Haryalyë melmenya

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 Pov Legolas

— Sinto muito amigo, sei que Dáin pensará no que disse. — Gimli suspirou aflito, apoiando-se em seu machado. — Mas os anões de Erebor ainda guardam mágoas de seu povo. — Segurei o seu ombro e sorri.

— Seu apoio me fortalece em meio a tudo isso.  — O anão segurou o meu braço e o relinchar inconfundível denunciou a chegada do cavalo negro. 

— Este não é o cavalo de Taurwen? — Gimli disse sem acreditar, enquanto o observa de cima a baixo.

— Sim, apareceu a alguns dias antes da minha partida. — Engoli o nó que passou a se formar na minha garganta, pois toda vez que olho para Elrohir, a imagem de Taurwen em sua montaria com seus longos cabelos levemente dourados esvoaçantes toma meus pensamentos. 

— Não acha isso estranho? — Gimli perguntou voltando a sua atenção para mim, enquanto a acaricio a crina do cavalo negro que me encara profundamente. 

— Acredito que infelizmente ele não pôde tomar seu espaço para além do Oeste… — Suspirei. — Ela deve estar sentindo tanta falta. 

— Acredite, Legolas… — Nossos olhares se encontraram. — Não é só dele que ela sente falta. — Tentei sorrir o mais convincente possível, para tentar esconder a profunda tristeza que sinto em meu coração. 

— Por muito tempo fugi das minhas obrigações. — Montei Elrohir e encarei Gimli uma última vez. — Preciso resolver está guerra, para enfim ficar em paz ao lado daquela a quem amo. — Elrohir se virou e partiu com toda velocidade. 

Quando nos afastamos um pouco do reino anão, não pude evitar as lágrimas pelo vazio que a tempos já sinto em meu coração. 

Haryalyë melmenya, Legolas Greenleaf. (Você tem meu amor, Legolas Greenleaf) — Sua voz doce sempre me persegue, consequência da saudade que me consome. 

Um dia depois [...]

Ao chegar nos portões estranhei pelo fato de ter mais soldados que o normal e Tauriel não se fazer presente, pois é seu horário de vigia. Todos fizeram uma breve reverência e eu desci do grandioso cavalo negro, que parece estar agitado.

— Onde está Tauriel? — Perguntei para o guarda responsável.

— O senhor não está sabendo? — Franzi  minhas sobrancelhas. — Tauriel está deixando seu posto, a cerimônia da nova guarda está… — O que? Tauriel deixará seu posto?

Sem ao menos esperar por suas palavras finais, rapidamente montei em Elrohir que correu mais rápido que o normal. Ouvi altas palmas vindo do salão aberto e o cavalo negro subiu os lances de escadas até lá. 

Chegamos na entrada, a qual as portas estão fechadas e as palmas pararam, dando lugar para alguns murmúrios. Tentei segurar as rédeas de Elrohir na espera dos guardas abrirem, mas o cavalo negro está indomável querendo ultrapassá-las a qualquer custo. 

Assim se levantou e empurrou as duas portas que fez um ruído alto, olhei para os arredores estranhando o porquê de praticamente todo o povo estar aqui. 

Olhei para o chão coberto de pétalas de rosas vermelhas e segui o caminho por entre os soldados, me deparando com…devo estar ficando louco! Estreitei meus olhos a fim de enxergar o que já está nítido, mas não provável de se acreditar.

Taurwen se curvou e eu rapidamente desci de Elrohir, parando na sua frente com medo de tocá-la e não ser ela, apenas um delírio. Com cuidado segurei seu queixo, enfim podendo concluir que mesmo estando perto, não cheguei no estado de loucura. 

Seu olhar verde como os longínquos campos verdejantes encontraram os meus, sinto a sua pele macia como as pétalas das flores e sua boca vermelha como as rosas.

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