[Harry's POV]
Estamos andando, colocaram um saco na minha cabeça, acho que não querem que eu veja onde estão me levando, como se isso mudasse alguma coisa. Nós paramos e eu consigo escutar a Sra. L falando com alguém, um segurança? Esse povo não percebeu que nós estamos no meio de um apocalipse zumbi?
Escuto um portão se abrir, e quando ele se fecha, o saco é retirado de minha cabeça.
- Chegamos Harry - L diz - este vai ser seu lar nos próximos 4 dias, então você será a nova cobaia, eu realmente, do fundo do coração, espero que você não morra. Mas acho pouco provável.
Eu olho para ela, sorrio sarcasticamente e então olho ao redor estamos em um elevador, as paredes do elevador são na verdade espelhos de modo que eu possa ver o quão horrível eu estou, as orbitas dos meus olhos estão fundas, eu estou magro, muito magro, se eu tirar a camisa que estou usando (que por sinal está imunda) eu conseguiria ver minhas costelas claramente, estou fraco, não ha nada à se dizer quanto a isso, é um fato, preciso de ajuda, salvação, mal consigo ficar em pé sem ajuda.
Preciso do Louis...
As portas do elevador se abrem e eu consigo ver...
Um corredor. Cheio de jaulas, mas não foram feitas para prender pessoas como o esperado, não, não são pessoas que estão dentro dela, não chega nem perto disso, o que está la dentro é muito pior.
Criaturas horrendas, pode-se perceber que ja foram humanos um dia, óbvio que foram, mas agora são uma imagem desconjuntada de sua antiga forma.
Criaturas com a pele em um estado avançado de decomposição, quando a porta do elevador se abriu eu quase desmaiei com o fedor. Criaturas de 3 metros, com assas, se debatendo nas paredes da cela, tentando escapar. Uma das celas esta destruída, algo me diz que uma delas conseguiu fugir...
Zumbis de duas cabeças. zumbis com tripas podres ao invés de mãos, das quais um líquido viscoso cai e corrói o chão aos poucos. Zumbis extremamente gordos, vomitando sobre a própria barriga.
Mas que merda esta acontecendo aqui?
Em uma outra cela mais à frente, numero 548, nada de anormal, ela esta limpa, e não tem nada ocorrendo nela, acho que esta fazia. Então, do canto escuro da cela, onde não é possível enxergar nada, um garotinho surge, ele olha para mim com um olhar único, um pedido desesperado e silencioso de socorro, como este garoto ainda não enlouqueceu no meio de um cenário desses?
Eu continuo andando, então os guardas que estavam me acompanhando abrem uma das celas e me jogam la dentro, a cela é precária, um colchão e uma privada, mais nada, eles deviam parar de investir em bandejas cheias de frutas e começar a investir em celas mais confortáveis, ja que vamos morrer, por que não morrer em conforto?
Eu me encolho em um canto da cela, como o garotinho estava, apoio a cabeça no joelho e começo a chorar.
- Ei - eu escuto - Ei, você...
Levanto a cabeça de imediato, de onde esta vindo essa voz?
- Consegue me escutar? - ouço de novo, como um sussurro.
Eu olho para o lado e encontro um pequeno ralo, uma abertura entre as duas celas.
- Oi? - digo.
- Você viu meu papai? - ele pergunta, sua voz fraca ecoando pela minha cela - ou meu titio?
- Quem é seu pai? - pergunto de volta - ou seu tio.
- Meu papai se chama Greg - ele diz, então eu percebo quem ele é - e meu titio Niall.
- Espere, você é o Theo? - pergunto, sabendo a resposta.
- Sou - ele responde - você me conhece?
- Eu estava em uma caravana com seu tio, estávamos todos atrás de você - digo, tentando acalma-lo - mas eu fui sequestrado, e aqui estou eu.
- Jura? - posso perceber que consegui ressuscitar a esperança nele - você acha que eles ainda estão nos procurando? Acha que eles estão vindo? Eu estou com muito medo. Eles tem me machucado muito, por mais que eu peça por favor eles continuam enfiando aquelas agulhas em mim, e dói muito.
- Eu sei que estão - digo calmamente - eles vão nos achar Theo, mas eu não vou ficar aqui parado, vou arranjar um jeito de fugir, e você vem junto.
Então eu escuto a cela dele se abrir, barulhos de paços, escuto ele gritando, a cela se fecha e o grito se distancia, junto com os passos. Eles o levaram...
