Capítulo 8

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Alfonso parou no quarto quanto ouviu a porta da frente abrir e em seguida fechar. Alisou a colcha e endireitou os travessei­ros. Não poderia ser acusado de não cuidar de si mesmo.

Inspecionou o quarto. Estava tudo em ordem. Tinha até limpado o banheiro, pendurando a toalha úmida de Anahi para que secasse.

Pensar em Anahi se enxugando com a toalha lhe provocou uma ereção. O que a vida estava fazendo com ele?

E o que ele tinha feito naquela manhã? Falara sobre piqueni­ques, futebol e fazer amor sob as árvores. E não estava tentando fazê-la fugir. Na verdade, estava louco para fazer sexo com Anahi.

Apoiando as mãos no balcão do banheiro, Alfonso olhou para seu reflexo no espelho.

— Você vai estragar toda a operação se não parar de pensar nessa mulher. — falou em voz alta.

Ao ouvir vozes, ele saiu para o hall e debruçou-se no corrimão para olhar para baixo.

Com quem Anahi estava conversando? 

Essa não, ela estava acompanhada por uma mulher que ele não conhecia. Havia previsto que Anahi ia aprontar alguma das suas, saindo sozinha.

— Oh, não posso lhe mostrar o andar de cima, Trudy. Ainda não está em ordem.

A mulher fez um gesto com a mão.

— Oh querida, não se preocupe com isso. George e eu também somos recém-casados. Nós praticamente moramos no quarto! — Ela deu um tapa nas costas de Anahi, quase a derrubando no chão.

Então, aquela era a esposa de George...

Alfonso olhou atentamente para a mulher. Peituda era pouco para descrevê-la. A camiseta se ajustava ao corpo dela como uma luva, as listras horizontais ressaltando os seios enormes. E ele nunca vira um short tão curto como aquele.

O sotaque italiano da mulher era tão falso quanto o do marido. Obviamente, eram feitos um para o outro. George com suas correntes de ouro e sapatos de verniz, e ela com os cabelos platinados, penteado bufante e saltos altos com short. Forma­vam um casal perfeito. Alfonso conteve uma risada, quando a mulher de George olhou para cima.

Logo em seguida ficou irritado. Por que Anahi havia trazido àquela mulher para dentro de casa? Não deveria tê-la deixado sair para correr. Em vez da mulher, ela poderia muito bem ter topado com o irmão mais velho de George, Barry. Aqueles bandidos eram perigosos, e sabe-se lá o que poderia ter acontecido se ela tivesse encontrado um deles. Como se defenderia de alguém quatro vezes maior? Teria de falar com ela na primeira oportunidade.

— Eu adoro aquela sacada no andar de cima de sua casa! — Exclamou Trudy. — É tão charmosa... Sempre quis vê-la de perto.

Anahi agarrou a mulher pelo braço.

— Deixe-me primeiro lhe mostrar o andar térreo.

Alfonso olhou ao redor. Droga, o colchão de ar! Não podia deixar que a mulher visse aquele colchão no outro quarto, ou ela desconfiaria de alguma coisa. Correu até lá e tirou o tam­pão, mas o colchão não esvaziou. Droga, tinha uma válvula de segurança. Levaria horas para esvaziá-lo!

O que faria?

O armário!

Tentou, mas o colchão não cabia no armário. Não havia escolha. Teria de escondê-lo em seu quarto.

Depois de abrir a porta e se certificar de que não havia ninguém à vista, atravessou o hall em direção ao seu quarto. Entrou com o colchão e tentou colocá-lo debaixo da cama, mas uma parte ficou aparecendo.

Perigosamente JuntosOnde histórias criam vida. Descubra agora