I Dont Want You To Leave

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A frase “eu acho que estou me apaixonando por ela” ainda ecoava em minha mente. Ecoava em tudo, pra falar a verdade. Encarei o relógio digital ao meu lado e vi que já passava das 13:00hs. Meu corpo doía, minha visão estava consideravelmente embaçada e meus olhos deveriam estar ridiculamente inchados pela crise de choro que me embalou até o sono chegar. Meu estado de incredulidade na noite passada era tão grande que eu reproduzi o final do áudio umas quatro vezes, apenas para ter certeza de que eu não havia escutado errado.

De qualquer forma, depois dos quatro replays eu tirei a conclusão de duas coisas: Ela realmente havia falado aquilo e eu não fazia a menor ideia do que pensar ou fazer.

Fazer.

Fazer o quê? Falar o quê? Eu estava confusa, completamente perdida e atordoada pelo fato de eu não ter cogitado uma única vez a ideia de que Camila pudesse estar gostando de mim.Muito menos se apaixonando.

Quer dizer, eu tinha uma empatia gigante por Camila. O modo como eu me envolvia com a história dela dia após dia era a prova disso. Mas... Amor, paixão... Romance. Eu não sabia exatamente o que aquilo significava no momento.

Lidar com Taylor e Ally agora seria a última coisa que eu gostaria de fazer, mas infelizmente nós não temos escolha para tudo na vida. Sem contar que eu já tinha uma leve impressão de que as duas já estavam alertas do meu estado por dois motivos: Eu não lembro de ter fechado a pasta que eu estava vasculhando na noite passada e elas ainda não haviam me acordado.

É claro que elas já sabiam o que eu andei escutando antes de ir dormir.

Depois de rolar de um lado para o outro na cama por bons vinte minutos, tomei coragem o suficiente para levantar e enfrentar as duas mulheres que se encontravam na sala do meu apartamento.

Ao abrir a porta, fui recepcionada por um par de olhos verdes arregalados em minha direção.

“Hey... Lauren”, ela fala tentando parecer convincente de que não sabia de nada, mas falhou miseravelmente.

Ally estalou a língua e balançou a cabeça.

“Boa tarde, Tay”, falei.

Caminhei até o sofá e me atirei contra as almofadas. Ally que até então estava sentada na poltrona com meia dúzia de folhas sobre as coxas, finalmente se pronuncia.

“Boa tarde, Lauren.”

Franzi o cenho. Cristo, por que elas tinham que ser tão estranhas?

“Boa... Boa tarde, Allyson”, falei confusa. “Por que vocês não me acordaram antes?”

“Nós achamos que seria bom você dormir por mais algumas horas”, a texana fala sem tirar os olhos dos papéis.

“O-kay...”

“Eu fiz seu café”, Taylor falou cruzando os braços. “Quer que eu pegue pra você?”

Assenti torcendo o nariz. Senti um calafrio percorrer meu corpo quando percebi o notebook intacto sobre a mesa.

“Ok, podem parar com isso”, falei irritada.

“Parar com o quê?” Ally indagou confusa.

“Não me venham com essa. Eu sei que vocês já ouviram os áudios.”

“Lauren—”

“É sério, Allyson. Vocês ouviram os áudios, ligaram os pontos do porquê eu estava demorando tanto a acordar e decidiram me dar a manhã de folga. Admitam.”

A advogada me encara como se eu fosse feita de vidro. Talvez eu fosse mesmo.

“Você não desligou o notebook e nem fechou os últimos arquivos. Tay me mostrou quando eu cheguei aqui e eu achei melhor deixar você descansar”, ela fala calmamente.

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