Precioso

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Éomer me observou com um olhar tenso e eu suspirei, apenas assobiando em chamado de Elrohir. 

— O que vai fazer? — O homem disse com os olhos brilhantes e apenas engoli em seco.

— Não é sobre apenas a minha intuição, mas as plantas e animais sussurram em meus ouvidos que estamos tomando o caminho errado. — Elrohir já está do meu lado e eu subi no mesmo, voltando a encarar o homem de cabelos dourados. — Se cuide e cuide de todos para mim! — Cobri a minha cabeça com o capuz e puxei as rédeas de Elrohir, dando meia volta.

Ao chegar na cidade com o cavalo, me deparei com uma longa faixa de boas vindas para mim.

Todos comemoram felizes e na medida em que passo, ninguém parece me reconhecer.

— Ouvi falar que as sombras estão retornando. — Franzi as sobrancelhas e olhei na direção dessa voz, me deparando com quatro senhores sobre uma mesa com grandiosas canecas de cerveja. 

— A visita do dragão não foi atoa. — O outro velho disse rindo com ironia. — Vejo que essa será mais uma ilusão de nossa paz! — Dei um toquinho em Elrohir para que o mesmo prosseguisse.

Enfim passamos dos locais mais cheios da cidade e já estamos próximos ao portão, mas um leve puxão na minha capa me fez parar.

— Minha senhora! — Fechei os olhos e respirei fundo ao ouvir novamente a voz daquele garoto da batalha dos portões negros. — Não irá nos deixar de novo, vai? — Olhei para trás e abaixei meu capuz, onde nossos olhares se encontraram. 

— Além de corajoso é esperto! — Sorri fraco para o mesmo que mantém sua expressão preocupada. — Passaria uma era inteira aqui se pudesse, mas infelizmente não tenho escolha. 

— Mas você vai voltar, né? — O garoto deu um passo à frente e engoliu em seco, parecendo ansioso por uma resposta.

— Me faça um favor? — O garoto desanimou ao não receber a resposta que queria.

— Claro. — Disse um pouco triste e desembainhei uma das minhas adagas.

— Algo cresce em meu coração e preciso que alguém me ouça… — Disse terminando de enrolar a adaga sobre um lenço e enfim estender em direção ao garoto que parece confuso, mas a pega mesmo assim. — Vá até Elder, o responsável pelos cavalos e peça para que ele junte sigilosamente os cavaleiros da minha antiga companhia, os quais já foram leais a mim. Assim que todos estiverem juntos, você irá comandá-los para vigiar os portões dos fundos e ficarem a postos. Acha que consegue fazer isso para mim?

— É claro! — Disse extremamente nervoso. — Mas minha senhora, achas que seremos atacados? 

— Será apenas uma prevenção… — Tentei dizer o mais calma possível. — Mas se algo acontecer, você tem minha confiança que dará conta de tudo! 

— Pode deixar comigo! — O garoto disse determinado colocando a sua mão no coração e fez uma breve reverência. 

Retribuí a mesma e então Elrohir prosseguiu o caminho para os portões que passaram a se abrir.

Ao ouvir o som das portas totalmente abertas fechei meus olhos e respirando profundamente o ar e inspirando vagarosamente.

Abri os meus olhos e ergui a minha cabeça onde enfim ultrapassamos para o lado de fora. 

Apenas penso que ouvir a nossa intuição causa uma grandiosa incerteza em nossos corações se realmente estamos tomando os caminhos corretos.

Gandalf sempre esteve ao meu lado e dizia que a intuição sempre foi a sua verdadeira aliada em tempos difíceis.

SilmalótëOnde histórias criam vida. Descubra agora