Zeynep sai da minha sala me deixando com o envelope que Arik deixou com a foto do gerente da loja de Milão abrindo a porta para um desconhecido sair com duas maletas. Eu não sei se estou entendendo o que Arik quis me dizer, mas que isso está muito esquisito está.
Olhando a foto parece que estamos sendo roubados de alguma forma, vou ter que começar uma investigação urgente sobre isso.
Eu viro a foto e vejo o telefone escrito no verso.
Sinto meu corpo inteiro esquentar e lembro-me do que acabou de acontecer naquela sala.
Eu sinto o perfume e a presença dele em todo meu escritório, como se ele preenchesse todo o vazio que antes existia, como se a minha sala fosse pequena para ele. Eu nunca pensei em ter um homem com uma presença tão marcante em minha vida. Muito menos ficar a mercê de alguém dessa maneira, e submeter aos caprichos de alguém e gostar. Só de pensar no que acabamos de fazer na sala me deixa tão tonta que me desconcentra ao ponto de não saber nem o que eu ia fazer.
Sento na minha cadeira e fico olhando aquele número de telefone, minha vontade é de mandar uma mensagem imediatamente, fazer um monte de perguntas que estão vagando em minha mente. A primeira é: o que estamos fazendo juntos? Cada encontro é uma explosão diferente. O que ele quer comigo? O que eu sou na mão dele? Preciso saber onde estou pisando.
Eu me pego virando a cadeira em direção à janela da minha sala e olhando do mesmo jeito que ele estava quando eu cheguei e lembro-me dele parado esperando por mim. Até agora eu não consegui entender o porquê dele estar me esperando e por que ele estava tão bravo e me fazendo tantas perguntas!?
Ele chega e parte com um piscar de olhos. Eu não me acostumo direito com ele, e já se foi. Mas é tudo tão intenso, com tanta adrenalina que me sinto vazia quando ele se vai. Talvez um viciado sinta isso.
Eu preciso tomar uma atitude, não dá para ficar desse jeito.
Pego meu celular em cima da mesa e adiciono o número que estava escrito no verso da foto, tive uma sensação estranha quando escrevi Arik. Vi seu rosto perfeito na minha frente, escutei sua voz no meu ouvido. Ok, ok, eu preciso de mais uma dose da minha nova droga.
Mesmo tendo o melhor orgasmo que tive em anos, eu quero muito mais.
Pensando em tudo isso, me vi digitando no whatsApp.
- Precisamos conversar, me encontre em casa às 20 horas, Helena.
- 20 minutos, foi o tempo que demorou em me responder, não esperaria menos de você. Estarei lá. Será um prazer, Senhorita Helena. Eyvallah.
- PS: comece pelo setor de criação, talvez ache alguma coisa que não se encaixa. Réplicas estão cada vez melhores.
Sorrio para a resposta dele, afinal estava esperando que realmente mandasse mensagem. Claro que gostaria de contrariar, mas hoje não estou no clima.
Leio e releio o PS que ele me mandou, e começo a montar um quebra cabeça. Dentro da maleta, com toda certeza, continha joias que não poderiam sair pelo controle. Elas estavam saindo pelas portas dos fundos. A contagem do estoque está perfeita. Os cofres estão certos. Mas tem desvio de dinheiro de alguma forma.
Não estamos obtendo lucro na loja de Milão, tem entrada de mercadoria lá e saída daqui. Meus lançamentos são feitos simultâneos, lá e aqui. Mas as lojas de Istambul estão corretas sempre com lucro e batendo certo.
Alguma coisa não está me cheirando bem. Todas as minhas pedras que vão para lapidação têm uma estrela que fica invisível a olho nu. Mas analisada por um especialista, é possível ver o que a torna uma peça original. Em pedras falsas, não é possível lapidar.
Sem pensar, eu ligo para o setor de criação e peço uma bandeja de ametista, pedras que não têm o mesmo valor de outras mais caras. Mas, que eu uso muito com ouro negro e pérolas negras, o que é raro tornando a peça especial e com preços elevados. Alguns minutos depois, Zeynep entra e traz uma caixa pequena com algumas ametistas dentro. Eu lhe agradeço. Olho para o relógio que está marcando 18 horas e 30 minutos.
Arrumo minhas coisas e coloco a caixa com as pedras dentro da minha bolsa.
Saio do escritório pegando a chave do meu carro que está na garagem, como não estou de moto levarei uns 30 a 40 minutos para chegar à minha residência.
Desço até a garagem e entro no carro dando a partida e saio do prédio. Dirijo pelas ruas de Istambul bastante movimentadas.
Meu celular toca e é Yamaç me ligando. Eu o atendo e ele me pergunta se estou bem e se o louco do Arik está me perseguindo. Eu respondo que sim e ele fala que tinha certeza disso e que eu estava gostando só pelo tom da minha voz. Ele sabia que eu não ia continuar com o jogo que ele presenciou ter começado e pediu para eu ter cuidado. Mas, que ligou, porque ficou sabendo através de algumas fontes que existia uma venda ilegal de joias rolando. Eu disse que estava desconfiada de algumas coisas que poderiam estar ligadas à minha joalheria, iria checar e ligaria para ele assim que pudesse, investigaria melhor.
Yamaç falou que também investigaria com mais detalhes, desligando o telefone.
Entro na garagem de casa, estaciono o carro e subo para o meu apartamento.
Como é bom estar em casa depois de uma semana fora!
Olho no relógio e vejo que já são 19 horas e 30 minutos, me demorei mais que o planejado.
Meu loft não tem parede nenhuma, quis fazer bem moderno, com porta de entrada, sala e ateliê, uma cozinha e mais para o fundo, minha cama que fica de frente para o banheiro, não tem parede nem no banheiro.
Eu fiz como uma caixa toda de vidro que fica de frente para a cama. Tenho um chuveiro e uma banheira branca de louça meio oval. Então meu banheiro é todo transparente.
Não costumo receber visitas em casa, mas se vier tenho um lavabo, o único cômodo fechado no loft.
Tiro minha roupa e entro no chuveiro, tomo um banho energizante antes da chegada do meu visitante.
Ligo uma música, às vezes não gosto de ficar em silêncio total. Tenho várias play lists que vou fazendo, tais como música brasileira, turca, rock, anos 80 entre outras. Escolho uma pasta de folk/indie rock que eu considero música alternativa.
Escolho cold a little heart - Michael Kiwanuka.
Entro embaixo da ducha do chuveiro e começo a escutar a música e sua melodia, o que faz lembrar-me dele.
Nossos corações frios que estão se aquecendo a cada encontro. Imagino seu rosto me olhando e só de imaginar que daqui a pouco ele vai estar em casa já fico com borboletas na barriga e muita ansiedade.
Ensaboo minha cabeça, e entro embaixo da ducha de olhos fechados, para repassar ficando de costas para minha cama.
Enquanto a água escorre, sinto como se tivesse alguém me olhando e por instinto olho um pouco para trás eu o vejo!
Me olhando sentado na minha cama.
Assusto-me um pouco e ele se levanta e vem até a entrada do chuveiro.
- Senhorita Helena, estou tendo uma visão e tanto da sua cama!
Fiquei observando todas as curvas do seu corpo.
- Como você entrou na minha casa?
- Não esperava essa pergunta. E sim, um convite para entrar com você no banho.
Sacudo os ombros como se não tivesse nem aí.
Olho de novo para ele que estava me observando e vejo que só está com a regata branca, mais sexy que já vi, colada no corpo, aqueles ombros à mostra, desci os olhos até sua calça cinza e justa.
Meu corpo pegou fogo só de vê-lo à minha frente.
Eu preciso ver esse homem sem roupa, se não vou enlouquecer.
Eu continuo embaixo do chuveiro sem me mexer e ele continua me observando, solto um gemido bem baixo. E perdendo as forças eu falo:
- Estou cansada de lutar e hoje você jogou uma bomba na minha mão e foi embora, fiquei tensa com tudo isso e entrei embaixo da água para ver se tudo alivia. Quer se juntar a mim?
- Achei que nunca iria me fazer esse pedido, você sempre me surpreendendo.
O silêncio invade, escuto algumas peças de roupas serem jogadas no chão.
A minha ansiedade cresce, um calor grande invade meu corpo, juntando com o calor do chuveiro. Como se o apartamento inteiro fosse pegar fogo, os segundos em expectativa viraram minutos eternos. Eu queria olhá-lo inteirinho, mas me contive tentando me acalmar mentalmente, teremos muito tempo para isso.
Sinto Arik entrando no chuveiro, cada vez mais próximo a mim. Fica em pé nas minhas costas e coloca as duas mãos na parede fazendo com que eu fique pequena perto dele e presa entre a parede de vidro e o corpo quente dele. Sinto sua ereção na minha bunda e uma vontade de por as mãos nela e nele inteiro. Contenho-me, esperando ansiosa o que ele vai fazer.
-Arik, o que você está fazendo? O que nós estamos fazendo? Onde isso vai parar?
Ele tira uma das mãos da parede e afasta bem os cabelos do meu pescoço me dando um beijo e subindo para minha orelha e começa a falar no meu ouvido.
- Eu quero você, nunca uma mulher mexeu tanto comigo, fiquei doido por uma semana sem poder ver você por perto. Eu não aguento mais esperar, estou louco para ter você. Hoje tive que me controlar muito para não te foder no escritório.
Fico mais paralisada enquanto ele fala e muito excitada, um homem maravilhoso desse dizendo tudo isso no meu ouvido, perco o pouco de juízo que ainda me resta.
- Arik, você está me pedindo permissão? Porque até agora nunca me pediu para nada.
-Ah Helena, ah, sempre me surpreendendo, mesmo eu já me acostumando. Só te aviso uma coisa, quando começar, eu não vou mais parar, e vai ser difícil se livrar de mim.
- Quem disse que eu quero que pare?
Arik cheira meu ouvido e o beija e enrosca sua mão em meu cabelo puxando um pouco minha cabeça, a virando e me fazendo olhar nos olhos dele que estão tão perdidos quanto eu, não consigo enxergar nada neles, só uma nuvem embaçada assim como nos meus.
Ele me vira e começamos a nos beijar fervorosamente como se um dependesse do outro. Ele engole a minha boca e eu a dele, com esse lábio maravilhoso que ele tem. Não consigo me conter e começo a passar as mãos nele, no peito definido, vou descendo nas costas, essas costas fortes e lisas.
Faço o caminho até chegar à sua bunda dura e redonda, deliciosa. Ah, que bunda! Ah, Allah, Allah! Ele começa a gemer na minha boca como se pedisse para eu continuar enquanto também explora meu corpo me deixando mais excitada.
Tiro a mão da sua bunda e vou devagar fazendo o caminho da cintura até chegar em seu pau, que está ereto e super excitado. Passo a mão nele todo, sentindo e explorando, eu já senti o gosto dele na minha boca.
Arik geme enquanto me beija, e passa a mão pelos meus seios, me deixando mais molhada. Desce as mãos pela minha cintura, chegando até a minha entrada. Coloca os dedos compridos dentro de mim, fazendo com que eu gemesse mais e mais. Nós dois estamos nos tocando e estamos prontos um para o outro.
Ele para de me beijar e tira a mão dele e segura a minha mão. Olha bem no meu rosto e fala:
- Helena, eu preciso de você aqui e agora. Não aguento mais esperar, penso nisso há dias.
Olho nos olhos dele que estão fervendo, me encara mordendo sua boca de canto.
Eu estou perdida nesse homem lindo e encantador.
Eu não respondo nada. Não consigo responder, só volto a beijá-lo. Ele me encosta na parede do chuveiro e com a maior naturalidade me levanta e enrosca minhas pernas em volta da cintura dele. Eu estou pronta para ele, como nunca estive para nenhum outro homem.
Arik vai me penetrando devagar e eu vou sentindo ele entrar em mim, me preenchendo lentamente, como se fôssemos feitos um para o outro. Sinto-o se encaixar em mim e eu nele. Olho para o rosto perfeito dele, ele encosta a barba mal feita em meu rosto que me causa um arrepio, eu enrosco meus dedos em seu cabelo e puxo levemente.
Ele fala no meu ouvido que eu sou dele, toda dele....