Capítulo 37:

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Tinha esquecido que o Kurt estava alí por alguns segundos até que ele encostou em mim.
"Por quê você está chorando Lu? Quem era?" fiquei sem reação por alguns segundos

"Meu.. era o meu pai" falei entre soluços

"O que ele disse?" perguntou preocupado

"Nada ruim... ele só disse que queria se desculpar"

"E você acredita que ele esteja sendo sincero?"

"Não, não mesmo, ele é um manipulador, um mentiroso" falei indignada

"Ei calma" Kurt pegou no meu rosto más eu me negava ao olhá-lo
"Anjo, olha pra mim" limpei minhas lágrimas e o olhei

"Sabe que ele não está aqui não é? Ele não pode mais te machucar, nunca mais" eu afirmei com a cabeça
"E eu também nunca permitiria que ele chegasse perto de você novamente"

"Eu sei disso, é que ouvir a sua voz trouxe todas as memórias de volta" suspirei

"O que são essas memórias? O que ele fez de tão grave? Me fala por favor" eu neguei com a cabeça e olhei pras minhas mãos sobre o meu colo

"Eu não sei se consigo falar"

"Tenta, por favor" respirei fundo, limpei minhas lágrimas e me acomedei no banco antes de começar a falar

"Ele... torturava eu e minha mãe, e quando ele me batia ou me encerrava no porão minha mãe não fazia absolutamente nada, por isso dela eu só sinto mágoa, um pouco de raiva, más ódio, ódio mesmo eu só sinto dele, ele já me bateu, me empurrou, me arrastou pelo chão, já jogou coisas na minha cara, tudo que você possa imaginar, ele fez"

"Então esses machucados aqui foi ele que fez também?" perguntou se referindo aos cortes na minha coxa

"Não, eu mesma fiz esses, o melhor que poderia ter acontecido pra mim naquela época teria sido morrer, más eu nunca tive coragem de me matar, agora eu vejo isso como uma coisa boa, e agradeço por não ter conseguido, foi exatamente depois de me recuperar desses machucados que eu vim para cá"

"Eu fico tão feliz que você tenha falhado, a gente teria perdido tudo isso"

"Eu sei" o abracei e fechei meus olhos
"Eu te amo Kurt"

"Achei que você me odiasse"
sorri com sua resposta, me afastei para olhá-lo diretamente aos olhos

"Eu jamais conseguiria te odiar"

"Você não pode dizer isso"

"Por quê não?"

"Pode ser que um dia você me odeie, olha todas as vezes que eu quase estraguei tudo"

"E eu não estou aqui ainda?"

"Sim você está"

"Então para com isso, e acredite que nem por um segundo eu conseguiria te odiar"
O beijei e voltamos pra casa.
Após cumprimentar os meninos que já estavam acordados fui tomar um banho.

Kurt
Uau, a história dela é forte, eu sabia que ela tinha cicatrizes más não sabia que eram tão profundas assim, que ela tinha passado por coisas tão horríveis pela quais ela passou, o que me causou muita admiração, ela era provavelmente a pessoa mais forte que eu já conheci, ela sempre está sorrindo e alegre, mesmo tendo passado por tudo isso, é realmente algo de se admirar, eu nunca fui assim, por isso que eu a tenho na minha vida.
Estava esperando a Luna saír do banho para entrar depois dela, estava entretido vendo TV junto com Dave e Krist quando de repente o celular da Lu vibra sobre a mesa.
"Lu, poderiamos conversar pessoalmente? Por favor, quando puder me avisa"
Suspirei irritado, mensagem do Chris logo cedo de manhã já?
Esse cara não tem nada melhor pra fazer não?
Peguei o celular e deletei a mensagem.

"O que está fazendo?" Krist me questionou

"Não é da sua conta" voltei a deixar o celular no exato lugar onde o peguei

"Você não fez o que eu estou pensando não é?"

"Você não está pensando nada porquê você não viu nada ok?"

"Kurt, isso não está certo"

"O que não está certo?" Luna perguntou ao entrar na sala

"Que.. que ele esteja fumando tanto, não está certo" Krist respondeu

"Isso não é verdade, você não anda fumando tanto assim" ela respondeu, eu me senti culpado por estar mentindo na sua cara más ela não pode saber o que eu acabei de fazer de jeito nenhum

Luna
Estava sentada no quarto do Kurt enquanto ele tomava banho, e pensando no começo de tudo, quando fugi da casa dos meus pais e vim pra cá, quando cheguei em New York completamente perdida e fui acolhida pelo Chris logo de cara, aliás acho estranho ele não ter mandando nem sequer uma mensagem ainda más deixei pra lá e continuei a refletir sobre minha chegada aqui, New York mudou minha vida, conheci alguns dos meus melhores amigos aqui, graças ao Chris eu ganhei mais 3 amigos assim que cheguei que são os seus colegas de banda, o Matt, que é o baterista, Kim o guitarrista e Ben o baixista, todos gente boa, depois deles eu conheci a Naomi e o Matheus, sou eternamente grata por eles, e por fim, Nirvana, o Krist e o Dave e não menos importante, pelo contrário... o Kurt, eu nem sei descrever o que sinto quando estou com o Kurt, desde a primeira vez que o vi eu fiquei completamente hipnotizada, nunca tinha me sentido assim antes, nunca tinha tido alguém que me fizesse sentir tão viva, com a adrenalina a flor da pele, vivir tão desconcertada as vezes me enlouquece, e eu gosto dessa sensação, é que nem uma droga, ou como eu imagino que seja, talvez o Kurt seja como uma droga pra mim por isso eu sempre volto pra ele, pra injetar mais uma dose dos seus par de olhos azuis, das suas lindas mãos percorrendo meu corpo, da sua voz rouca cantando com tanta transparência as letras das suas músicas, talvez eu de fato seja viciada nele, sou despertada dos meus devaneios ao ser empurrada na cama e beijada de surpresa pelo Kurt, sorri e peguei na sua nuca o trazendo de encontro a minha boca novamente.

Inescapable Attraction (Atração Inevitável)Onde histórias criam vida. Descubra agora