Capítulo XLV

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"I had to find you, tell you I need you, tell you I set you apart [...]

Questions of science, science and progress do not speak as loud as my heart.

Tell me you love me, come back and haunt me,

Oh, and I rush to the start." - The Scientist, Coldplay.

Ainda tem mais um capítulo, pessoal. Inté.

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》(SeuNome)

Como bem já sabemos, Emily e eu estávamos com o divórcio em andamento, porém, ainda morávamos na mesma casa, e eu, no entanto, dormia no quarto de hóspedes. Entretanto, naquela última noite que passamos juntas... Devo, como sempre, admitir algo que não é segredo nenhum o que tenho afirmado durante todo este tempo: ela é uma mulher muito atraente e eu não posso afirmar que era imune a ela, de alguma maneira, eu sabia que ainda sentia algo, então, acabamos no entregando aos confortos e prazeres que o álcool nos propiciou naquela noite. Terminamos na mesma cama. Eu estava a ponto de fazer completamente parte da vida de Camila, porém, naquela noite, eu e Emily assistimos televisão e tomamos daquelas memoráveis garrafas de whisky, porém, enquanto ela se limitou a duas ou três doses apenas, eu me embebedei, porém de tal forma que ainda tinha muita consciência do que estava acontecendo, em momento algum fui obrigada a me deitar com ela, o fiz porque eu queria.

Quando o momento da lascívia passou, embora eu estivesse bastante alterada e cansada, eu demorei alguns minutos para apagar e ela também. Aquela mulher de olhos azuis, com o cabelo loiro desgrenhado e nua, ficava a me observar, como sempre fazia depois de um momento como aquele. Sabia que mantinha a cabeça muito próxima do meu ombro, sua mão estava sobre a minha barriga fazendo movimentos repetitivos com as unhas que se arrastavam sobre ela e não me julgue, eu peço, embora saiba que é exatamente o que fará, eu me deixei ali naquela condição uma vez mais deitada ao seu lado como se ainda fosse sua legítima esposa - e ainda o era, pois como disse, ainda não havíamos assinado os papéis do divórcio - e, no entanto, agora era ela quem fazia papel de amante, pois, o correto era que, uma vez que eu estava de modo quase definitivo comprometida com Camila, eu não deveria estar ali com Emily de um modo tão íntimo.

- Você ainda é o amor de toda a minha vida. - Senti sua voz calma, baixa e grave passando da sua boca ao meu ouvido, um sussurro quente e abafado que esquentou a pele da minha orelha.

Eu não merecia tê-la. E essa mulher bebeu demais e eu achei que não.

Agora percebo, corroído leitor, que várias vezes afirmei que a tiraram de mim, mas não foi isso o que realmente aconteceu, pois quem a tirou de mim foi ninguém além de eu mesma: minhas ações, minhas palavras, minha infidelidade contribuíram para que eu perdesse aquela que havia se sacrificado e sofrido por mim sem nunca reclamar, sem recusar nenhum pedido. Ela estava ali naquele momento, eu a sentia como nunca antes e não sabia o porquê e, claramente, era pelo fato de que não a teria mais na manhã seguinte. Ela estava ali como esteve em tantos dias antes e eu não a estimei.

Bem, após isso eu apaguei.

Na manhã seguinte, eu acordei com o choro do bebê. Oliver chorava muito. Geralmente Emily se levantava para vê-lo, era sempre ela, nunca me deixava ir, porém, ele continuou a chorar. Resolvi abrir os olhos e me levantei para ir até o quarto. A cama ao meu lado estava vazia.

Fui ao quarto do garoto, o troquei naquela manhã e o levei para cozinha, porém, ele ainda dependia de leite materno, por isso passei a procurar Emily por toda a casa, porém ela não estava, o que era muito incomum. Descobri depois que...

Sete (Camila/You)Onde histórias criam vida. Descubra agora