Juliette sentia uma alegria que não cabia em seu peito. Por pior que tivesse sido ouvir que seu irmão morreu por um motivo tão torpe e nas mãos de alguém que ela também confiava, agora tudo o que sentia era alegria. Estava livre, sem pendências na justiça. Não fora apenas inocentada. Sua inocência foi provada de forma limpa e honesta. Sem margens para suspeitas ou conspirações. Não tinha como não ficar feliz.
Estava rodeada de pessoas queridas e enquanto todos falavam como iriam celebrar aquela conquista, ela acompanhava Sarah de longe. A loira transitava por perto, mas sempre falando com uma ou mais pessoas diferentes. Juliette não evitou o sorriso quando viu Connie Rindel se aproximando e deixando a advogada como uma criança diante do seu super-herói. Ela só tirou os olhos da loira quando Pocah chegou perto. Não quis correr o risco de ser chamada para falar com imprensa naquele momento e por isso começou a caminhar para a porta de saída. Pararam quando um dos membros do conselho da companhia chegou para falar com ela e Lilian. Estava pronta para acabar com aquilo e sair logo dali quando ouviu alguém gritar o nome da advogada.
Foi tudo tão rápido, tão inacreditável que demorou para entender o que tinha acontecido. Foi o nome da loira, os tiros, os gritos de quem estava por ali e então o pior de todos: Vivianne chamando por Sarah e emendando um pedido de ajuda. Carla já tinha disparado na direção da irmã naquela hora, mas só quando viu Sarah despencando nos braços da jornalista é que Juliette entendeu a gravidade. Também chamou pela advogada e foi até ela. Alguém tinha feito a burrice de remover a faca do corpo de Sarah. Agora o sangue estava para todo lado. Juliette empurrou e tomou a frente, seguida por Camila. As duas começaram a dar ordens para quem estava perto para agilizar a ambulância. A faca que atingiu Sarah era pequena, mas fez um estrago considerável. Juliette não pensou muito quando colocou seu dedo na ferida, procurando pelo sangramento e ficou ainda mais pálida quando constatou onde a faca tinha atingido.
- É o coração.
- Chamem um helicóptero AGORA! – Camila gritou. – Não se mexa. – Ordenou para Juliette.
Não tinham muito o que fazer enquanto esperavam. O dedo de Juliette impedia que o sangramento continuasse, e aquela ação mantinha Sarah viva. As pessoas ao redor davam ordens, falavam alguma coisa, mas as duas médicas estavam focadas na paciente. Por ordem de Juliette, foi o helicóptero do Freire's Children's Hospital que foi designado ao local. A equipe de socorro chegou rápido e logo Sarah estava sendo transportada para o atendimento. Antes de sair a milionária encarou Carla, e pediu que a mulher chamasse a mãe delas.
- Você vai ter que operar ela, Camila. – Juliette disse no caminho para o hospital.
- Isso não é minha especialidade.
- Cardiopatia! – Juliette encarou a melhor amiga.
- De crianças Juliette, Sarah é uma mulher adulta...
- É o mesmo coração, só muda o tamanho. – A milionária respondeu e olhou para a loira. – Você tem que salvar ela Camila.
A médica fechou os olhos respirou fundo. Mandou que dessem a ordem para preparar a sala de cirurgia. Prepararam Juliette e Sarah ao mesmo tempo, e só dentro da sala de operação é que a milionária tirou seu dedo da ferida da loira, deixando nas mãos de Camila o resto do trabalho.
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- Carla! – Maria Abadia chegou correndo na sala de espera e correu até a filha mais velha. – O que aconteceu?
As salas de espera em hospitais geralmente estão cheias de pessoas com expressões preocupadas, que não conseguem ficar paradas ou que ficam paradas demais. Com o peito pesado e uma ansiedade que não tem palavras para descrever, só esperando por um médico aparecer e dar uma notícia que pode mudar as suas vidas. Era exatamente o que acontecia com a sala de espera da cirurgia do Freire's Children's Hospital. Alguns andavam de um lado para outro, outros ficavam sentados apenas aguardando, a única coisa comum era o silêncio.
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Era pra ser você - Sariette
FanficSarah Andrade é uma advogada pró-bono de Los Angeles. Juliette Freire vive na sombra do seu sobrenome. Uma morte vai aproximar seus mundo, e o amor que irá nascer nada, nem ninguém poderá destruir. ADAPTAÇÃO