Çukur - cap 2

233 5 2
                                    

Arik continua me encarando e eu esperando uma explicação para ele estar na saída de Çukur parado. Será  que ele estava me esperando ?
Até parece,  eu acho que ele não é o tipo de homem que faz isso.
Como já estou parada olho para ele, e tento controlar minha ansiedade que começa a aflorar.
- Você vai ficar parado aí a noite toda ? Está esperando Yamaç vir verificar o que você está fazendo aqui ? Porque pelo que eu entendi, vocês não são muito amantes um do outro .
Ele me encara mais ainda e me responde algo que eu desejava escutar mas não pensei que ouviria.
- Não, eu estou esperando a senhorita passar e sair. Çukur não é bom para uma mocinha ficar andando pelas ruas de Istambul sozinha essa hora da noite. Seu pai não falou que isso pode ser perigoso? Andar por essas bandas também não é bom. Ou você tem negócios com esse sujeito também e quis mostrar certa amizade e intimidade para disfarçar?
Eu não entendi direito se ele queria mesmo saber o que eu fazia por aqui ou se demonstrou um certo interesse,  ou até mesmo um ciúme.
Decidi arriscar e dar um pouco mais de corda.
- Bom , se eu tenho negócios ou qualquer tipo de vínculo com Yamaç não é problema seu ; afinal, no mundo dos negócios não podemos ter um parceiro só , sempre precisamos ter mais de uma carta na manga , não é mesmo ?
Eu o encarei bem e ele  fez questão de não desviar o olhar .
- A senhorita Helena tem sempre uma resposta na ponta da língua e eu admiro isso em uma mulher. Queria saber , o que mais você teria de surpresa para me mostrar ?
Resolvo descer da moto e ficar de frente para ele , chegando bem próximo. Olho para aquela boca maravilhosa até meio rosada, como eu queria beijar essa boca que quase me desconcentra! Encaro seu porte físico, lindo de morrer com um terno bem cortado , ele não usa camisa, só uma blusa e um colete e blazer , com uma calça justa que desenha seu corpo. Queria realmente tirar cada peça de roupa desse homem e jogar no chão. Acho que ele enxerga o desejo e fogo nos meus olhos. Ele me provoca com um sorriso de canto.
- Perdeu a fala ? Desceu da sua preciosa moto para vir até mim e ficar me olhando ?
Ah, que petulante, além de lindo é debochado, o que eu faço da minha vida , estou perdida!?
- Você nem imagina quantas surpresas eu posso estar guardando e não imagina o que sou capaz de fazer!! Como nos conhecemos hoje , não tem nem ideia.
- Realmente não conheço mesmo, mas estou doido para descobrir, quer me mostrar ? Se a senhorita quiser poderíamos ir a um lugar reservado, só nós dois. Ou você é daquelas que só coloca fogo e depois não tem coragem de apagar o incêndio ?
Uma raiva me sobe com essa provocação que eu não penso um segundo e tento revidar dando um tapa em sua cara. Mas sou surpreendida por ele segurando meu pulso e com uma agilidade absurda me vira até estar com o meu corpo inteiro encostado no dele. Ficamos nós dois encostados um no outro,  eu podia sentir a respiração dele em meu ouvido e o seu perfume  em meu nariz. Com uma mão , ele me segura imóvel e com a outra afasta meu cabelo do pescoço e encosta seu nariz e me cheira. Ele continua até chegar em meu ouvido e fala sussurrando o que me arrepia toda:
- A senhorita cheira jasmim e exala (tesão ),  seu cheiro é uma mistura deliciosa e estou amando sentir sua respiração ofegante e seus lindos seios nesse decote subindo e descendo. A minha visão é privilegiada , fico agora imaginando se você ainda é capaz de ter uma língua afiada ou perdeu a fala.
Queria saber que cheiro você tem e que gosto é o seu , estou louco para te ter desde o minuto que senti sua presença no escritório do meu pai. Afinal , eu vi uma linda mulher entrando toda vestida de rosa no palácio dos Erdenet. E meia hora escutando a senhorita falar, mesmo que desconcentrada. Eu sei que faço isso com as pessoas , ainda assim deixou meu pai bem desconfortável.
E a mim, mais louco ainda.
- Nesse momento , mesmo que quisesse negar, eu sei que você me quer.
E sem me avisar , sem ter o mínimo de pudor e respirando no meu ouvido, ele desceu sua mão  livre e a colocou juntamente com seu dedo comprido dentro da minha calça e da minha calcinha até a minha abertura, sentindo meu líquido quente que estava me inundando .
- Como eu imaginava , você me quer e está louca por mim , estou sentindo e enquanto ele falava no meu ouvido e me tocava, fui ficando mole e sem forças para revidar , mesmo que minha razão falasse que estava errado o que estávamos fazendo , o meu corpo não conseguia reagir. Eu queria ele mesmo , ali, naquela rua escura e sentia sua ereção na minha bunda, eu sabia que ele me queria, também. Mas , de repente, sem mais nem menos ele tirou a mão e parou o que estava fazendo e eu senti uma frustração enorme.
Ele me virou, novamente de frente para ele e passou a mão nos meus lábios, e me encarando falou:
- Senhorita Helena, se não sabe jogar não tente , porque talvez não consiga aguentar.
Eu não sei se queria me matar por permitir que ele fizesse isso comigo ou se queria matá-lo ou se queria que ele continuasse, desesperadamente, o que tinha acabado de interromper.
Eu só olhei para ele e disse :
- Você nunca vai ter o que quer.
Saí brava,  arranquei com a moto sem nem olhar para trás, o  deixando encostado no seu carro, me encarando, fui embora.
Voei pelas ruas de Istambul ,  precisava chegar em casa e me acalmar para não matar uns dez , sendo que nunca machuquei uma só  mosca. Mas a minha vontade era matar Arik Erdenet.
- Você me paga !!!! Ah, se paga ....

Arik Böke Erdenet Onde histórias criam vida. Descubra agora