- Eu achei!

- Achou o que?

Olhei confusa para Joalin, que mantinha um lindo sorriso no rosto enquanto olhava o celular. Estávamos jogadas na cama da garota, aquela deveria ser a noite D, mas não era a mesma coisa sem ele.

- Uma casa.

- Pensei que fosse continuar aqui.- A loira revirou os olhos.

- Podemos voltar para o mundo que não seja triste e repleto de corações partidos?

- Tivemos essa conversa antes Si, pensei que estivesse procurando também.- Olhei ainda sem entender para a garota.- Céus Sina Deinert, havíamos concordado em morar juntas, ou você já desistiu da ideia?
Me senti culpa, estava tão perdida em meu próprio mundinho que nem se quê havia me lembrado de Joalin, e da nossa busca por casas.

- Desculpa Jojo, acabei perdendo um pouco o foco.

- Tudo bem, vejo essa e me diga o que você acha.

Olhei para as fotos da casa, grande demais para nós duas, mas se era o que Joalin queria, por que não? Desviei minha atenção para meu celular, nenhuma mensagem dele.

- Ele deve estar ocupado.

- Não, não está.

O olhar de pena que Joalin me lançou, me fez querer gritar. Não estava mais aguentando receber aqueles olhares, eu o havia pedido para ir, não precisava ter pena de mim. Voltei minha atenção para o celular em minha mão. Minha respiração falhou ao ver uma notificação de 'Marco Urrea', não tinha muito contato com o pai de Noah, então por que estava me contatando?

- Quem morreu?-Joalin perguntou curiosa.

- Espero que ninguém.

- O que aconteceu?

Li a mensagem rapidamente, arregalando ainda mais meus olhos.

- O senhor Urrea quer uma reunião comigo.

{Atualmente}

O amor pode ser cruel as vezes minha pequena, mas ainda assim, não tenha medo de amar.

Respirei fundo.

- Não tire palavras da minha boca Noah.

- Não preciso, você nem se quê consegue pronunciá-las em alto e bom som.- Bufou.- Estou cansado Deinert, sei que errei diversas vezes com você e que sou uma bagunça, mas não estou pedido para tentar arrumá-la. Nunca pedi para entrar em minha vida, e mesmo assim você entrou. Não pedi para arrumar a bagunça e ainda assim você tentou. E eu entendo completamente se quiser ir, eu mesmo iria se fosse capaz. Mas preciso que você fale, fale com toda a certeza, que me quer fora da sua vida. Quero que me peça para ir embora, mas não por conta de terceiros, mas por ser o melhor para você.

- Mas eu não quero.

- Então por que ainda estamos aqui Sina? Se me quer, então me pegue por inteiro. Não sou um bichinho de pelúcia que você abraça as vezes, muito menos um cachorrinha para que você presa na coleira quando recebe visita que não se dá bem com cachorros. Sei que sua preocupação é Luiza e o futuro que ela possa ter, e eu entendo isso. Estou tentando consertar as coisas, eu estou tentando Deinert.

Encarei-o ainda incapaz de falar. Havia tanta coisa para ser dita, mas naquele momento me senti incapaz de pronunciar qualquer coisa, até mesmo seu nome.