Capítulo XXVIII

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"Para mim é suficiente ter a certeza que tu e eu existimos neste momento." - Gabriel García Márquez.

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》(SeuNome)

- Tem certeza que quer que eu vá? Sei que o restaurante necessita de mim, mas não vejo o porquê de não podermos esperar até semana que vem, Emily. - Afirmei em protesto. Ela insistia que eu fosse ao trabalho em pleno sábado.

- Claro, podemos esperar até semana que vem quando você vai dizer que pode ficar mais alguns dias afastada, e depois você vai dizer que está tudo bem sem você por lá e assim por diante... Sabemos como você é, não é, (SeuNome) Werner? - Ela me repreendeu com boca e olhos, mas era uma repreensão leve, quase como se fosse apenas uma brincadeira.

- Okay, okay! Eu me rendo! Mas tem mesmo certeza de que ficará bem? Que não quer que eu fique com você e com esse bebezinho lindo que vai nascer logo, logo? - Me inclinei para baixo e toquei na barriga de Emily como se lhe fosse fazer cócegas, mas meus olhos se mantinham em direção ao seu rosto.

- Ai, (SeuNome)! É claro que a gente queria que você ficasse, mas hora ou outra você vai precisar trabalhar, então, não vamos tardar isso. Além do mais, a irritante da minha irmã está chegando, sei que gosta dela, mas não suporta as frescuras dela. Então, tem certeza que quer mesmo estar aqui quando ela chegar com malas e sacolas?

- É, não... Mas tem o seu pai, também. Não acha que era melhor eu estar aqui para recebê-lo?

- Não acha que ele ficaria mais orgulhoso vendo que você está trabalhando para cuidar da filha e do neto ou neta dele?

- Oxe, que mulher difícil eu fui arrumar, hein? - Falei olhando para cima e ela me deu um fraco tapa no braço. - Tudo bem, irei trabalhar. Mas se precisar de algo ou se alguma coisa acontecer, se você ao menos perceber alguma movimentação estranha ou tiver uma intuição ruim, me ligue. Promete que vai me ligar?

- Amor, não vai acontecer nada! Eu vou ficar bem.

- Emily, prometa. - Exigi.

- Tudo bem, chefe! Eu prometo te ligar.

- Okay. Nos vemos às sete da noite, então.

- Tenha um bom dia, amor. - Ela me beijou profunda e carinhosamente segurando com força a beira da blusa de botão que eu vestia sobre uma blusa regata.

Eu senti naquele beijo e na maneira como agarrou a minha blusa que gostaria que eu ficasse ali com ela e para ela, mas também, nós duas sabíamos que ela tinha razão: cedo ou tarde eu teria que voltar ao trabalho, então, antes agora do que nunca. E eu também queria poder ficar, mas, fora o trabalho que - não posso negar - me preocupava pelo fato de Matteo ter ficado tanto tempo em meu lugar, eu precisava ver Camila.

Deixei Emily aos seus próprios cuidados, ou melhor, contei com a sorte de que seu pai e irmã resolveram nos visitar. Não contamos ao pai dela sobre as últimas ocorrências, mas sua irmã, Claire, estava bastante ciente de tudo e eu mesmo havia tomado a liberdade de, sem que Emily soubesse, deixar claro a ela que em momento algum Emily deveria ficar ou sair sozinha e Nicholas estava proibido de pisar em nosso quintal.

Cheguei cedo ao restaurante, o qual estava de portas fechadas ainda, mas sabia que alguns dos funcionários já haviam chegado. Após deixar o carro no estacionamento, antes de passar pela porta do estabelecimento, uma voz masculina e que não era estranha aos meus ouvidos chamou por mim.

-Senhorita Werner. Senhorita Werner, espere. Gostaria de falar com você.

Era Vicent, aquele mesmo que esteve a cantar Emily no dia que passamos na padaria a caminho do trabalho, o rapaz que era, incontrolavelmente, apaixonado pela filha do Sr. Young, Julliet.

Sete (Camila/You)Onde histórias criam vida. Descubra agora