Ladrão!

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— Taurwen! — Ouvi a voz de Frodo distante, enquanto sinto meu corpo se mover bruscamente. — Você precisa sair daqui, vamos! — Abri levemente os olhos e sinto um calor inexplicável.

Meu corpo ainda está pesado por conta do sono profundo e meus olhos parecem não querer se abrir.

— Frodo? — Estreitei meu olhar e enfim enxerguei seu rosto com uma expressão preocupada. 

O Hobbit começou a puxar meu braço em desespero e ao ouvir gritos abafados do lado externo, me despertei de vez.

Rapidamente me levantei e peguei a minha espada que está brilhando em azul, fazendo meu coração acelerar.

— Você não pode sair assim, tem que se esconder! — Corri até a porta, mas Frodo puxou a minha mão me impedindo. 

— Diga para todos entrar em posição! — Ouvi a voz de um soldado gritar em meio a todos os gritos de desespero e sem pensar soltei a mão de Frodo, correndo por entre os corredores.

— Taurwen?! — Dei de cara com Lucy, subindo juntamente de Elboron que está assustado. — Mas você… 

— Se protejam, rápido! — Ver os dois em desespero me deixou ainda mais preocupada e sem pensar desci os poucos lances de escadas, indo direto para o salão principal.

— Abram as portas e tranque-as quando eu sair. — Disse para os guardas que não conseguiram disfarçar a surpresa ao me verem, mas assim fizeram.

Ao ir para o lado externo o calor eminente atingiu a minha pele, passei a mão por minha testa e agora pude notar o quanto suada está.

O povo da cidade termina de recuar para trás do palácio onde há uma área segura e ao olhar para o horizonte, tudo parou de fazer sentido para mim.

Um pouco além dos portões da cidade uma fumaça preta denúncia o incêndio que tomou os gramados, mas não parece ainda ter atingido Fangorn.

Elrohir chegou a mim sem ao menos precisar chamá-lo e sem pensar, montei no cavalo negro.

Após monta-lo, o cavalo passou a se virar para o lado oposto de onde está ocorrer tudo aquilo.

— Para onde pensa que vai?! — Puxei suas rédeas com força e o cavalo parou, mas insistiu em se virar.

— Éowynnn! — Ouvi o chamado de Faramir e ao olhar para trás, pude ver o quanto o homem está desesperado em meio ao povo.

Mas desviei o olhar para as chamas que vieram dos céus ao longe, iluminando toda a cidade por sua força.

O som do bater de asas tomaram meus ouvidos, fazendo com que tudo a minha volta parecesse estar em silêncio.

— Não é possível… — Pensei alto.

— Onde está a rainha? — Ouvi um cavaleiro gritar, me fazendo despertar do transe e puxar as rédeas de Elrohir com ainda mais força.

— Independente do que encontrarmos meu amigo, precisamos protegê-los. — O cavalo negro seguiu ao meu comando e então foi em direção aos portões de saída da cidade.

— Posso sentir o seu cheiro… — Ouvi uma voz grossa e um pouco contorcida. — Apareça, não tenho pressa Taurwen.

Ao chegar nos portões, os soldados abriram e assim que eu saí, foram rapidamente fechados.

Desci do cavalo negro e uma fúria cresceu em meu coração ao ver a grama antes verde, agora está a virar cinzas ao meu redor.

O chão estremeceu atrás de mim,

engoli em seco e aos poucos virei me deparando com Éowyn desacordada sobre o chão.

Corri até a mesma, apoiando a sua cabeça sobre o meu braço e tirando algumas mechas de seu cabelo que caíram sobre o seu rosto.

SilmalótëOnde histórias criam vida. Descubra agora