One love, one house; No shirts, no blouse

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A sua alma gêmea não é uma pessoa que entra pacificamente na sua vida. É alguém que vem para fazer você questionar as coisas. Alguém que muda a sua realidade, que marca um antes e um depois na sua vida. Não é o ser humano que todo mundo tem idealizado, mas sim uma pessoa comum, que consegue revolucionar o seu mundo em apenas um segundo.

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Apesar de eu estar mais do que ansiosa para levar Camila para casa, os médicos decidiram que, por via das dúvidas, seria melhor que ela passasse outra noite no hospital, apenas por motivos de monitoramento e continuação dos cuidados extras que ela deveria ter nas primeiras 24 horas após o acidente.

Pela primeira vez em quase dois meses, tudo estava indo perfeitamente bem.

“Você sente dor?” Perguntei vendo o visível desconforto que Camila tinha toda vez que se mexia bruscamente na maca.

“Não... É só... O meu pé que está me matando. Será que alguma de vocês pode chamar uma enfermeira pra me dar alguma coisa pra dor?”

“Você já tomou, querida”, falei baixinho. “Ela disse que você não deveria tomar outro até as próximas três horas.”

O risco de dor e desconforto que traçava a face delicada, literalmente quebrava meu coração. Eu odiava vê-la sofrer daquele jeito.

“Então eu vou ficar as próximas três horas sentindo dor? É isso?”

Engoli seco.

“Taylor, você pode chamar alguém para ver o que ela pode tomar?” Falei sem tirar os olhos de Camila.

Pela minha visão periférica eu pude ver minha irmã levantando da cadeira e rumando em direção a porta sem protestos.

“Obrigada”, Camila murmura.

Assenti oferecendo um sorriso. A mulher deitada em minha frente fecha os olhos por alguns instantes e leva a ponta dos dedos até as têmporas.

“Dor de cabeça?” Indaguei observando cada movimento executado em minha frente.

“Não. Apenas... Pensando.”

Me aproximei da cama e sentei na beira do colchão.

“Quer compartilhar?”

“Beth”, ela revela ainda de olhos fechados. “Não consigo parar de pensar nela.”

“Eu tenho certeza que Dinah vai fazer o possível pra suprir a sua ausência por lá nas próximas semanas”, falei após alguns segundos de silêncio.

“Eu sei... Eu sei disso, é que... Dinah não trabalha 24 horas naquele lugar, sabe? Ela tem família e um lugar que pode chamar de casa para ir no final do dia. Eu sei que ela adora aquela garotinha, e que Beth vai ser cuidada e amparada enquanto eu não estiver lá, mas...”

“Dinah não é você”, completei a frase.

Ela abre os olhos e sorri melancolicamente.

“Exato.”

“Eu posso visitá-la”, ofereci.

“O quê?”

“Eu posso ir lá. Quantas vezes você quiser, apenas me diga o dia que eu vou. E já que a direção da clínica não passa informações pelo telefone, nós podemos ligar diretamente para Dinah”, sorri. “Ela vai adorar falar com você.”

“Você faria isso?” A incredulidade palpável na voz. Não pude conter o riso.

“É claro que eu faria. Eu também me preocupo com ela, sabia?”

Get Me OutOnde histórias criam vida. Descubra agora