O Terceiro Lugar.

2.2K 107 113
                                    

A sensação de encontrar seu nome naquela maldita lista é indescritível, o seu coração para, você não respira e o primeiro pensamento que se passa na porra da sua cabeça é "Eu estou sonhando?" ou "Eu realmente consegui?". Quando fecho os meus olhos eu saboreio essa maravilhosa sensação, você é o orgulho de todos, o centro do universo e todo seu esforço valeram a pena. O esforço foi recompensado. Depois de uma semana em que soube o meu resultado, eu ainda não conseguia crer que era real. Eu fui classificada em terceiro lugar em uma das melhores faculdades do mundo, Griffin University no curso de Enfermagem.

Deve estar se perguntando: "Por que não medicina?" Essa frase é muito chata e pretensiosa em vista da grandiosidade do ramo científico do curso que escolhi, mas foi o que minha mãe me disse. Se eu fosse para a medicina seria por pressão. Eu queria mesmo a enfermagem, bastou que eu mencionasse a Universidade Griffin para que ela logo me exibisse como um troféu para os vizinhos e a parte esnobe da família. Tudo bem, não tinha problema, eu estava feliz.

Eu pensei que aquele seria o auge dos meus problemas: Conflito com a mãe superprotetora que acha que deve escolher  o seu futuro. Como eu queria que esse fosse... O meu maior problema.

X

Alguns meses atrás:

Abri meus olhos aquela manhã, e estava feliz por ja ter me matriculado e estava feliz por horas de estudos para o vestibular terem resultado em algo. A recomendação do professor Nakamura de Sociologia e História ajudou bastante na obtenção de uma bolsa que permitia que meus pais pagassem pouco pelos meus estudos. As melhores faculdades no Japão eram pagas e a Griffin era uma delas. A instituição ficava na antiga cidade de Konoha, um local bastante miscigenado, estudantes do mundo inteiro paravam ali. Logo, a população da cidade reunia muitas culturas. Eu mal podia esperar para estar lá.

x

Me perdia na paisagem do lago Arisu e as montanhas ao seu redor. Sairia de casa, de perto das brigas incessantes dos meus pais mesmo após o divórcio. Ficaria longe das hipocrisias do meu pai.

Ser calouro da Griffin tinha suas vantagens, havia um trem que nos levava para o campus que eu só havia visto uma vez no dia da matrícula. Eu estava em uma cabine em um trem específico para os alunos de lá. Era um transporte muito moderno com uma decoração rústica. Era como um trem antigo, porém com o maquinário todo moderno. Estava bastante ansiosa, sentia a brisa em meu rosto e o sol estava agradável, o dia não estava quente nem muito frio... O universo parecia conspirar ao meu favor. Meus pensamentos voltaram à algumas horas atrás com a minha mãe.

"-Você pegou calcinhas suficientes?

-Mãe! -Disse irritada andando ao seu lado no meio da estação.

-Só estou preocupada! -Se justificou Mebuki Haruno. Paramos na porta de embarque. Ela me encarou com seus olhos verdes, havia um brilho de lágrimas prestes a cair.

-Ah... Vamos, não fique assim! Estamos há algumas poucas horas de distância. Eu sempre visitarei você. -Sorri.

-Eu sei, eu só estou muito orgulhosa! -Disse Mebuki finalmente deixando algumas lágrimas rolarem. Abracei com força a minha mãe.

-Se cuida meu bebê! -Ela fungava.

-Não se preocupe, eu ligo sempre até você enjoar. -Disse me soltando minimamente do corpo dela.

-Seja uma boa garota. Se cuide. Se precisar de mim... Sabe que eu vou correndo. -Nos encaravamos.

-Eu sei! Eu te amo! -Disse abraçando-a mais uma vez.

-Eu também te amo. -Sentia o abraço materno dela e agradecia internamente por ele antes de soltá-la. Lhe dei um beijo na bochecha entrando no enorme trem destinado ao campus. Olhei para trás lhe dando um sorriso e um aceno breve e ela sorriu ainda com os olhos carregando um brilho choroso. "

One way, or Another. Onde histórias criam vida. Descubra agora