If you're broken then I will mend ya

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- Está atrasada. – Gil anunciou quando reconheceu os passos que se aproximavam de onde ele estava pacientemente sentado aguardando por sua sócia.

- Bom dia para você também Gilberto, você está bem? Nem parece que ficou sozinho com a namorada! – Sarah comentou sorrindo de forma debochada. Pegou a maleta do amigo e deu o braço para ajuda-lo a andar pelos corredores do tribunal.

- Como sabe que fiquei sozinho com a Camila? E seus sapatos são novos? O barulho é diferente!

- O fato de você reconhecer isso ainda é assustador pra mim mesmo depois de todo esse tempo. E sim, são novos. – Respondeu apenas as duas perguntas que sabia que não iriam gerar nenhuma outra pergunta. Apertou o passo e forçou o amigo acompanhá-la e se concentrar pelo caminho em vez de pensar em outra questão para a loira. Claro, que a tentativa foi válida, até o momento que os dois entraram no local de escolha do júri e tomaram o lugar que era da defesa.

- Você falou com a Juliette? – Gil sussurrou enquanto ouvia a sócia preparar o material que os dois deveriam usar na escolha do júri.

- Por que? Queria ter dito alguma coisa para ela?

- Sarah...

- Gilberto, foco no júri, no trabalho, o pessoal a gente resolve mais tarde ok? – A loira disse logo antes que o amigo resolvesse puxar a sua orelha por ter deixado Juliette ficar na sua casa. Não estavam em um local adequado para aquela conversa e Sarah não estava com a mínima vontade de falar sobre Juliette com ninguém, muito menos com Gil.

Aguardaram em silêncio a maior parte do tempo, até a chegada da promotoria. Logo depois foi permitida a entrada dos primeiros candidatos ao júri e por último a juíza Harris apareceu. Ela agradeceu todos os presentes, explicou como funcionaria todo o processo, deu puxões de orelhas nos advogados antes mesmo deles terem a chance de dizer as primeiras palavras e só então liberou para as perguntas aos candidatos.

Um a um eles iam respondendo às perguntas dos advogados, justificando porque gostariam de participar do júri e mostrando que nenhum deles estava neutro sobre o caso Juliette Freire. Depois de algumas boas rodadas, ficou claro que Sarah era a advogada que fazia as perguntas mais sem pé nem cabeça e, no entanto, as mais difíceis de serem respondidas. Já havia passado mais de quatro horas, o recesso de almoço e apenas 3 jurados foram escolhidos em comum acordo pela promotoria e a defesa.

- Meritíssima, antes dos próximos candidatos entrarem posso frisar a implicância desnecessária da advogada de defesa e a sua clara recusa a colaborar com a escolha do júri?

- Sério promotor? Eu pensei que meu perfil não era de se importar com o júri! – Sarah replicou antes da juíza.

- Ela claramente está gastando o nosso tempo aqui por birra de uma má interpretação da imprensa. – Ayrosa olhou para ela com um sorriso no rosto. – Eu não controlo o que eles falam.

- Eu também não, por isso controlo o que sai da minha boca! – Sorriu falsamente. – E eu penso que o júri deve ser o mais imparcial possível, uma vez que eles têm a missão de julgar a vida de alguém, é errado procurar por esse perfil de pessoa?

- Advogados por favor, calem a boca e concentrem-se em escolher o júri. – A juíza respondeu com impaciência. Desde o segundo minuto do começo daquela escolha, os dois vinham soltando faíscas e provocações em cada palavra dita. E era só a seleção do júri! Harris já estava sentindo os cabelos brancos tomando conta da sua cabeça só em pensar como seria o julgamento de fato.

Uma nova leva de candidatos entrou e dali em diante Sarah deixou que Gil fizesse as perguntas. Não foi muito diferente do que ela estava fazendo, exceto que o homem era mais cauteloso e menos direto nas suas provocações com Ayrosa. Longas horas se passaram até que os últimos possíveis jurados entraram na sala, ainda faltavam escolher mais três.

Era pra ser você - SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora