There's one thing on my mind

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Juliette saiu da sala de interrogatório com Sarah ao seu lado e ela não sabe dizer se foi de propósito ou não, ou apenas um gesto de carinho, mas a mão da loira ficou em suas costas a guiando e protegendo e aquilo começava a mexer com seus sentimentos. Antes que sua cabeça pregasse uma peça e iniciasse uma lista de perguntas se o comportamento da advogada era igual com todos os clientes ou se a mesma estava se dando conta do que estava fazendo, ela ouviu aquela voz debochada e nojenta atrás delas.

- Confraternização com a outra parte não é muito indicado Srta Andrade, pode comprometer a seriedade do seu trabalho. Sabe, esse de ficar caçando monstros.

Ela não entendeu absolutamente nada, mas sentiu Sarah mudar completamente ao seu lado. Juliette olhou sobre o ombro e viu um homem alto, usando um terno de alta costura e uma expressão debochada no rosto encarando...Sarah. Era para advogada que suas atenções estavam voltadas e não para Juliette. E quem quer que fosse, a loira o conhecia.

Antes que pudesse fazer qualquer coisa, a milionária sentiu a mão de Sarah a empurrando de leve na direção de Camila e Gil. Ela não reclamou, logo a melhor amiga veio ao seu encontro, afastando ela do atrito que começava entre a loira e o homem.

- O que tá havendo? – Juliette sussurrou para Gil, mas a resposta veio da própria advogada. Ela ouviu quando o chamou de promotor e viu como as coisas foram indo ladeira abaixo.

Percebeu só pela expressão corporal como Sarah mudou novamente quando o promotor ameaçou sua irmã. Não era o papel de advogada, não era aquela postura que ela adotava na sala de interrogatório, era diferente. Era algo que Juliette nunca tinha visto em ninguém ao seu redor e muito menos alguém ganhando aquela postura por ela. Era proteção. Sarah ativou um modo de proteção quando ouviu o homem ameaçar Carla, que a milionária acreditava que só as mães poderiam ter.

Foi dela o grito quando o rosto do promotor foi atingido de surpresa. Até tinha visto Carla levantar com um olhar de raiva e ir em direção aos dois, mas julgou que a detetive iria fazer o que o seu Capitão estava tentando sem sucesso: separar advogada e promotor. No entanto, a Andrade mais velha não mostrou interesse em apartar nada, ela chegou para colocar a lenha na fogueira mesmo.

- Díaz!. – Marcus gritou com a detetive, o que gerou movimentação dos demais policiais.

Juliette só viu alguém se aproximando deles e os acompanhando até a saída. Carla foi segurada por Thaís e empurrada para a sala do Capitão e Sarah ficou lá, no meio da confusão olhando da irmã para um certo grupo de pessoas que só assistiam a tudo sem fazer nada.

- O que aconteceu lá dentro? – Camila perguntou quando os três chegaram no primeiro andar do prédio da polícia, e ficaram esperando por Sarah.

- Aquele é Filipe Ayrosa, filho do vice-prefeito...

- Sim, eu sei quem ele é Gilberto, quero saber o que foi a reação da Sarah e aquilo que a Carla fez! – Juliette interrompeu o advogado. Sim, ela não conhecia o homem pessoalmente, mas sabia quem era o prefeito e seu vice e toda a sua família. Ela era uma Freire, é óbvio que ela conhecia aquelas pessoas.

- Ele namorava a colega de quarto da faculdade da Sarah, as duas acabaram ficando amigas e depois dormiram juntas. Ele descobriu, tentou bater na namorada, Sarah fez com que ela o denunciasse, ele foi expulso e quando conseguiu a promotoria aqui, por influência do pai é claro, Sarah pegou ele em três casos, ela...

- Detonou ele. – Juliette completou com certo orgulho na sua voz.

- Um dos casos foi Gouis vs o povo. – Gilberto explicou e não precisava ver para saber que Camila e Juliette estavam boquiabertas.

Era pra ser você - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora