Cap. 9 Quem avisa, amigo é

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Ao chegarmos na casa da Andressa, percebo o quanto ela escondia sua classe social, o casarão enorme chamava a atenção, com várias luzes fortes piscando e um som que se ouvia da outra esquina, no momento em que o carro para,  Maria desce comigo, toda animada e Matheus sai arrumando a blusa lgo em seguida.
—O que estamos esperando? Vamos logo – Falo seca e Maria nega com a cabeça e Matheus ri.
Vamos entrando no local e avistamos uma mesa com aperitivos em um canto, e do outro lado, a mesa com bebidas
— Você anda tão irritada Melhor, que tal uma bebida pra ficar mais calma? – Matheus fala me puxando pra mesa de bebidas junto a ele
— Eu não bebo – Falo séria e incomodada com o som alto, enquanto pensava “será que eles sabem o que é vizinhos?”
—Ah qual é, só hoje vai – Ele insisti e me entrega um pequeno copo de plástico, sem me dizer o que era aquilo — Você tem que se soltar, vai! – Bufo e olho pra Maria que comia alguns aperitivos distraída, ela cheira um dos salgadinhos, antes de comer certificando que estavam bons e eu rio nasal, me lembrando desse mesmo ritual que eu fazia quando criança.
— Tem razão – Falo determinada, sorrio de lado e olho pro líquido no copo e o viro todo de uma vez na boca, sinto o líquido descer queimando pela garganta me fazendo tossir e Matheus ri tomando a bebida dele logo em seguida esperando eu me recuperar
— Vai com calma, melhor – Ele diz acariciando minhas costas e eu assinto pegando mais um pouco na mesa e ele sorri de lado
— A Maria bebe? – Ele pergunta observando a garota com um sorriso malicioso
— Não... – Minto e ele mesmo assim enche um copo
— Que bom, vai aprender agora – Ele diz levando o copo pra ela, mas eu seguro ele pelo pulso e ele me olha confuso
— Não importa que ela seja de maior, não quero que a faça beber – Falo séria e ele ri
— Qual é melhor, você não é a mãe dela, e eu não vou forçar ela, a nada – Ele diz convencido
— Mas eu tenho certeza, que você vai provocar até ela querer! Fica longe dela, enquanto estiver bebendo – O advirto e o solto
— Olha só quem está falando, nem precisei insistir tanto pra você beber, e você já está virando o copo, então não venha me dar lição de moral, Raquel – Ele diz sério e se afasta indo até a Maria, me ignorando.
—Merda! – Resmungo, lembrando que eu sou a responsável pelo PT que ela sempre dá.
Maria bebe desde nova, mas não queria que Matheus soubesse disso, porque sabia que ele ia tentar fazer a ficar bêbada, e do jeito que ela é fraca com álcool, ficaria assim rapidamente; eu teria que agir rápido, se não quisesse virar babá dela.
Deixo meu copo de lado e vou até ela, e pego o copo que Matheus havia entregado pra ela, me fingindo de sonsa
—O que é isso? – Falo virando o copo na boca e ela reclama
—Hey!! Não beba assim, desde quando você bebe desse jeito? – Ela pergunta irritada, e eu tento não vomitar
— Você pode beber e eu não? Pois pronto! Nenhuma das duas vai beber! – Falo autoritária e pego na mão dela com brutalidade e a puxo ela pra longe do Matheus
— O que você ta fazendo? – Ela pergunta mais irritada
— Livrando você de uma cilada – Falo e paro com ela em um canto mais vazio
— Do que você tá falando? – Ela pergunta pegando um copo de um menino que estava passando por nós e quando ia beber, eu tomo o copo dela e bebo duma vez e jogo o copo na cabeça do moleque. — RAQUEL!!! O QUE VOCÊ TA FAZENDO? — Ela esbraveja me pegando pelos braços e me balança e eu seguro pra não vomitar nela
— PORRA! O MATHEUS É UM ÓTIMO AMIGO OK? ELE É MEU MELHOR AMIGO, ELE É LINDO, GENTIL, GOSTOSO, ELE É PERFEITO! MAS NÃO É PRA VOCÊ MARIA!! PONHA ISSO NA MERDA DA SUA CABEÇA! – Grito com ela e ela me olha no fundo dos olhos, com um semblante fechado, meio confuso, irritada e tristonha
— Do que você tá falando? Eu não sou boa o suficiente pra ele? É isso? – Ela pergunta colocando a mão no peito, como se protegesse o coração
— Não, Maria! ELE que não é bom o bastante pra você... Você merece alguém melhor! – Falo convicta e ela ri ironicamente
—Você disse todas as qualidades dele agora mesmo pra mim! E ainda acha que existe alguém melhor que ele pra mim? – Ela fala rindo sarcasticamente  e eu engulo seco
— Sim! Na verdade... Essa pessoa ta no mesmo nível que ele! – Falo um pouco insegura e desvio o olhar
—ENTÃO ME APRESENTA ESSE ANJO! – Ela se revolta me dando um forte empurrão
—Não dá... Agora não... – Falo olhando baixo
— TA VENDO?! ISSO TUDO É INVEJA! NÃO EXISTE UMA PESSOA MELHOR! E ENQUANTO VOCÊ NÃO ENTENDER A MINHA FELICIDADE COM ELE, PODE ESQUECER QUE EU EXISTO, RAQUEL! ACHEI QUE FOSSE MINHA AMIGA! ACHEI QUE ME APOIARIA! APENAS QUANDO TIVER ESSA PESSOA MELHOR, VENHA ME PROCURAR DE NOVO! – Ela grita e saí de perto de mim, me deixando nervosa e sozinha naquele canto de corredor, com as poucas pessoas que passavam por ali me olhando assustadas. Bufo e saio dali, indo pra mesa de bebidas, encho um copo de Vodca pura e me sento uma poltrona ali do salão, no mesmo salão onde algumas pessoas dançavam, e outras se pegavam. Começo a beber sem parar, mesmo sendo minha primeira vez enchendo a cara, algo dentro de mim precisava daquilo, precisava esquecer tudo, e como sempre cuidei da Maria depois dos PT dela, sabia que a bebida me faria esquecer tudo.

Desculpa, mas não posso gostar de vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora