Capítulo 5

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Como ainda não havia nenhuma mobília na casa, Alfonso levou Anahi até a escada e a fez sentar-se. Ela estava mortalmente pálida.

— Meu pai, um policial de rua? — A voz dela saiu trêmula. — Isso não pode acontecer. Ele trabalhou muito para chegar onde está. Essa remoção o matará. Como ele irá aguentar os policiais mais jovens e inexperientes?

— Mas o que aconteceu, afinal? — Alfonso perguntou a Angie.

— A casa do prefeito foi roubada esta manhã. — ela expli­cou. — Os ladrões roubaram trinta mil dólares em joias de sua esposa. E também um vídeo que ele tinha no cofre. De valor sentimental. A mãe dele está no vídeo, o último que ele tem com ela. O prefeito está furioso.

— Certamente ele não acha que são esses tolos da casa vizi­nha? — Alfonso perguntou incrédulo.

— Aparentemente, está combinado. — respondeu Angie. — Pegam as coisas e fogem, deixando rastros e um bilhete dizendo que o bandido mascarado atacou novamente. Dessa vez deixaram também uma marca de óleo na entrada da casa do prefeito. Mas isso não é tudo.

— Tem mais? — Anahi perguntou. — O que eles fizeram? Roubaram a casa do juiz também?

— Quase tão ruim como isso. — Angie meneou a cabeça.

— O prefeito estava tomando o café da manhã com um gru­po de empresários para tentar levantar fundos, explicando como estava trabalhando em parceria com a polícia com o objetivo de prender criminosos, quando foi notificado do roubo. Ouvi dizer que seu rosto ficou vermelho de tão transtornado.

E com isso, parece que ele não conseguiu a confiança dos empresários para que fizessem contribuições.

— Esse é o segundo roubo feito à luz do dia. Os ladrões serão pegos, mais cedo ou mais tarde. — declarou Alfonso.

— Desta vez quase foram. — Angie sentou-se ao lado de Anahi no degrau, tirou os sapatos de salto altos e massageou um dos pés. — A caminhonete deles quebrou. Eles deixaram tudo para trás, menos o conteúdo do cofre. A caminhonete era roubada, e estamos procurando impressões digitais.

— Meu pai não pode ser responsabilizado por isso. — Anahi balan­çava a cabeça, desconsolada.

— Já foi. — Angie murmurou. — O prefeito foi pego desprevenido. Ele quer os suspeitos na cadeia.

— Meu pai está fazendo tudo o que é humanamente possível para agarrar esses meliantes. O prefeito sabe muito bem, que meu pai precisa ter provas para mandar prender.

Alfonso notou que o rosto de Anahi recuperava a cor, a palidez dando lugar a um rubor de indignação.

— Esses miseráveis não vão escapar! Não vou deixar que ninguém faça essa injustiça com meu pai.

— Essa luta não é sua, Anahi. Você deixou de ser policial quando entregou o distintivo e a arma...

— Ser policial não é um distintivo! É um estado de espírito. Eu não vou me afastar do caso, não agora que meu pai está nessa situação!

— Ela está com a razão Alfonso. Eles não suspeitarão de nada enquanto Anahi permanecer à vista. Se ela desaparecer, fica­rão desconfiados.

— Não gosto nada disso. — Alfonso balançou a cabeça. — E creio que o chefe tampouco ficará satisfeito. Ele disse que pode haver mais pessoas envolvidas. Alguém está dando ordens. — Ele parou pensativo. — Não, a situação pode se complicar, e não quero que Anahi esteja envolvida.

— Se papai não me considerasse capaz de cuidar de mim mesma, ele não teria me encorajado a ser policial. E não teria me pedido para ajudar neste caso, mesmo eu tendo decidido mudar de profissão.

Perigosamente JuntosOnde histórias criam vida. Descubra agora