five. big family's problem

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05. problemas de família grande

AQUELES ERAM SONS DE TIRO. E ESTAVAM próximos. Victoria precisava achar a saída ou iria morrer e levar sua equipe consigo. A morte era aceitável, mas não se não fosse solitária. Arrastar o pelotão não era opção.

Então acordou e notou que era a maldita campainha que tocava de forma insistente. Se enrolando em seu enorme roupão de veludo azul marinho, Stern caminhou sonolenta até a porta de entrada, tentando – e falhando – não acordar Frank e Matt, que se levantaram rapidamente.

Ao abrir a porta, nem tentou esconder a frustração. Havia esquecido que sua família estava indo para sua casa e não fazia ideia de como lidaria com eles e seus amigos. Ou a briga que fez sua sobrinha se meter.

— Olá, Sterns! — Ela brincou, tentando ao máximo aliviar a tensão dela mesma. — É bom vê-los unidos novamente.

Então Victoria deu passagem e logo que sua irmã, Rebecca, entrou, ela começou a ser a Rebecca Stern de sempre. Controladora e escandalosa.

— VICTORIA LIZ STERN, ME EXPLIQUE ISSO! — Os gritos da primogênita Stern foram tão altos que os ouvidos de Victoria doeram — Você tem uma adolescente para dar exemplo!

— Não é o que vocês pensam. Eu não tava fazendo nada além de dormindo.

Seu pai fez uma careta e o cunhado, Ygor segurou uma risada.

— Com o Justiceiro e o seu advogado? Que porra que você aprontou? — Rebecca apontou o dedo em seu rosto. — Onde está Kira?

A garota saiu do quarto visivelmente sonolenta e perturbada com a gritaria logo de manhã.

O preço de se ter uma família grande é caro e ninguém diz o quanto.

— Castle e eu estávamos de saída. — Matt apontou baixo.

Victoria fez um ‘tsk’ alto.

— Vocês são meus convidados. E não me importa o que eles pensem, agora sentem essas bundas no sofá e me deixem fazer um café.

Ela foi até a cozinha, colocou a água no fogo e o pó no porta filtro e, enquanto esperava a água ferver, fazia o enorme sacrifício de não revirar os olhos enquanto Rebecca lhe dava um sermão daqueles por tudo o que fez nos dias em que esteve fora.

— Kira não é uma mini você, Victoria! Não é para ela sair por aí arrumando brigas porque o seu “senso de justiça” acha que é a melhor opção. Deixe de ser irresponsável!

— Becky, sua filha estava sofrendo bullying e nem você e nem a escola fizeram nada — colocou a tampa na garrafa térmica depois de passar o café — Mas tudo bem, você é a mãe e eu sinto muito por ter dado um conselho ruim. Feliz agora?

— Sim-

— Ela não teria de fazer nada se você não estivesse aqui, mãe. — Kira apareceu ao lado da irmã. As duas se davam bem ao ponto de Victoria invejar o relacionamento fraternal. — Tia Tori me ajudou a tomar uma atitude a qual eu não me arrependi de fazer.

A irmã mais nova gargalhou diante a careta de Rebecca. A primogênita odiava ser contrariada, muito mais por sua filha adolescente cuja maior inspiração era a pessoa mais rebelde entre os Stern.

— E quanto aos amigos dela... — A jovem segurou uma risada. — Eles são ótimas amizades, deveria experimentar arrumar algumas assim.

De relance, Victoria viu os dois olharem para os lados tentando segurar ou ao menos disfarçar a risada. No fim, ninguém poderia negar que, independentemente do modo no qual as coisas aconteceram, elas não eram de tudo prejudiciais.

[💀]

Jessica observou as próprias mãos tremerem. Estavam assim desde que decidiu sair naquela manhã. Morava do outro lado de Nova York, então demorou um tempo para chegar, e quando o fez, desejou não ter saído. Estava nervosa em um nível catastrófico, com medo de dizer algo que estragasse tudo o que fez, o esforço para achar aquela casa e a mulher que nela habitava.

Fechou as mãos, segurou firme em sua bolsa, tomou coragem e tocou a campainha, esperando para ver como se portaria frente a frente alguém que passou pelo mesmo inferno que ela. 

𝐍𝐈𝐆𝐇𝐓𝐌𝐀𝐑𝐄 ━ the punisherOnde histórias criam vida. Descubra agora