Aurora [Completo] A Saga Dos Elementos, Livro 1

Capítulo 2

Às cinco da tarde fecho a loja e passo no café da Bárbara.

– Aqui está movimentado hoje. – Digo me sentado em um banco alto na frente do balcão.

– Foi assim o dia todo, graças a Deus! – Ela diz pegando uma xícara e me servindo chá. – Vai comer alguma coisa?

– Vou querer um daqueles brownies deliciosos que você faz.

– Mas é claro. – Ela me serve uma fatia. – Você comendo doces não é normal.

– Eu como doces de vez enquanto, mas eu prefiro os produtos frescos.

– Todos os ingredientes foram tirados da natureza.

– Mas foram industrializados.

– Ok, você venceu. Mudando de assunto, você soube mais alguma coisa daquele Deus grego? – Tomo um pouco de chá antes de responder.

– Nadinha, e você?

– Só que a mulherada está caindo matando em cima dele.

– Isso eu soube também. — Sorrio.

– Isso quer dizer que tenho que sair na frente e você tem que me ajudar.

– Não não, não vou me meter nisso Bárbara.

– Tudo bem, então só me dá uma ideia do que posso fazer para atrair esse homem.

– Bom, ele vem aqui pra tomar café já que não servem na pensão, é uma boa oportunidade pra você conversar com ele, e se conhecerem melhor.

– Não sei se será possível, tentei isso mas ele é muito calado. – Ela diz desanimada.

– Isso é verdade. – Digo pensativa.

– Exato, o que vou fazer agora?

– Não se preocupe, tudo vai se arranjar.

– Sério, então eu vou conseguir ficar com ele?

– Não foi isso que eu disse Bárbara, não estou prevendo o futuro.

– Como você é má Aurora, me dê um pouco de esperança.

– Infelizmente não tenho nada a dizer.

Saio do Gardênia Café e volto andando para casa. A tarde está fresca, estamos no outono, o chão é colorido pelas flores dos ipês e o laranja das folhas. Respiro fundo, essa cidade me trás uma paz que nunca tinha encontrado, me sinto tão bem aqui.

Pelas ruas as pessoas passam, já agasalhadas preparadas para o frio da noite. Crianças correm pela praça enquanto um grupo de adolescentes, sentados em um dos bancos, chamam atenção, com suas altas risadas entre a conversa animada.

Sinto a presença marcante de Esteban e o vejo sair do meio das árvores.

– Boa noite senhor Esteban! Passeando pela cidade?