Capítulo 9

473 42 6
                                    

Droga, onde estaria Anahi? Alfonso olhou para a casa vizinha e franziu as sobrancelhas. Ninguém à vista. Ainda bem, porque seria difícil seguir os criminosos a pé.

Se houvesse necessidade, poderia alertar alguém no depar­tamento para fazer uma perseguição aos suspeitos.

Por que Anahi saíra, afinal de contas?

Ele já sabia a resposta. Ficou aterrorizado a respeito da segurança dela quando a viu entrar em casa com Trudy e se descontrolou depois que a mulher se foi.

Seu único pensa­mento foi: e se fosse Winston Meredith, o pai?

Leu a ficha criminal dele: brigas, afrontas por bebedeira, prisões. A lista era enorme.

Anahi tinha sido policial e provavelmente sabia defesa pessoal. Mas não significava que pudesse defender-se sozinha do chefe do bando dos Meredith. Ele a reduziria a pedacinhos.

A porta da frente se abriu. Alfonso vacilou. Os passos dela eram quase silenciosos e ele não se virou para olhar.

— Foi estupidez sua pegar o carro.

— Sei que você poderia chamar alguém para segui-los caso eles saíssem.

— Este caso é meu. Já disse que faremos do meu jeito.

— Não acontecerá novamente.

— Tenho certeza que não.

O telefone celular dele tocou.

— Alô?

— Nada ainda? — Joe perguntou.

— Fizemos contato com a esposa de George. — Alfonso res­pirou fundo. — Ela esteve aqui.

— Primeiro George, agora a esposa. Poderá facilitar colher alguma informação. Está tudo calmo demais. Alguma coisa tem que acontecer logo.

— Eles não saem de casa. Não fazem nada.

— Realmente, tocaia é uma coisa maçante. — Joe clareou a garganta. — Você e Anahi estão se dando bem?

Alfonso ergueu uma sobrancelha.

— O senhor tem uma filha muito teimosa.

Joe sorriu.

— Sim, eu sei. Eu mesmo te disse isso, lembra?

Os dois conversaram durante mais alguns minutos antes de desligarem. Alfonso balançou a cabeça ao fechar o celular. O chefe parecia mais preocupado com a vida amorosa da filha, do que com a investigação policial. Ele era um ótimo pai.

Alfonso apenas encontrara-se com Gabe brevemente, mas ele era muito simpático. Droga, toda a família Nelson parecia muito divertida.

Incluindo Anahi.

Alfonso sentou-se numa das cadeiras da cozinha e esticou as pernas à frente, cruzando os pés. Havia muita coisa em Anahi que ele começava a apreciar, e tinha vontade de conhecê-la melhor. Mas ela não namorava com policiais, e ele tinha outra prioridade, que era o seu trabalho. Não deixaria que ela interferisse em sua vida.

De repente, Alfonso avistou um movimento e se aprumou na cadeira, olhando pela janela. No mesmo instante, Anahi entrou na cozinha, com as sobrancelhas erguidas.

— Parece que nossos vizinhos têm visita. — sussurrou ela.

— É o que acabei de perceber.

Alfonso observou a mulher que se aproximava da porta da frente da casa ao lado. Era magra e vestia um uniforme. Carregava um pacote e olhou para os lados antes de empurrar os óculos mais para cima do nariz e tocar a campainha.

Perigosamente JuntosOnde histórias criam vida. Descubra agora