Cap 10. O melhor pra você

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Após vários, e vários copos de bebida, eu havia perdido a conta, e nem sabia mais o que estava bebendo, até que uma das meninas da nossa sala se aproxima de mim com um copo também, e um fraco sorriso malicioso nos lábios.
— Olha só o que temos aqui... A bonequinha tá virando o caneco? Deixa eu adivinhar... Levou algum fora? – Ela pergunta rindo debochada e vira o copo na boca, e eu a ignoro e o sorriso dela se desmancha. – O que está bebendo? – Ela pergunta mudando o assunto
— Vodka, whisky, Cerveja, não sei... – Falo sentindo um pouco de cada gosto misturado e viro o último gole e ela ri impressionada
— Uou Que isso?! Não sabia que bebia tanto assim – Ela diz como se estivesse orgulhosa, do meu ato vergonhoso.
— Não enche o saco, tá?! – Falo rouca e sem paciência, meio grogue e viro a cara pro outro lado e vejo Maria indo buscar mais bebida. Fico focada nela, e no sorriso lindo que estava em seus lábios.
“Ela está se divertindo sem você... O que você ainda ta fazendo aqui, Raquel?”. A voz em minha cabeça ficava repetindo. Eu já putassa e bêbada, decido ir pra casa, me levanto com dificuldade e suspiro sentindo tudo girar. Fico alguns segundos tentando equilibrar, mas não adiantou, e só piorou quando senti meu estômago revirar
—Merda! – Falo comigo mesma e saio correndo pro banheiro empurrando todos que estavam na minha frente e inclusive quem estava na fila. Ao entrar, apenas fecho a porta apressada e vomito tudo que havia bebido e comido naquela noite. Eu não conseguia parar, até sentir mãos no meu cabelo e carícias em minhas costas, e quando paro de vomitar me viro pra ver quem era, mas não havia ninguém... Lágrimas começaram a surgir nos meus olhos, me apóio no sanitário e começo a chorar soluçando toda dor e sentimentos que estavam gritando em mim, e as perguntas que não paravam de fazer alarde me atormentavam, até o mais profundo fundo do meu coração. Apoiada naquele sanitário pude perceber, que não importa quantas vezes eu chore, aquele sentimento não ia sair de mim. Não importa onde ela está, sempre vou encontrá-la. Não importa com quem ela está, eu sempre vou amá-la. Não importa se ela está em meio ao caos, eu daria minha vida e coração por ela. Sempre pra ela e por ela. Várias lembranças se passavam na minha cabeça.
Todas as vezes que cuidei dela em festas, todas as vezes que fui arrastada por ela, pra esse lugares cheios de gente e com música alta, todas as vezes que segurei seus cabelos e acariciei suas costas, enquanto ela passava mal, por seus exagero nos rolê, quantas vezes deixei de fazer o que eu queria, pra fazer o que ELA queria, todas as vezes que a mimei e sedi aos seus caprichos. Éramos inseparáveis, e por ele, você está me deixando. Será que o pra sempre também terá um fim? Ela mentiu pra mim? Isso já não importa... Porque eu ainda quero ela...
Ouço batidas na porta e uma gritaria lá fora, e irritada me levanto, apoiando nas paredes tentando sair, sem cair. Aperto a descarga do vaso, e abro a porta, olho com ódio pra garota que havia batido na porta, gritando pra eu sair.
— Tá olhando o quê, peixe morto?! – Falo dando um leve empurrão nela e saio limpando o canto da boca. Quando chego no salão, procuro Maria com o olhar pela última vez, antes de ir, mas a vejo no mio da multidão paralisada e os copos que ela estava segurando, vão ao chão, meu olhar segue o dela e vejo Matheus beijando a garota que antes estava falando comigo. Meu sangue ferve e a minha vontade é de quebrar a cara daquele playboy, mas minha preocupação agora era Maria, vou até ela e ponho a mão em seu ombro e ela com os olhos cheios d'água, se vira assustada.
—Raquel... – Ela me chama como se pedisse socorro, com a voz chorosa, abro os braços como um convite e ela se joga em mim me abraçando com força
— Ta tudo bem princesa, ele não te merece... – Falo ainda rouca e meio tonta, mas me mantendo em pé pra segurá-la, sinto suas lágrimas molharem minha roupa e com o tumulto que estava ali, a tiro do salão e a levo pra perto das escadas e nos sentamos nós três últimos degraus e ela desesperada e bêbada se apoia em mim chorando rios.
— Eu sou tão idiota de ter confiado nele... Eu nunca mais quero me apaixonar... Raquel... Me promete, não deixa nunca mais eu me apaixonar por alguém...
— É necessário sentir a dor desse mundo, pra que possamos entendê-lo melhor... A gente só aprende com a experiência, meu amor... Não deixe isso abalar você – Digo calma, com o coração apertado de vê-la daquele jeito, limpo seu rosto e beijo sua testa e ela se deita de novo em meu ombro, procurando conforto.
—Me desculpa... Me desculpa ter dito palavras horríveis pra você Raquel... – Ela diz esfregando o rosto em meu ombro em busca do meu carinho, passo meu braço pro outro lado, a abraçando, trazendo ela pra mais perto, acariciando seu braço e dando alguns beijinhos no topo de sua cabeça, até ela se acalmar.
— Mas eai, vai ficar aqui mesmo? Com sua amiga careta? Sem beber e se divertir? Justo na maior festa do ano? – Tento animá-la e ela ri baixinho
— Não quero deixar você sozinha de novo – Ela diz olhando em meus olhos e eu sorrio toda boba
— Você não vai sozinha, vou com você! – Me levanto e ajudo ela a levantar também. – Vamos? –Ela sorri se animando e me segue até a mesa de bebidas. Vimos uma competição de quem bebia mais, começando e entramos na brincadeira, como dupla,  viramos 4 copinhos de pinga pura, um atrás do outro, em menos de 30 segundos, enquanto a outra dupla não aguentou virar nem o terceiro. Rimos alto, gritando, comemorando a vitória, com várias pessoas ao nosso redor, comemorando junto.
Estávamos nos divertindo juntas de novo, dançando até o chão, como se não houvesse amanhã, e no caso quando vimos, já era 1:30 da manhã, e a festa ainda não estava nem perto de acabar. Enquanto dançávamos, alguém interrompe a música é pega o microfone, anunciando que começaria o jogo de passar a carta de boca em boca, e que era pra fazer fila.
— Vamos!! – Maria pede ansiosa, espoleta e eu rio negando pegando uma garrafinha de Heineken e bebo
— Nem pensar! Não sei se esse povo vai fazer a carta cair de propósito, por causa de um beijo – Falo rindo e ela revira os olhos
—Essa é a intenção do jogo! Vamooss – Ela diz pulando, implorando que eu fosse com ela
— E se alguém ali, tiver herpes? – Dou uma hipótese e ela cruza os braços fazendo bico e eu rio baixo de sua carinha de neném
— Se você quiser, pode ir lá, vai se divertir, eu estarei aqui – Falo sorrindo docemente pra ela e ela me olha esperançosa
—SÉRIO??! –Ela nem espera eu responder, apenas agitada me dá um beijo na bochecha e sai correndo pra fila pra brincar, me deixando de lado de novo. Dessa vez eu não estava tão preocupada, eu estaria de olho nela e em quem tentasse a beijar. Escuto as regras do jogo, que o cara perto do DJ insistia em repetir:

Desculpa, mas não posso gostar de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora