XVI

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Capítulo 16

#POV Héstia

Chegámos à cozinha. Algo de estranho estava a acontecer, eu e Taylor estávamos de mãos dadas e ele insistiu que ia cozinhar para nós.
Deverei preocupar-me com isto? Será isto mais um golpe dele para me conseguir mais rápido.
Sinto os dedos dele a fazerem-me largar o meu lábio inferior que já sangrava. Nem me apercebi que o mordia com tanta força. "Que se passa?" ele inclina a cabeça e olha-me bem no fundo dos olhos. Senti-me "invadida" pelo olhar dele, não que seja uma sensação assim má, aliás eu gostei. Penso que estou a começar a ficar demasiado comprometida com esta loucura, não dá pra dar volta atrás. Acho que já me estou a atirar de cabeça nesta nova aventura, não sei bem ao certo se isto será o melhor para mim, provavelmente não, nem por isso. "estás de novo a magoar-te" ele faz-me largar o lábio inferior de novo mas continua com as suas mãos um pouco frias na minha cara. "estou só distraída" boa, ele agora vai querer saber ainda mais o que se passa contigo. "Diz-me o que te está a distraír tanto" straight to the point, eu já sabia, juro que já sabia que ele me ia perguntar isto de novo. "oh taylor, tu sabes, isto.." ele inclina a cabeça e arqueia as sobrancelhas "isto?" aceno com a cabeça afirmativamente. "sim isto, nós.." baixo a cabeça. ele sobe-a com as mãos que ainda mantém na minha cara. "que tem nós? quer dizer, que tipo de nós é que estás a falar?" ele já me está a tentar dizer 'não te apaixones, vais-te fuder nisto miga' pois, se calhar seja tarde demais para eu me aperceber a sério disto. "nada, esquece." digo firme e retiro as mãos dele da minha cara. "não ias cozinhar para nós?" mantenho o tom firme da minha última fala. Ele fica com uma cara estranha e logo de seguida sinto-me a ser prensada contra a parede mais próxima e não preciso de me perguntar quem será o autor desta cena. "para com isto de me atirares às paredes Taylor." ouço-o respirar fundo. "diz-me o que porra ias dizer." olho-o e vejo que este tem o maxilar tenso. "porque estás assim? o que eu tenho a dizer não devia ser importante para mim, o facto de eu ter ficado transtornada não vai mudar nada a "nossa cena" ou vai?" faço aspas com os dedos. "não sei héstia, diz-me tu." solto uma gargalhada irónica. "não és tu quem manda nesta merda toda? para eu ir pra cama contigo só tens que estalar os dedos que eu já tou aqui toda aberta e molhada para ti!" ele pousa a cabeça na curva do meu pescoço e leva os braços à minha cintura. "porque acabamos sempre a discutir?" o bafo quentinho dele traz-me arrepios. "não sei.. eu simplesmente sinto demasiado e levo a sério tudo aquilo que tu dizes. a forma como falaste em nós pareceu tão vaga, parecia que não tinha importância para ti, que só querias isto, que eu não tinha importância nenhuma, nem para ti nem para esta cena toda. Já me estavas a tentar afastar.." ele acariciou-me a bochecha "se calhar eu me importe mais contigo do que devia. se calhar tu és diferente e eu não sei bem se te hei-de afastar ou se hei-de pegar em ti e não te deixar ir mais." a campaínha toca. Bela altura, quem será a esta hora? Devem ser praí seis da manhã. Ele ainda está abraçado a mim. "Vai tu abrir a porta por favor.." ele sussurra-me ao ouvido e ronrona. Arrepio-me. "Mas o dono da casa és tu.." solto um risinho quando ele beija a minha pele abaixo da orelha. "não me contraries sempre, eu tou a dizer para ires como dono da casa" levantei os braços em sinal de rendimento na brincadeira mas ele prendeu-mos e deu-me um beijo ardente e soltou-me. Dirigi-me à porta onde a campainha tocava insistentemente, mas antes claro que levei uma chapada no rabo, aquele rapaz!

Abro a porta e logo o rapazinho começa a falar rápido e a olhar pro telemóvel "desculpa vir aqui a esta hora e acordar-te taylor só que já sabes que..." ele sobe a cabeça e vê-me e cala-se logo. Depois solta um risinho. "Olá menina" continua a rir-se, tenho alguma coisa na cara? "oi" digo super seca. "Hey, calma!" manda-me uma chapada no braço. "eu não sou um dos teus dudes" ele ri-se enquanto eu passo a mão por onde ele me mandou a chapada. "por falar em dudes, onde está o Taylor?" espreita para dentro da casa "está na cozinha a cozinhar para nós.." "isso é interessante mas eu quero falar com ele, deixa-me passar" e feito bruto empurra-me para um canto do espaço da porta e entra pelo outro. Ouço o cumprimento com mãos entre os dois. De onde este veio? Ele é estranho e otário! Boa sorte para a miúdia que ficar com ele.

Avocation - TC.Onde histórias criam vida. Descubra agora