Get Me Out

Caos, herself

Cinco anos dessa miscelânea.

Eu, Fernanda, tenho uma dificuldade imensa em terminar o que eu começo. Get Me Out foi o estopim disso porque é muito complicado você estar com o mesmo enredo na cabeça por CINCO ANOS, saber exatamente o que vai acontecer e simplesmente não conseguir escrever o final porque existe essa coisa invisível que te dá inspiração pra TUDO menos pra encerrar essa trama.

Em 2014 eu tinha dois finais pra GMO. Hoje eu tenho um. Eu finalmente escolhi.

Chegou o momento de bater o martelo. Os próximos capítulos serão os últimos. 

Obrigada para quem me acompanhou até aqui... De verdade, vocês são guerreiras. Quem está começando (muita gente nova por aqui, eu adoro isso!), sejam bem vindas, vocês chegaram só na hora.

É isso. Eu não tenho mais o que falar. Leiam. Get Me Out chegou ao fim.

Boa leitura.

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Balançava meus pés no ritmo da música baixinha que saía do rádio ao lado da poltrona onde estávamos. A garotinha havia pego no sono desde a minha chegada e não desgrudou de mim por um só segundo desde então.

Estava usando uma calça cinza de moletom, botinhas de pelúcia e um casaco cor de rosa com o capuz de porquinho que cobria parcialmente seu rosto. Todos presentes meus. Estava aconchegada em meus braços e contra meu peito, em sono profundo.

De vez em quando torcia o nariz, o que me levava a crer que estava sonhando.

Fechei os olhos também, puxando a respiração com força para dentro de meus pulmões. Empurrei lentamente meu corpo contra as costas da poltrona, fazendo o móvel acolchoado balançar, ninando a criança indefesa em meu colo. Um sorriso satisfeito brotou em meu rosto diante da cena. Podia imaginar isso daqui alguns anos. Definitivamente.

"Lo?"

Meu sorriso se alargou inconscientemente. Abri os olhos apenas para encontrar o par de azuis me encarando.

"Oi, dorminhoca", a apertei contra meu peito a fazendo rir.

Sentou-se em meu colo esfregando o rosto com a palma das mãos e fazendo com que o capuz caísse para trás, revelando os cachos castanhos bagunçados.

"Está com fome?" Perguntei alisando os fios, os alinhando atrás das orelhinhas. "Quer que eu pegue alguma coisa pra você comer?"

"Pode ser", assentiu me encarando novamente, mas não fez menção em levantar.

"Você está bem?" Indaguei. Um sorriso bobo que não abandonava meu rosto nem se eu quisesse.

"Uhum", bocejou enterrando o rosto em meu pescoço.

"Vou te apelidar de bicho preguiça", brinquei beijando o topo de sua cabeça, o que a fez rir no processo.

"Nããão..."

"Eu vou ter que te levar no colo?"

"Não precisa", se afastou pulando de meu abraço.

Colocou as mãos dentro dos bolsos e balançou o corpinho para frente e para trás esperando que eu levantasse também.

"Onde está Camila?" Perguntei levantando da poltrona e a guiando para fora da biblioteca.

"Refeitório", respondeu automática.

Uni as sobrancelhas diante da entonação de certeza que usara.

Caminhamos em direção ao refeitório a passos lentos. Por algumas semanas, ele estava realocado no segundo andar, então tivemos que subir o lance de escadas que ficava próximo à biblioteca.