Ashley
Meus pés batem inquietos no chão perfeitamente limpo do consultório. Logo após eu falar que queria ver um médico com o Adam pesquisamos os mais próximos e achamos uma clínica particular que eu me senti bem confortavel de ir e para nossa sorte havia vaga, mas não no dia seguinte como era a minha vontade.
Passei o resto do dia ansiosa pela consulta que só aconteceria em aproximadamente 48 horas, não que eu tenha ficado contando. A ansiedade de poder ouvir os batimentos do coração do bebê fazia o meu próprio coração bater mais rápido.
Depois de almoçar no hotel eu, Electra e Adam decidimos assistir um filme na televisão e optamos por uma comédia romântica. Mas eu assisti apenas vinte minutos de filme antes de apagar completamente e só acordar por volta de três da manhã com uma náusea horrível.
Caminhei sonolenta até o banheiro e molhei meu rosto para ver se aliviava o mal estar, mas não houve diferença alguma.
- Tudo bem princesa? - Adam pergunta encostado no batente da porta e olho para ele desanimada. A vontade de vomitar aumenta e corro até o vaso sanitário abrindo a tampa e despejando lá tudo o que eu havia comido naquele dia.
Adam com sempre me ajudou segurando meu cabelo enquanto eu vomitava e depois de eu escovar os dentes para tirar aquele gosto horrível na boca ele me guiou até sua cama e fez carinho no meu cabelo até eu pagar no sono novamente.
Encaro um cartaz na clínica que mostra um feto no segundo trimestre de gestação e sorrio pensando em como ficar ao lado dele enquanto durmo me faz sentir relaxada.
E então finalmente ontem por volta de meio dia vimos a primeira noticia do nosso desaparecimento. Não havia muitas informações sobre o caso, na verdade só citava que eu estava desaparecida e que dois amigos meus, vulgo Electra e Adam também não conseguiam ser encontrados. Nenhum crime específico era insinuado na matéria, afinal é muito comum adolescentes ficarem sem dar sinal de vida para os pais depois do baile de formatura.
Provavelmente a polícia e os jornalistas pensam agora que bebemos demais e estamos de ressaca em algum lugar. Não digo o mesmo de Michael, ele desconfia com certeza de alguma coisa está provavelmente apenas está se dando o benefício da dúvida, por enquanto. Sei que logo ele vai vir com tudo atrás de mim, por isso não podemos ficar muito em Las Vegas e logo após a consulta vamos partir.
- Amanda Brown. - A atendente chama o nome falso que entreguei e me levanto da cadeira, Adam e Electra seguem atrás de mim e entramos todos no consultório. Ao me ver a doutora dá um sorriso muito simpático.
- Olá Amanda, eu sou a dra. Eva. Podem se sentar. - Caminho com os dois ao meu lado e nós sentamos de frente para a doutora - Nervosa?
Balanço a cabeça confirmando e dou um sorriso tímido.
- Mamãe de primeira viagem né? - Balanço a cabeça confirmando mais uma vez e ela ri - O Gato comeu sua língua? Eu sei que é comum o nervosismo na primeira consulta mas você pode relaxar. Pense que somos apenas duas amigas conversando.
- Perdão. - Falo e tento devolver o sorriso simpático que ela dá.
- Você descobriu a gravidez como? Teste de farmácia ou exame de sangue?
- Exame de sangue, quis ter certeza logo. - Tento ser o natural possivel.
- Gravidez planejada?
- Não. - Respondo e me surpreendo o quão seca pareço - Foi uma surpresa, uma grande surpresa.
- Data da última menstruação?
Essa pergunta me deixa bastante envergonhada por ter Adam ao meu lado e achoque fico com as bochechas coradas. A seguir ela me faz uma série de perguntas como meu histórico de saúde e também do pai do bebê, coisa que eu não sei responder muito bem, se eu tomava algum tipo de medicamento, respondo que a única coisa que eu tomava era o anticoncepcional mesmo. Logo ela começa a fazer exames físicos como medir minha pressão arterial, peso, altura e faz mais uma série de perguntas.
Por fim ela me passou alguns medicamentos especialmente vitaminas e me mandou fazer vários exames inclusive um ultrassom, o que fez minhas mãos suarem terrivelmente. Seria uma intravaginal ou transvaginal, pelo fato de eu estar com aproximadamente sete semanas. Talvez eu tenha quase expulsado o Adam da sala ao descobrir isso, coisa que fez a doutora rir muito e me tranquilizar de que nem ele nem Electra veriam alguma coisa. Pelo fato de que não ficaríamos muito tempo na cidade pedi pra que ela realiza-se o exame logo.
Então fui me preparar em outra sala para o exame vestindo uma típica camisola hospitalar e me deitar na maca em sua sala. Enquanto eu tentava me fazer relaxar a doutora foi explicando que o aparelho que ela vai usar seria encapado por um preservativo e gel lubrificante e que é totalmente indolor apesar de causar certo desconforto em algumas pacientes. O desconforto surge em mim também, apesar de eu já estar acostumada com situações parecidas e um pequena lágrima surge no meu olho e passo encarar o teto. Sinto uma mão segurar a minha e olho para Adam que me dá um sorriso reconfortante.
- Olha seu bebê aí! - Ela diz apontando para o monitor e sinto minha respiração falhar. Agora diversas lagrimas caem pelo meu rosto enquanto encaro a tela a medica começa a falar várias coisa mas não presto atenção completamente hipnotizada. - Seu bebê tem 13 mm.
Continuo encarar o monitor quando noto um certo movimento e aperto a mão do Adam.
- Você viu?! - Pergunto animada sorrindo e ele balança a cabeca afirmando também sorrindo.
- Vamos ouvir os batimentos dele? - Ela pergunta e eu afirmo com a cabeça sorridente. Não sei exatamente explicar exatamente o que senti naquele momento em que o som dos batimentos cardíacos preencheu a sala. Foi algo tão intenso, que nunca havia sentido na minha vida. Eu poderia escutar esse som eternamente que eu nunca enjooaria! Não consegui parar de sorrir e nem de chorar encarando o monitor. Fechei os olhos ouvindo aquela divina melodia e prometi tanto a mim mesma como a ele que haja que houver eu sempre estaria ao seu lado.
Eva explica que o bebê provavelmente nasceria entre o final de fevereiro e o início março. Adam então pergunta para ela sobre a questão das viagens, e ela explica que no meu caso não a nenhuma proibição quanto a isso aparentemente. Teríamos que esperar os resultados de todos os exames para a resposta definitiva que muito provavelmente seria positiva. Explicamos que apenas estamos de passagem por Vegas e ela recomenda que acharmos logo um médico para acompanhar minha gestação.
Nós despedimos da medica e saio do consultório com uma pequena foto do ultrassom nas minhas mãos. Entramos no carro e Adam começa a dirigir, fico encarando a foto da ultrassom e começo a chorar.
- Ei, que foi? - Adam busca minha mão e a segura fazendo carinho.
- É que ele é tão pequeno! Minúsculo! E depende de mim, vai depender de mim por um bom tempo e… eu quero fazer um vom trabalho mas tenho medo de não conseguir, de falhar... eu posso ser uma péssima mãe!
- Eu duvido muito Ash, eu vi você com o Daniel naquele dia. Apesar de ser sua primeira vez cuidando de uma criança você se saiu muito bem. Ninguém nasce sabendo nada, com o tempo você vai aprendendo. Eu não duvido nem um pouco de que você será uma ótima mãe. - Electra fala e Adam aperta de leve minha mão mostrando que concorda com ela.
E mesmo com todas as minhas incertezas e dúvidas decido acreditar neles.
*****
Oi pessoinhas, tudo bem?Finalmente estou de volta! Esses dias foram uma loucura que nem tive tempo de pegar no capítulo para terminar de escrever. Mas finalmente aqui está!
O que acharam? Tive que fazer muitas pesquisas pra fazer algo o mais próximo possível da realidade. Me contêm se ficou bom.
Espero que o próximo capítulo não demore a sair.
Kissus e até a próxima.
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A GAROTA POR TRÁS DA MÁSCARA - LIVRO UM (ÚLTIMOS CAPÍTULOS)
RomanceLivro Um da Série Todas As Coisas Do Amor Apesar de ser uma série as histórias são independentes e podem ser lidas fora de ordem. ----- Quão erroneamente nós podemos julgar alguém a primeira vista? Pelos olhos das outras pessoas a vida de Ashley pa...