FINAL

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— Você realmente deveria ter mais cuidado. É muito peri­goso ter todas essas caixas no caminho. Para não mencionar a poeira que suja seu terno. 

Alfonso surpreendeu-se ao vê-la tão calma. Mesmo que o reforço chegasse nos próximos minutos, poderia haver um tiroteio.

— Eu lhe disse que corresse. Por que não o fez?

Ela limitou-se a encolher os ombros.

— Como se eu precisasse ter medo de Al. — Anahi per­correu o olhar por ele, como se estivesse diante de um inseto prestes a ser esmagado. — Além do mais, quando eu corro à noite, meu coração acelera e eu levo horas para conseguir dormir.

— Bem, provavelmente dormirá bem esta noite, no fundo de um rio.

De todas as mulheres, por que fora se interessar por aquela?

— Oh Alfonso, não seja tão dramático.

Ele, dramático! Alfonso contraiu o maxilar. Ele lhe mostraria quem era dramático se conseguissem escapar vivos dali.

— Anahi.

— Calem a boca! — Al gritou agitando o revólver, a mão direita começando a se contrair. Alfonso respirou fundo, esperando que Al não puxasse o gatilho.

— Al, você não parece bem. — Anahi mostrou preocupação. — Seu rosto está todo manchado.

— Ela tem razão. — Winston apontou desnecessariamente.

— Não vai vomitar ou coisa parecida, vai?

— Não! — A voz de Al soou tão aguda que poderia ter rachado um cristal. — Cale a boca! Quero todos de boca calada!

— Ei, o que é isso? — Barry se curvou e pegou o rádio que Anahi havia chutado para debaixo da cadeira.

Os olhos de Al pareciam saltar das órbitas.

— Um rádio da polícia, idiota.

Seu corpo começou a tremer tanto, que Alfonso esperou que ele fosse se partir em pedaços. Quando ela abriu a boca, Alfonso soube instintivamente, que nada de bom iria acontecer.

— Você não tem mais chances, Al. — Anahi apoiou as mãos nos quadris e olhou fixamente para ele. — Deveria desistir.

— É tudo culpa sua! Minha mãe me avisou a respeito de mulheres como você.

— Que pena que você não a escutou. — Anahi sorriu maliciosamente.

Al resmungou e ergueu o revólver. Alfonso se jogou nos pés dele, enquanto Anahi girava o corpo e o chutava. O revólver escapou da mão de Al, ao mesmo tempo em que Alfonso desfechou um soco na mandíbula do homem.

— Cuidado! — Anahi gritou.

Barry ergueu o braço, pronto para atingir a cabeça de Alfonso com a alavanca. Mas o aviso de Anahi deu-lhe tempo suficiente para pular e rolar no chão.

Em um rápido movimento, Anahi desceu o braço em um perfeito golpe de karatê. Com uma pontaria perfeita, ela o chutou na virilha. Barry se dobrou, sem poder respirar.

Winston a agarrou por trás. Anahi se curvou e dobrou um dos joelhos. O chefe do clã dos Meredith voou por sobre os ombros dela, aterrissando no chão com um gemido.

— Sou seu amigo! — O grito de George ecoou no armazém. — Eu lhe dei um punhal.

— Acalme-se George. — disse Anahi.

Alfonso olhou ao redor. As mãos de Barry estavam entre as pernas e ele tossia. O velho parecia entorpecido. Al não se movia.

Anahi poderia ao menos ter dito que sabia defesa pessoal... Visões povoaram sua mente. O chefe havia mencio­nado que Anahi sabia se cuidar. Angie lhe dissera a mesma coisa. Mesmo Anahi tentara lhe dizer. Ele olhou para ela, que deu de ombros.

Perigosamente JuntosOnde histórias criam vida. Descubra agora