Querida Lua, amada minha
Seria eu mais feliz com os selenitas
Aceitar-me-ias nos teus domínios
Ah, como te admiro
Como me identifico
Por ter inúmeras fases
Sinto-me sendo igual a ti
Mesmo crendo que todos nós
Os terráqueos
Somos assim
É praticamente impossível nunca flutuar
Amo cada fase tua
Principalmente a crescente
E tua forma
Na minguante
Como é sublime teu formato
Enquanto segues crescendo
E minguando
És formidável e enche-me de esperança
Sobre ciclos, períodos, continuidade
Morte, vida e renascimento
Ó, amada Lua
Será que algum dia
Um de teus filhos irá me encontrar
Seria um ótimo habitante
E a ti sempre iria louvar
Ó, amada Lua
Diga-me
É normal constantemente oscilar
Sentir que tudo vai acabar
Desintegrar
E logo em seguida apenas esquecer
E voltar a gargalhar?
Questionam a ti e as tuas fases
Reclamam das tuas oscilações
Compreendem tua pressão?
Com tantas corrosivas críticas
Constantes julgamentos
É árduo nunca alternar
O humor não menear
Ah, querida Lua
Gostaria de apenas sorrir e fingir que tudo está bem
Que vai melhorar
Mas apenas oscilo
Querida Lua
Como me fazes sonhar
Como me consola te amar
Muitas vezes minha única companhia
A única a me olhar, vigiar
Como me consola só mirar
Parar, fitar
Admirar
E imaginar como
Poderia ser mais tranquila aí
Uma imaginária vida...
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ANTOLOGIA DO SENTIMENTO PARTE II: Azzuro
PoetryAzzuro foi o primeiro livro pensado da Antologia e foi adaptado após o encontro dos textos do XV para que pudesse ser um retrato dos sentimentos humanos através dos anos. Após a adolescência gris chega a fase azul - a melancolia. Na fase adulta as f...