Capítulo Trinta e Nove

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— Tchau mamãe

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— Tchau mamãe.

— Boa aula meu amor. — Dou um beijo na testa de Sebastian e fico observando enquanto ele caminha em direção a sua professora.

Ela acena para mim assim que me vê e entra no prédio de mãos dadas com o meu filho. Meu coração sempre se apertava quando eu tinha que me separar dele nesses momentos.

Tenho meus motivos pra não confiar completamente nos adultos ao redor dos meus filhos.

Eu já havia deixado Annie na escolinha, era a coisa mais fofa do mundo ver ela correndo animada em direção às amiguinhas com a mochila cor de rosa pendurada nas costas e os cabelos dourados presos em um rabo de cavalo balançando. Minha filha ainda quebraria muitos corações por aí.

Pego meu celular no bolso do meu jeans para verificar as horas. Recebo uma mensagem fofa de Adam e enquanto estou respondendo meu celular começa a tocar. O número é desconhecido, mas resolvo atender mesmo assim.

— Alô. — Digo indo em direção ao meu carro estacionado do outro lado da rua. Não obtenho nenhuma resposta do outro lado da ligação. Tiro o celular da orelha para verificar se a chamada ainda está ativa e vejo que os segundos continuam contando. Pego minhas chaves dentro da bolsa e destravo o carro enquanto falo mais uma vez. — Alô?

Entro no carro e estou prestes a desligar quando escuto uma coisa. Uma respiração. Não sei porque mas o som me chama atenção e soa familiar. Conecto meu celular ao som do carro para ouvir melhor e aumento o volume. Fico alguns segundos pensando e então sinto um 'click' dentro da minha cabeça.

Meu corpo todo gela.

Reconheço aquele som.

Dos meus pesadelos.

Lembro daquela respiração no meu ouvido, do peso em cima de mim e de eu pedir para ele parar enquanto as lágrimas caiam pelo meu rosto.

Desligo a ligação o mais rápido que posso com meus dedos trêmulos.

Estou em pânico.

Tento controlar minha respiração.

Sinto um aperto no peito e a sensação de algum bloqueio em minha garganta.

Não podia ser.

Minha mente provavelmente só estava querendo me pregar peças.

Só podia ser isso.

Ainda aguardo alguns minutos para me sentir calma o suficiente para dirigir. Não demora muito para eu chegar à nossa loja. O negócio tinha dado bastante lucro nos últimos anos e fizemos até mesmo uma expansão dois anos atrás. O sino toca assim que passo pela porta da frente. Encontro Adam conversando com um cliente perto do caixa, o senhor idoso sorri e dá dois tapinhas nas costas dele antes de se virar para ir embora. Ele sorri ao passar por mim e tento retribuir o gesto, mas provavelmente pareceu mais uma careta do que um sorriso.

A GAROTA POR TRÁS DA MÁSCARA - LIVRO UM (ÚLTIMOS CAPÍTULOS)Onde histórias criam vida. Descubra agora