Capítulo 65:

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Quando vi quem estava na minha frente, eu não fiquei realmente surpresa, já esperava sempre o pior vindo dele, embora isso ultrapasse todos os limites, até pra ele, a minha única preocupação no momento era a vida que carregava dentro de mim.

"Que bom nós reunimos novamente"
Disse com um tom que me causou enjôo

"Uma pena que não posso dizer o mesmo"
Respondi sincera

"É assim que você fala com o teu pai?"

"Ah me desculpe, quando você agir como um, aí eu falo com você do jeito certo"

"Amarrem ela alí" ele disse sem sequer olhar nos meus olhos

"Isso é baixo demais, até pra você" gritei na cara dele más ele negou-se a encarar-me nos olhos

Eu continuei gritando e o xingando até ele sair pela porta dos fundos, quando fui deixada alí sozinha não consegui segurar minhas lágrimas, por quê alguém faria uma coisa assim com a própria filha?
Não sei quantas horas se passaram desde que fui deixada aqui sozinha más era evidente que já estava escurecendo, minha cabeça não parava, imaginei uns 20 cenários diferentes de como ia ser salva, más nenhum deles ia acontecer de fato pois ninguém sabia que eu estava aqui, tentei me desamarrar, imaginei como Kurt deve estar se sentindo neste momento e mais lágrimas começavam a cair pelo meu rosto, e quando pensei em como o Chris deve estar se sentindo piorou ainda mais o meu estado emocional, já que ele viu quando tudo aconteceu e não pode fazer nada, a este ponto eu já soluçava, quando ouço uma porta se abrindo tento me acalmar e parar as lágrimas.

"Ei, por quê está chorando? Você está com seu pai minha filha" ele disse com seu típico tom irônico que me dava nojo

"Minha mãe sabe o que está fazendo?"

"É claro, foi idéia dela"
Ele disse do jeito mais arrogante possível

"Está mentindo"

"Acredite no que quiser"

"Por quê está fazendo isso?"
O questionei

"Bom, você não queria conversar comigo de jeito nenhum, esta foi a única forma que me restou"

"Escrever uma carta pedindo desculpas, falando que se arrepende, de verdade, de todo mal que causou a mim e a minha mãe não soava como uma boa opção pra você?"

"Você nunca me escutaria"

"Podia ter tentado"
Insisti

"Agora já é um pouco tarde pra isso não acha?"

"O que você sequer quer conversar comigo sobre?
Nunca fomos próximos"

"Eu quero que você volte a morar com a gente no Brasil"

"O quê? Pra que?" perguntei completamente perplexa com aquele pedido

"Reunir nossa família, estar juntos novamente"

"Pra você voltar a me trancar no porão?"
Finalmente falei, o encarando, com lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas.
Quando ele ia me responder um homem  dos que trabalhava pra ele o chamou.

"Já volto" ele avisou
Suspirei, e mais lágrimas caíram pelo meu rosto.
Não sei quantas horas mais após ele falar que já voltava eu tinha ficado alí, encarando as paredes e o teto.
Do nada sinto uma porta se abrindo, já estava preparada para continuar aquela conversa sem sentido e me negar a tudo que ele pedisse, só que quando a porta abre demora um pouco demais pra alguém aparecer e começo a achar que foi o vento até que vejo uma figura de uma pessoa, más está tão escuro que não consigo decifrar, era definitivamente um homem, o que me dava medo, e se for o que quis dar uma de engraçadinho hoje?

"Quem está aí?"
Não recebi resposta
"Eu vou gritar se você não falar quem é, se você for o cara que quis se dar bem comigo hoje eu dou um chute no teu saco seu filho da mãe" falei mais alto

"Shh, Lu, fala mais baixo"

"Chris?" perguntei em sussurro

"Sim, Lu sou eu, vim tirar você daqui" ele disse finamente chegando até mim e indo desamarrar as minhas mãos

"Não tão rápido assim meu camarada" a voz do meu pai disse assim que as luzes ligaram apontando uma arma pro Chris que estava agachado do meu lado
"Tire as mãos daí e levante"
Notei que o Chris não fez o que ele pediu o que me deixou nervosa, meu pai jogou um tiro no ar para demonstrar que podia matá-lo se quisesse.

"Por favor Chris faz o que ele pediu" pedi e o Chris me obedeceu
"Não machuca ele por favor" pedi olhando pro meu pai

"Ele teria que ter pensando nisso antes de entrar aqui numa missão suicídia, quis dar uma de heróizinho foi?" ele disse com toda a arrogância do mundo, sabendo que tinha o controle da situação alí

"Deixa ele ir, é só a mim quem você quer, deixe ele ir, com vida, e eu volto pro Brasil com você"

"O quê? Lu não" Chris disse imediatamente

"Chris não se intrometa" o homem com a arma na mão disse
"Continue"

"O que mais além disso você quer?"

"Eu quero você"

"Você já vai me ter quando for com você pro Brasil"

"Não não, você não está entendendo, eu quero você, do mesmo jeito que este imbécil te teve, do mesmo jeito que o seu outro namoradinho tem"

"Você é NOJENTO! Jamais vai me ter desse jeito, jamais, seu filho da puta" ele prontamente se aproximou de mim e deu um tapa na minha cara, Chris fez menção de que ia se aproximar do meu pai más parou assim que a arma foi apontada pra ele novamente

"Ei ei, fique quieto aí, e você minha filha, resposta errada" respondeu dando uma risada bizarra

"Eu achei que você fosse de tudo, más um pervertido não, não sei por quê ainda me choca, nada vindo de você devia me surpreender"

Repentinamente vejo o Chris partir pra cima dele, e começaram a duelar pra quem ficava com a arma, Chris conseguiu dar um soco na cara dele más quem tinha a arma pra mim era um mistério, só sei que eu só conseguia chorar e gritar até que ouvi um tiro.

"Nãoooo, Chris" gritei com toda a força dos meus pulmões, lágrimas caíam que nem uma cascata, o corpo do meu pai caiu no chão, quando vi o Chris de pé e com a arma na mão senti que voltava a respirar novamente.

"Boa pontaria, bem a tempo também" Chris disse olhando pra sua frente e deu uma risada, olhei pro mesmo lugar que ele observava, Kurt, Kurt tinha atirado no meu pai

"Obrigado" ele respondeu
Ambos vieram correndo até mim

"Kurt" falei olhando pra ele ainda com lágrimas nos olhos, as quais ele fez questão de limpar
"Está tudo bem, tudo vai ficar bem anjo" ele disse acariciando minha bochecha, entre ambos desamarraram as minhas mãos

"Eu não sei a qual abraçar primeiro" confessei e ri, o que fez ambos rirem também

"Ele" Kurt respondeu apontando pro Chris
"Se não fosse por ele eu nem saberia onde você estaria neste momento e estaria desesperado"
Sem pensar mais então abracei o Chris, que ainda estava com a arma na mão, rodopiou seus braços para me abraçar com ela ainda na sua mão.

"Obrigado Chris, eu te amo tanto" falei o abraçando de olhos fechados, tentando me acalmar após tudo que aconteceu

"Me empresta isso?" pedi assim que desfizemos o abraço

"A arma?" fiz sim com a cabeça, ele pareceu entender o que eu queria fazer apenas com olhar nos meus olhos e entregou a arma na minha mão, apontei pro corpo morto do meu pai no chão e atirei 3 vezes seguidas, limpei uma lágrima que caiu pelo meu olho, e devolvi a arma pro Chris.

Foi a vez de ir até o Kurt, o abracei e quando nos soltamos ele me beijou.

Inescapable Attraction (Atração Inevitável)Onde histórias criam vida. Descubra agora