Capítulo 18
#POV Héstia
O discurso de taylor ecoa na minha cabeça. Mal reparo que tenho a mão na minha boca que está aberta. Espanto certamente está estampado no meu olhar. Estou estática. Não posso acreditar no que estou a ouvir. É o que eu tanto sonhei proferido pelo homem errado. Porque ele é errado para mim. Ele vai-me fazer sofrer, é o que ele faz. Não estou pronta para sofrer um desgosto de amor. Certamente este irá trazer um ainda maior impacto que os meus anteriores desgostos, estou envolvida nisto, não até ao meu pescoço, mas eu toda. Toda eu estou nisto de cabeça aos pés. "Isto" faz-me frágil, sensível, sentimental, flexivel e mostrar a minha fragilidade não é algo que eu deseje, de todo. Ele é intimidante e poderoso, tira-me do jogo em três tempos e nem se importa. Não posso simplesmente deixar-me amolecer e envolver por este discurso.
Abano a cabeça negativamente e prontamente profiro "Hmm, posso tomar um banho?" ele olha-me completamente confuso e surpreso. Não esperava uma reação tão distante relativamente ao seu belo discurso, mas eu não posso ser mole. "Podes claro, mas porquê?" franzo o sobrolho "porque preciso oras!" Palmas para mim que sei jogar o jogo de desviar a conversa. "Porque queres fugir de mim? Porque queres desviar este assunto? Porque depois de eu me ter aberto para ti? Depois de eu expor todo este misto de sentimentos aqui dentro de mim?" solto um longo suspiro e concentro-me. "Porque eu estou confusa ok? Eu preciso de pensar, O que tu disseste para mim não faz sentido! Não com aquiloque corresponde a ti mesmo.." ele baixa a cabeça mas logo a sobe olhando-me "Eu também não estou a perceber o que estou a sentir, mas que o estou a sentir estou." aceno negativamente "Tu estás fisicamente atraído por mim, só isso. Nós conhecemo-nos há pouco Taylor, não tens razão para sentires isso!" ele solta uma pequena risada amarela. "O tempo que nos conhecemos não tem nada a ver com o que eu estou a começar a sentir. E é preciso razão Héstia?" ele inclina a cabeça para mim e olha-me nos olhos. É um vício dele. "Não sei Taylor, não sei! Posso ir tomar banho?" Ele larga-me bruscamente e vai caminhando para outro compartimento da casa. Suponho que seja um sim.Pois, e saber onde fica a casa de banho, onde estão as roupas e as toalhas para me secar? Eu quero ir-me embora daqui rápido!
Vou andando e abrindo as portas, nenhuma parece ser a tal. Tento abrir uma que não abre (?) Pois, está claramente trancada. Das duas uma, ou ele se encontra aqui trancado ou é um compartimento secreto. Quando mentalmente fazes uma referência a 50 Shades Of Grey e pensas na possibilidade de existir uma "Sala Vermelha da dor" e a tal porta se abre. Rapidamente dou um pulo para trás assustando-me. De lá sai um Taylor com os olhos vermelhos e com um maxilar travado. Duas coisas, ele está devastado e irritado. Mas eu não lhe dei uma tampa, eu só estou confusa com tudo.
Após o que me pareceram eternidades a observar a pessoa cabisbaixa à minha frente, sigo o meu instinto. Num salto, estou agarrada a ele enquanto choro no seu pescoço e acaricio o seu cabelo.
Demorou, devido ao mesmo estar estático, mas Taylor finalmente circula os seus braços à volta da minha cintura e coloca a cara na curva do meu pescoço também. Sinto-o respirar fundo e abandonar a cova do meu pescoço e a olhar-me. "Da primeira vez que sinto algo diferente por alguma mulher, essa mulher rejeita-me. Não estou assim por egoísmo, estou assim porque finalmente alguém me derreteu a pedra." Mal ele acaba de falar beijo-o. Mas não é um beijo normal, um simples beijo sem significado, sem nada. Foi um beijo repleto. Repleto de dor, medo, amor, carinho, admiração e sobretudo desejo. Apesar de mais uma vez se encontrar estático, este retribui e ainda apimenta mais o beijo conduzindo-nos ao seu quarto. Aos trambolhões lá chegamos. Mas eu não quero que ele pense que eu me estou a aproveitar da sensibilidade dele. Por isso termino o beijo, não só por este motivo mas também pela respiração estar a começar a falhar-me. Enquanto ainda me encontro ofegante, abraço-o pela cintura. Coloco o meu ouvido no seu peito ouvindo o seu coração a bater rápido e ouço-o suspirar enquanto me mexe no cabelo. "O que andas a fazer comigo?" solto um risinho. "O que tu andavas a precisar mas não querias.." Olho-o sorrindo. Ele sorri-me também e noto um bilho diferente e lindo no seu olhar. Acaricio a sua pele. " Tu não me és indiferente. Tudo o que tu sentes por mim, eu sinto igual por ti ou ainda mais. Mas eu simplesmente estou confusa, não sei o que pensar nem o que fazer. Eu tenho muito medo. Especialmente daquilo que tu podes fazer comigo. Do tipo, iludir-me e depois deixar-me. Já devia confiar mais em ti mas eu sou muito insegura, é preciso muito para eu confiar em alguém e tu ainda não me deste essa segurança. Quem me garante que mal eu virar costas, tu não vais enfiar uma vadia qualquer aqui e dizer-lhe exatamente o que me disseste a mim? Desculpa se te estou a magoar mas é exatamente o que eu sinto." Ele larga-me e olha-me magoado. "É isso que pensas de mim?" baixo a cabeça e suspiro "Não tenho segurança nem provas que me provem o contrário sem ser as tuas palavras. Palavras sem ações perdem o efeito." ele afasta-se de mim e olha-me altivo. "Procura as tuas roupas, toma banho, arranja-te e vai-te embora." Vira costas. "Ah, a casa de banho é na porta ao lado esquerdo" e vai-se embora deixando-me sozinha.
Agora sim tenho a certeza que tomei a decisão certa ao não me entregar a ele de corpo e alma, só o meu coração o fez.**
Bato a porta exageradamente de força e saio do perímetro da sua casa. Quando já estou longe o suficiente, sento-me a pensar.
Olho à volta e vejo algo que me intriga.
Parece algo pacífico e parece vazio.
Exatamente o que eu preciso..Aproximo-me do tal lugar que avistei ao longe, vejo uma linda casa abandonada com um jardin associado e um muro e respectivos portões e gradeamento destruídos. A relva verde que ronda a casa cativa-me e dá-me vontade de deitar na mesma. E é exatamente isso que eu faço, não me preocupo com o resto do mundo. Não me preocupo com os meus pais que não sabem onde ando. Não me preocupo com Taylor nem o estado que o deixou. Não me preocupo com o meu telemóvel que ainda não parara de tocar desde que o liguei para ver as horas antes de sair de casa do Taylor. Não me preocupo onde e como Sky está e anda. Não me preocupei com o clima que estará na segunda quando voltar. Não me preocupo com absolutamente nada, só comigo mesma.
Mal reparo, e já adormeci deitada nesta relva confortável. Adormeci não querendo saber de absolutamente nada.______________________________________
Que acharam disto?
Obrigada por tudo, votos, visualizações e reações positivas
Tem sido fantástico, obrigada mais uma vez!
sweetienotangel <3
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Avocation - TC.
FanfictionTaylor é um sedutor nato, sabe como conquistar uma mulher e se não conseguir, arranja maneira de o conseguir à mesma. Héstia, é uma jovem estudante em busca de experiência e dinheiro, persistente e teimosa. Tanto que não se deixa levar nos primeiros...