PRÓLOGO:

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*POV Draco Malfoy:

Draco estava acostumado com a ideia de vazio. De não ter nada. Ninguém. Por que quase sempre foi assim, e ele nunca se deixou esperar mais, desejar mais.

Desde que recebeu aquela maldita marca em seu braço esquerdo, tudo que havia de minimamente certo em sua vida havia desmoronado.

Primeiro ele perdeu Hogwarts, que foi o único lugar onde ele se sentiu acolhido de verdade em toda sua vida. O único lugar onde fez amigos, se apaixonou, e teve seu coração quebrado. Onde sentiu alguma coisa, qualquer coisa.

Depois  e era estranho afirmar isso agora  perdeu Harry Potter, que se quer sabia do tamanho da importância que exercia na vida de Draco. Desde aquele dia que o salvou de si mesmo, no topo da torre de atronomia, de toda aquela escuridão que o cercava.

Ele nunca esqueceria o que o menino fez por ele.

Eles nunca chegaram a ser amigos. Muito pelo contrário, na verdade. Eles eram inimigos declarados, e qualquer um ao redor podia perceber.

Mas naquele dia, quando Draco mais precisou... Harry Potter estava lá. Como se o destino o desse uma chance, uma escolha.

Um dia antes da "queda de Dumblebore", Draco sentia como se todo seu mundo estivesse ruindo. No dia seguinte ele teria que se entregar inteiramente a Voldemort e sua causa, ele teria que matar Albus Dumbledore. A menos que ele quisesse ver seus pais mortos aos seus pés. O que ele não podia deixar acontecer. Mesmo que seu pai tivesse aquele jeito frio com o loiro, sem nunca demonstrar muito afeto, ele o amava, mesmo que tenha sido ele que enfiou sua família em toda aquela bagunça em que se encontravam agora, de certa forma, ele ainda o amava.

Por enquanto.

*

Naquele dia, ele olhava para baixo da torre de astronomia e pensava se não era mais fácil acabar com tudo ali, e agora. Foda-se o que aconteceria a seguir, ele não estaria ali para ver. Ele não estaria ali para sentir.

Foi quando Potter  santo Potter  chegou ao seu lado, saindo de baixo da sua capa da invisibilidade, provavelmente lendo as ações de Draco, entendendo o que ele faria. Nesse momento, ele colocou uma mão no ombro de Malfoy, mesmo depois de todos aqueles anos sendo perturbado pelo loiro por toda a escola, e o olhou com dúvida:

— "Malfoy? O que está fazendo aqui em cima a essa hora? Deveria voltar para o dormitório, já passou do toque de recolher"

— "Não me diga, Potter. Por que acha que eu escolhi esse horário?" — Retrucou, tentando manter a pose de desinteresse, mas quase falhando — "Estava tentando ter um momento de paz, sem interrupções. Pelo visto não vai ser possível, hm?... De qualquer forma, o que você faz aqui? Como você mesmo disse, já passa do toque de recolher."

Harry o olhou com certa cautela, como se tentasse ler as expressões de Draco. Mas Draco tinha anos de experiência em cobrir qualquer sentimento, mantendo-se totalmente inexpressivo.

— "Ok, Malfoy." — Harry não parecia querer continuar com aquela discussão infundada — "O que você estava pensando em fazer?".

Agora Draco tinha certeza que Potter havia entendido o que ele pretendia, já era tarde de mais para tentar encobrir ou qualquer coisa assim. E, também, ele estava muito cansado para isso. — "Nada." — Respondeu, simplesmente, e desvencilhou seu obro do aperto de Harry.

— "Malfoy?"

— "Que é Potter?!" — Draco se exasperou, não gostava que as pessoas sentissem pena dele.

Addicted - drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora