Capítulo Quarenta e quatro (PARTE II)

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**sem revisão

Balanço a cabeça confirmando e me aconchego mais em Adam.

- Eu sou o detetive Cohen, e este é o meu parceiro, o detetive Gardner. - O mais velho deles começa a falar.

- Gostaria de falar que sinto muito pela situação que vocês estão passando, o filho de vocês estuda na mesma escola que a minha filha. Faremos o possível para trazer ele de volta. - O mais novo fala e agora lembro mais claramente de passar por ele várias vezes ao deixar as crianças na escola.

- Obrigada.

Agradeço em voz baixa por sua sinceridade.

O detetive Cohen começa a falar sobre as informações que Electra conseguiu, como elas são importantes para o caso e que eles já estão atrás do veículo que foi descrito pelas testemunhas.

Fico parada escutando enquanto eles falam e quase não consigo segurar minha risada quando os dois detetives perguntam sobre a probabilidade de Michael querer um resgate.

- Michael não quer um resgate, ele quer vingança.

Falo secamente e eles descartam de vez a ideia. Eles conversam avidamente com Adam e Electra enquanto minha mente começa a vaguear. Lembranças do que foi a maior parte da minha infância retornam a minha mente, as imagens sem que eu queria são substituídas. Sebastian está no meu lugar passando por tudo que eu passei, todas as agressões. Fecho meus olhos com força por um instante tentando fazer minha mente parar de projetar aquelas imagens. Michel é capaz de fazer isso com meu filho para me atingir, eu sei que ele é.

Passo as mãos pelos cabelos frustrada enquanto eles continuam a conversa. Uma música começa a tocar baixo, reconheço o toque do meu celular. Peço licença e levanto-me do sofá para procurar a minha bolsa. Vou seguindo o som até encontrá-la jogada num canto da sala.

- Alô? - Digo atendendo de imediato ao pegar o aparelho.

- Olá querida.

Arregalo os olhos e sinto minha respiração falhar. Era ela, a voz que dominava meus pesadelos.

- Michael, - ofego e noto toda conversa ao meu redor parar.

- Você costumava me chamar de pai.

- Você nunca foi meu pai.

- Quanta ingratidão para alguém que fez o seu melhor para te criar.

- "Seu melhor?" - Pergunto indignada. - Você chama de seu melhor abusar física e psicologicamente de uma criança indefesa. Você me agredia apenas por que estava com vontade! Abusou de mim durante anos! Você é um fiho da puta doente! - Grito deixando a raiva me consumir.

- Acho bom me tratar com mais respeito! Não quer que o pequeno Sebastian se machuque, não é?

Sinto meu coração acelerar e minhas mãos começarem a suar com a menção do nome dele.

- Cadê o meu filho?

- Não se preocupe. - Escuto ele se movimentar - Nosso filho está muito bem.

Sinto meu estômago embrulhar imediatamente.

- Como é a sensação Ashley? De saber que você nunca vai conseguir mudar o fato de que é meu sangue que corre nas veias dele? - Ela dá uma risada - Meu pequeno herdeiro.

A GAROTA POR TRÁS DA MÁSCARA - LIVRO UM (ÚLTIMOS CAPÍTULOS)Onde histórias criam vida. Descubra agora