Taped Confessions

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 Já fazia cerca de vinte minutos que Ally e eu tínhamos pego a estrada de volta para casa. As inúmeras pastas e folhas que Dinah havia nos dado estavam perfeitamente empilhadas no banco de trás e Ally não conseguia parar de sorrir.

“São tão importantes assim?” Perguntei vendo a texana tamborilar os dedos no volante.

“O quê?”

“Os documentos. Você não tira esse sorriso idiota do rosto desde entramos no carro.”

Ela me olha de esguelha sem tirar completamente os olhos da estrada e estala a língua.

“Ah... Você não faz ideia, não?”

“Eu até faria se você me respondesse.”

“Áudios de consultas, atestados, lista de medicamentos administrados incorretamente, fotos das inúmeras lesões corporais que ela sofreu, dentre outros. Tem material até das últimas 24 horas ali dentro. Aquela papelada no banco de trás é uma mina de ouro pro nosso caso. Está bom pra você?”

Era uma espécie de dossiê contra a clínica. Eu estava em choque.

“Uau...”

A texana ao meu lado sorriu com minha reação.

“Essa Dinah foi literalmente um anjo que caiu do céu. Eu nunca conseguiria esses arquivos sem a ajuda dela.”

“Ok, só um segundo. Por que eu tenho a sensação de que nós não deveríamos estar com todo esse material em mãos?”

“Porque é ilegal”, ela fala sem rodeios.

Fico me perguntando quando é que Ally começou a se mostrar a favor de atividades ilegais.

“Ally... Esse material é confidencial...”

“Eu sei.”

“Nós podemos ir presas, Allyson!” Exclamei irritada. Eu realmente queria tirar Camila de lá, mas obviamente dentro de todos os padrões lícitos.

“Oh meu Deus, relaxa! Não é como se eles fossem ir atrás desses documentos. Você não quer tirar ela de lá? Não me pediu pra te ajudar? Então. Deixa eu fazer a droga do meu trabalho.”

Engoli seco. O silêncio se estabeleceu entre nós e eu sabia que Ally estava fazendo o que podia. Mesmo que fosse algo contra os seus próprios princípios. Se é que ainda existisse algum nesse ponto da história.

“Você não precisa me lembrar que o que eu estou fazendo é errado. Eu sei disso.”

Continuei sem falar nada. Talvez demorasse um pouco até eu me acostumar com o novo jeito que estávamos lidando com a soltura de Camila.

“É apenas o meu trabalho. E se te faz sentir melhor, eu vou tirar cópia de absolutamente tudo o que pegamos e devolver os documentos originais pra clínica. Okay?”

Assenti oferecendo um sorriso.

“Okay.”

~~

Chegando em casa Ally e eu encontramos Taylor esparramada no sofá com Violet dormindo pacificamente em seu ombro. A cena em si era digna de uma foto polaroid.

“Você pode pegá-la pra mim?” Ally indagou enquanto fechava a porta do apartamento com o pé e largava a pilha de papéis sobre a mesa de vidro da sala.

Caminhei até as duas me ajoelhando em frente ao sofá e cutuquei minha irmã gentilmente para que ela acordasse. Os olhos verdes se arregalaram ao perceber minha presença repentina e eu não pude deixar de rir.

Get Me OutOnde histórias criam vida. Descubra agora