Capítulo 7

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Ao abrir os olhos, na manhã seguinte, Anahi lembrou-se imediatamente do que acontecera durante a noite. Será que sua vida podia ficar ainda pior? Alfonso a pegara olhando para ele... Que constrangedor!

Ele a acordara às quatro horas para seu turno de vigilância. Depois de preparar um bule de café, Anahi pegara um livro e sentara-se na frente da janela da cozinha. Conseguira per­manecer acordada até às sete e meia, quando ele descera e a fizera subir novamente para dormir.

Olhou para o relógio. Eram nove e meia.

Puxando a coberta sobre a cabeça, desejou permanecer na cama o resto do dia, mas a escuridão lhe trouxe visões de um corpo moreno e nu passeando pelo quarto. Era tudo que ela precisava naquele momento: imagens eróticas no café da manhã!

Não queria encarar aquelas imagens em plena luz do dia, não queria olhar nem para o rosto de Alfonso, não queria vê-lo nunca mais em sua vida!

O que queria mesmo era sumir dali, e teria feito isso se não estivesse envolvida numa missão com o propósito pessoal de ajudar seu pai. Teria inventado qualquer mentira para ir embora, se não fosse por isso.

Mas precisava ser corajosa. Cuidadosamente, foi até a porta do quarto e olhou ao redor. Alfonso não estava no quarto, nem no banheiro.

Ótimo. Pelo menos adiaria um pouco mais o encontro, até que recuperasse o autocontrole.

Anahi deu uma corridinha até o banheiro e fechou a porta.

— Eeeghhh!

Ela parou e levou a mão ao peito, ao ver seu reflexo no espelho. Era óbvio que tivera uma noite horrível. Não dormira direito, passara muito calor, e seu cabelo estava horrível, como se tivesse colocado o dedo em uma tomada e levado um choque.

Tirou o short e o top que vestira para descer para o seu turno de vigia. Era um traje mais fresco do que o pijamão que havia vestido a princípio, e que só a sufocara de calor e não adiantara nada para manter seus pensamentos puros.

Entrou embaixo do chuveiro, e a água quente restaurou seus músculos doloridos. O colchão de ar não era confortável como uma cama, mas não tinha alternativa. Teria de aguentar aquilo até que agarrassem os bandidos.

Relutante ela saiu do chuveiro, secou-se e escovou rapi­damente os dentes. Vestiu uma calça verde-escura, tênis e uma blusa branca sem mangas sobre um top limpo, prendeu o cabelo e se fez apresentável.

Ao passar pelo espelho, não pôde deixar de fazer uma careta. Não queria parecer sufocada, por isso desabotoou o primeiro botão da blusa. Melhor. Então desabotoou mais um. Bem melhor.

Agora estava pronta para encarar o dia... E Alfonso. Bem, talvez não estivesse pronta para encarar Alfonso, mas quanto mais adiasse o confronto, mais difícil seria.

O barulho de panelas e o aroma de bacon fritando, chegou até ela, enquanto descia a escada em direção da cozinha. Hesitante, entrou.

— Bom dia. — cumprimentou Alfonso, olhando para ela para logo em seguida desviar a atenção para o que estava fazendo. — O café está pronto. Espero que goste de bacon e ovos.

Era surpreendente como ele parecia à vontade parado na frente do fogão, com um pano de prato preso no cós da calça jeans. Nunca imaginara que ele fosse o tipo de homem com aptidões culinárias.

Anahi ficou mais tranquila. Alfonso agia com naturalidade, como se nada tivesse acontecido.

— Como gosta dos ovos?

Ela pegou o bule de café, cheirou e abriu o armário para pegar uma xícara.

— Geralmente não como nada de manhã, só tomo café.

Perigosamente JuntosOnde histórias criam vida. Descubra agora