IV

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Capítulo 4

Pego no trabalho que tenho para fazer e rapidamente me apresso a fazer o que me é pedido da parte da manhã.
Fui almoçar com a Nora, correu tudo bastante bem. Como disse assim que a conheci, ela é bastante querida e também divertida.
Tem um corpo e uma confiança aparente de invejar qualquer uma.
Logo após de almoçar volto ao meu temporário escritório, começo a preparar anotações para explicar o que fiz nesta manhã ao rapaz caprichoso a qual posso chamar de patrão.

Acabo as anotações e pego nas folhas todas que tenho que lhe entregar e as folhas com as explicações e encosto-me à sua secretária que se encontra de frente para a minha neste espaço enorme. Viro-me para a grande que encontra à minha frente.

Assusto-me com o barulho da porta a fechar. "Eu tinha dito que a sua secretária era a da esquerda Srta. Roberts" ignoro a sua petulância e, de uma forma elegante e educada, desencosto-me da sua secretária e sento-me na cadeira à frente a sua secretária começando a organizar os papéis. "Terei que lhe explicar melhor que essa não é a sua secretária e não lhe dei autorização para sequer se aproximar" falou num tom duro. "Vim apenas explicar o que estive a fazer durante a manhã para que não tenha dúvidas acerca do meu trabalho" disfarcei ao máximo a raiva na minha voz.
Estou a controlar bastante a minha língua para não lhe responder à altura.
Quem é que ele pensa que é?
O meu patrão petulante, abusador, atrevido e arrogante. Mas acima de tudo, patrão.
Que raiva!
"Não preciso das suas explicações para absolutamente nada. Se eu tiver alguma dúvida eu pergunto." diz aproximando-se da secretária e pousa os braços e punhos na mesa olhando-me. "Bem, tudo bem Senhor Caniff." falei irónica e sem controlar a minha raiva crescente no meu peito. "Pode-me explicar esse tom? Não estou a gostar do seu tom nem do poder que acha que tem aqui e que obviamente não tem. Controle-se, apesar da nossa diferença de idades não ser muita, isso não lhe permite que me trate como um colega ou amigo de conversa fiada no café à sexta à noite"
Esta foi a gota de água, otário, cavalo, idiota, urrghhh, bode!
"Então está a querer dizer que por ser meu superior que isso lhe permite me tratar como bem entende, mas eu tenho que o tratar com respeito e educação e baixar a cabeça às suas impertinências e abusos?" levanto-me ficando frente a frente com ele, ambos nervosos, olhos nos olhos. Olhares poderosos intensos que travam uma luta. "Não sou o tipo de mulher que tolera este tipo de injustiças e abusos vindas de um homem como o Taylor. Não me permito ser rebaixada muito menos tratada de qualquer forma abaixo de respeito. Essa é a obrigação de uma pessoa para a outra. E não é por ser filho do patrão que me vai intimidar. Sou uma pessoa como outra qualquer e mereço respeito" Ele riu-se sarcasticamente do meu discurso."É muito segura de si mesma. Sabe que eu tenho aqui mais poder que você não sabe? Não será necessário dizer então que se eu estalar os dedos você está fora desta empresa e sem um tostão." Volto a sentar-me, cruzo a perna e olho-o nos olhos segura. "Já lhe disse que não me intimida." ele soltou um sorriso de canto. "Acredito que não ficaria contente se fosse despedida, ou ficaria? Inclinou a cabeça para o lado, encarando-me sério mas ao mesmo tempo divertido. "Não, não ficava nada contente realmente" fui sincera e o sorriso dele alarga-se. "Mas não se precipite. Tenho bom corpo e duas mãos aptas para o trabalho e tenho tudo menos medo do trabalho. Se me despedir não tenho outro remédio senão procurar outro emprego. Se me conhecesse saberia que sou objetiva e que faço tudo para atingir os meus objetivos. Se não me quer aqui, diga já. Ou melhor, despeça-me já. Garanto-lhe que não vou para casa deprimir porque tenho a vida pela frente. Não será nem a primeira nem a última vez que vou ser rejeitada. Isso não faz de mim menos mulher e tenho consciência do que sei e posso fizer. Não só a nível profissional como pessoal."

Depois de lhe explicar tudo aquilo que ele necessitava saber, fui para a minha secretária continuar o meu trabalho. O telefone que se encontra ao meu lado toca e apresso-me a atender.
"Bom dia, Sociedade Eletrónica Caniff fala a Héstia, em que lhe posso ser útil?" cruzo a perna e tento soar o mais profissional possível.
"Bom dia, daqui fala Benjamin Serqueira, sou o contabilista da empresa. Gostava de falar com o Sr. Caniff"
"Muito bem, mas neste momento estão os dois Sr. Caniff na empresa, gostava que fosse mais específico acerca de qual gostaria de falar, por favor."
"Gostava de falar com o CEO da empresa visto que são assuntos financeiros relacionados com a empresa."
"Não é com certeza o Sr. Taylor Caniff visto que ele é o presidente do departamento de marketing"
"Está correta. Poderia então encaminhar-me para o Sr. Caniff?"
"Bem, este número é o da secretária do presidente do departamento de Marketing, peço-lhe que da próxima vez que desejar falar com o CEO, troque os últimos 2 números do contacto para 34, por favor. Irei contactar com o departamento presidencial quanto à disponibilidade do Sr. Caniff, queira aguardar"
Cliquei em 34, a extensão do departamento presidencial, chamada que logo me foi atendida.
"Bom dia, diga"
"Bom dia, é a Héstia de Marketing, gostava de saber se o Sr. Caniff estava disponível para atender o novo contabilista. Esteja descansada que já lhe avisei para ligar diretamente para aí numa próxima."
"Muito bem, olhe ligue para a extensão 40 e fale diretamente com ele para ser mais fácil a transferência da chamada"
"Queira desligar então, por favor"
Mal cliquei no número 4 a chamada foi desligada, rapidamente marquei o número em falta e logo começou a chamar.
Após uns quantos toques, rapidamente ouço a voz do Sr. Caniff.
"Diga"
"Sr. Caniff, é a Héstia de Marketing, tenho o Sr. Contabilista em espera em linha, deseja falar com ele agora ou peço para ligar noutra altura?"
"Passe a chamada. Já lhe avisou qual o número a ligar da próxima que ele desejar falar comigo?"
"Sim senhor, vou passar a chamada" troco para o Sr. Benjamin e aviso que irei passar para o Sr. Caniff e faço-o. Desligo o telefone.
Suspiro e sinto o olhar de Taylor Petulante em mim. Levanto o meu olhar para ele. Encontro desejo no olhar dele. O quê? Até há uns minutos atrás encontrava raiva e desprezo neles. Estou confusa.
"Srta. Héstia, posso contar-lhe uma confissão?"
Surpresa espalha-se por todo o meu rosto e semblante. Mas curiosidade junta-se à surpresa e vence.
"Claro, diga." digo meio que a medo.
"Estou-me a controlar de uma forma horrosoa para não a encostar a uma parede ou se calhar metê-a em cima da minha secretária, passar as minhas mãos por todo o seu corpo, sentir cada pedacinho dessa pele bem macia nas minhas mãos. Beijar cada parte do seu corpo até implorar por mim. Logo a seguir, realizar o seu pedido para me enterrar em você, fazê-lo bem profundo e com força e atingir um bom ponto dentro de si, para ouvir os seus gemidos deliciosos e roucos de desejo no meu ouvido e isso fazer-me querer mais ainda de si e, quando estiver mesmo quase no êxtase, na beirinha do abismo, fazê-la implorar por compreensão para deixá-la cair e depois de ouvir e deliciar-me com as suas súplicas, eu dar-lhe o melhor orgasmo de toda a sua vida." disse isto a olhar-me nos olhos. Vejo desejo a escorrer-lhe pelos olhos, e um lábio a ser mordido de força com vista a seduzir-me. E conseguiu. Desejo também me atinge o fundo da barriga me fazendo sonhar bem alto com tudo aquilo que ele disse. Fecho as minhas pernas pressionando-as e sinto a minha cara a ferver.
"eu sei que também me deseja, consigo ver nos seus olhos" este chega-se a mim e pousa as mãos nos meus ombros. Ele está bem atrás de mim. "Pernas bem pressionadas e vermelhão no rosto de vergonha por me desejar. Estaria, com certeza, a gritar comigo e a bater-me neste momento se não me desejasse. E eu desejo fazer tudo com este seu corpo"
porque não o consigo afastar e rejeitar porra?
Porque me sinto molhada só de o ouvir falar?
Suspiro, não em aborrecimento mas sim porque os meus ouvidos gostam daquilo que ouvem.
"héstia" aproxima a sua boca do meu ouvido "saia comigo esta noite..." morde-me o lóbulo fazendo-me ruborizar ainda mais.
Eu quero ceder, mas o pai dele aconselhou-me a não ceder, ugh, mas eu quero.
"sabe que quer isto tanto ou a ainda mais que eu" acaricia-me o braço e passa a ponta do meu nariz pela minha bochecha e ouvido causando-me arrepios.
"eu vou.." digo em voz suave e só me apercebo do que digo quando já o tinha dito. "oh deus, mas eu tenho universidade!" digo preocupada e sinto-o a virar-me a cadeira "a que horas sai?" diz já à minha frente com um sorriso lindo na cara que me faz desejá-lo ainda mais. "dez e meia"
"dá tempo de a ir buscar e passarmos um bom tempo em minha casa" franzo as sobrancelhas "a jantar e a conversar. Calma." levanta as mãos em sinal de rendição e solto um suspiro de alívio.
"Isso para já. Não sonha nem metade das coisas que eu desejo fazer consigo. Mas primeiro, é necessário que não seja o único a desejar." disse mordendo o lábio em seguida.
Acredita não és o único a desejar isto.
Que porra se está a passar comigo?
Porque não consigo resistir a este pedaço de pessoa? E de tentação.
"Mas já pode ir embora, já são cinco da tarde" sorriu de lado e eu suspiro rendida. Pego no meu casaco e mala, levanto-me e preparo-me para sair da sala "essas cuecas vermelhas de renda deixam-me louco" como é que ele sabe isto? Saio confusa do meu mais recente escritório provisório.

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Capítulo reescrito e revisto.

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