Thaty

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Thaty abria as cortinas do quarto em mais um dia de calor.
- Bom dia, sol! Bom dia, vida!
Logo que acordava, por força do hábito, sempre checava o cabelo e os olhos delineados em um pequeno espelho próximo de sua cama. Até mesmo quando despertava era doce, inspirava impurezas e expirava doçura. Costumava rememorar tudo o que havia ocorrido no dia anterior e escrever em um diário fechado à chave que guardava debaixo do travesseiro.
"Querido Alex - escrevia ela - ontem passei por algumas chateações no meu novo trabalho. Meu chefe é um tanto quanto bonito e mesmo já sendo crescida possuo meus sonhos inalcançáveis. Olhei para ele algumas vezes e senti um 'quê de simpatia a mais', se é que pode me entender. Fora isso tudo correu bem e os atendimentos correram normalmente."
Thaty se recordava sempre das vezes em que fora tratada como uma infantil pelos garotos da escola por ser como era: apaixonada em poemas e em declarações de amor. A todo tempo uma pergunta ressoava em sua cabeça: "como ser uma menina doce e comportada em uma realidade jovem assim, superficial e fria?".

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