Capítulo 10

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— Trudy! Trudy, meu botãozinho de ouro... Por favor, me perdoe! — A voz de George soava como um choramingo.

— Vá embora, George! Amanhã vou para a casa de mamãe! Eu deveria ter dado ouvidos a ela e não ter me casado com você.

Seguiu-se um longo gemido.

Anahi abriu os olhos devagar, achando que tinha sonhado com George e Trudy.

Onde ela estava? Não estava no colchão de ar.

Não... Estava na cama de Alfonso. Agora se lembrava. Mas por que cargas d'água fora sonhar com George e Trudy, com tanta coisa melhor para sonhar?...

Então, os eventos da noite voltaram rastejando para sua mente, confusos e enevoados. Será que... não era sonho? Era verdade, estava realmente ouvindo as vozes daqueles dois malucos?

Virou-se na cama e quase gritou ao dar de cara com Alfonso olhando para ela, imóvel.

— Por favor, meu docinho de coco, você está me magoando... Por favor, venha para casa.

— Que interessante, não? — Murmurou Alfonso baixinho. — Nosso vizinho de repente perdeu o sotaque...

A voz de Alfonso a despertou por completo. Ela entendeu o que acontecera. Eles haviam adormecido, cada um do seu lado da cama, mas aquele maldito casal vizinho os acordara, com seus gritos.

— O que está acontecendo? — Ela perguntou.

— Creio que George está no nosso gramado, querendo levar a esposa de volta para casa. — disse com a voz ainda pesada de sono. — Ele quer que Trudy abra a porta.

Anahi esfregou os olhos e olhou para ele. O luar pene­trava pela janela e ela podia ver bem os traços do rosto dele. Ele estava usando só a calça do pijama, e o peito másculo e tentador estava ali, ao alcance de seus dedos.

— Eu comprarei um bracelete para você, amanhã. Prometo.

— Você me acusou de estar flertando, George.

— Desculpe, amor... Você ê uma mulher desejável, me deixa louco... Não pode me culpar por ser ciumento!

— Ele prometeu o bracelete a ela. Aposto dez dólares como ela vai voltar para ele.

— Topo. Ela vai querer a joia.

— Como pode ter ciúme quando eu disse que jamais olharia para outro homem? — Trudy lamentou-se.

— Por favor, amoreco... Eu comprarei os brincos que você tanto gostou, também. O bracelete e os brincos, está bem? Por favor, volte para casa comigo.

— Promete que vai comprar os brincos também? Os grandes?

— Sim, meu amor, eu prometo... E também compro o colar, se você quiser, meu potinho de mel...

Alfonso e Anahi puxaram o cobertor sobre a boca para abafar o riso. Que dupla ridícula...

Em seguida, ouviram a porta da frente se abrir e fechar. Aparentemente, Trudy tinha decidido que ficaria com George e ia voltar para casa.

— Trudy, mia cara. Eu nunca a magoarei novamente...

As vozes deles foram se distanciando.

— Pronto, eles se foram.

Alfonso ergueu uma sobrancelha.

— Acho que já posso voltar para a sala e retomar meu posto de observação.

— Sim... Pode.

Fez-se uma pausa tensa.

— Ou então... Poderia ficar aqui, mesmo. — acrescentou Anahi. — Duvido de que eles façam alguma coisa esta noite.

Perigosamente JuntosOnde histórias criam vida. Descubra agora