Night Stars [CONCLUÍDA]

CÁPITULO 19💜

"Honestamente, eu sinto sua falta Mas agora eu vou apagar você Porque isso vai doer menos Que ter ressentimentos." - Spring Day, BTS.

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— Você tem cinco minutos. — a enfermeira disse, contando as notas altas de dinheiro que lhe foi entregue.

Ao observar a mulher dar meia volta e entrar em uma sala, Yoongi se apressou para entrar no quarto de hospital. Estava totalmente absorto do que acontecia ao seu redor, tanto que não escutou muito do que a enfermeira lhe dissera sobre os cuidados que deveria ter. Quando pôde voltar aos eixos, notou as mãos trêmulas enquanto rodava com dificuldade a maçaneta de ferro e abria a porta.

No entanto, Yoongi encarou o chão depressa quando a imagem do quarto apareceu sob seus olhos. Respirou fundo tentando dominar o amargor em seu peito, se sentindo inteiramente derrotado. Cada centímetro do seu corpo em efervescência.

Fechou a porta atrás de si com cuidado como se o silêncio do quarto absorvesse a tensão. Mas não havia silêncio, os sons das máquinas pareciam lhe perfurar o cérebro. Nisso, Yoongi apertou os olhos com força tentando manter o seu autocontrole, apoiando as costas na madeira fria que era a porta atrás de si.

Mas o tempo estava passando e teria de uma hora ou outra aguentar aquilo. Incerto, decidiu seguir como o seu psicólogo orientou para que se acalmasse. Que contar até cinco, ajudaria. Obviamente de primeiro momento Yoongi dera risada daquela idiotice, mas agora nada fazia tanto sentido.

— Um, dois... tr... — engoliu em seco. —... três... á merda com esse números. — Resmungou rouco e abriu os olhos de uma vez.

Entorpecido, Yoongi andou em passos lentos e arrastados que o fizera se aproximar da cama de hospital. De princípio, encarou os aparelhos brancos que apitavam em um bip agudo. Logo veio consigo, a lembrança das piores circunstâncias que a vida havia lhe trazido. Onde, no momento em que as melhores pessoas foram lhe tiradas, fora aqueles aparelhos que deram sinal. E a qualquer momento aquilo poderia apitar novamente.

Baixou os olhos para a mulher naquela cama — a quem tanto evitava — e ao ver Jennie presa naqueles aparelhos, os joelhos de Yoongi foram de encontro ao chão.

Segurou com pressa a mão pequena que já não estava tão gélida como na noite anterior, mas ainda fria para um corpo que emitia tanto calor como o dela. Logo notou que os cabelos longos e negros fora escovados. O rosto bonito estava pálido e com manchas escuras debaixo dos olhos.

Se concentrou em respirar normalmente, quando sentiu a falta do ar em seus pulmões e um bolo em sua garganta. E para isso, Yoongi recordou das gengivas bonitas que Jennie mostrava sempre que sorria, algo que se assemelhava a ele. Mas que nem de longe eram equivalentes, já que Jennie sempre brilhava.

Dessa vez, Yoongi não conseguiu controlar as lágrimas que segurava e por fim, deixou que desabassem. Lavavam o seu rosto e caíam em gotas pelo queixo, descansando na mão que ainda segurava. Yoongi estava ciente de que lágrimas — ou somente por estar ali — iria desfazer seus erros. Mas estava bem assim, nunca seria merecedor do perdão de Jennie.

Então percebeu, que tudo aquilo e aqueles dias, o deixava frágil e vulnerável. O que acabava lhe assustando. Era algo novo e excêntrico para si, coisa que Jennie sempre despertava.

Com saudade, Yoongi permitiu-se pousar os lábios quentes no dorso da mão fria, demoradamente, sentindo seu peito rasgar de vez.

— Nini, por favor não se vá! Eu te... — engoliu em seco, combatendo as próprias palavras. — Por favor, fique.

Tremeu-se da cabeça aos pés, sentindo a dor latejante de seus joelhos combinarem com a de seu peito. Com uma pequena prece, pediu a quem quer que estivesse lhe ouvindo, a uma força divina, que Jennie saísse daquela cama viva. E com condição de que nunca mais iria importuná-la, pois ele só a fazia mal. Estava pronto para seguir o que fora lhe mandado, que obedeceria. Estava pronto para se afastar de vez.