Um mostro

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P.O.V Harry

Senti-me extremamente feliz depois do que a Charlotte disse. Meu corpo não entendeu, mas minha alma sim. Agarrei-a na mesma intensidade em que ela o fazia, beijava aquela boca de forma intensa. Encerrei o meu, dando-lhe pequenos beijos, até que a deitei no chão ficando por cima dela e disse:

- Eu não vou prometer que não irei te deixar mais agoniada e preocupada. Isso é preciso. Mas, de uma coisa eu posso te prometer, sempre vou te fazer sentir do jeito que você desejar, porque eu quero o que você quer. - beijo-a mais uma vez - Agora me diga com palavras como você quer que eu te faça sentir.

Brinquei com ela, que acabou ficando vermelha.

- Meu senhor, eu deixei a Senhorita Charlotte envergonhada, mereço um prêmio.

Char deu- me um tapa no braço, eu ri dela e dei-lhe mais um beijo. Eu me sentia completo assim.

Me levantei e dei a minha mão para ajudá-la a se levantar. Me sentei na cama e ela me acompanhou.

- Antes de tudo, eu não estava sendo possuído, eu fiz aquilo...

- O quê? Por quê você fez aquilo? Você é doido? Mas como...

- Calma, me deixa terminar de explicar. Eu comecei a pensar que talvez eu pudesse ser algum tipo de ligamento entre o seu mundo e o meu. Algo que eu não deixo de ser. Tentei algum tipo de comunicação para que eu descobrisse que tipo de ligamento eu seria, e eu consegui. Era como se fosse um sonho, eu entrei em um lugar todo verde, com um casa branca de dois andares com pedras da mesma cor...

- Havia um lago enorme? - Charlotte perguntou assustada.

- Sim, tinha. E também uma rede que tinha 2 pessoas deitadas, eu e você. Estávamos ambos relaxados e você em meus braços. Quando eu me aproximei do meu outro eu, ele se levantou e foi em direção ao lago e quando eu tentei novamente uma aproximação, ele me jogou no lago e fui afundando. Quando eu não consegui ver mais nada eu senti um piso, estava aqui, nessa casa, eu tenho certeza. Mas eu não conhecia o lugar, eu comecei a ver imagens, eram minhas memórias. Eu via através dos olhos de outra pessoa. Me senti sendo puxado, era o meu outro eu. Ele disse que o meu dom era o de ver memórias, por isso eu fui selecionado. Ele também disse que eu tenho que aprender a controlar isso e tenho que ler as suas memórias, que nela encontrarei a minha resposta.

- NÃO! - Char gritou. - Você nunca irá ver as minha memórias. Temos que arrumar outro jeito, eu jamais permitiria que você visse o mostro que eu sou realmente. Não... não... Por favor, isso não....

Charlotte estava desesperada, eu tinha que tentar acalma-la, mas eu não conseguia me mover, não conseguia imaginar como ela poderia ser tão ruim a ponto de não querer que eu veja as suas memórias.

Caí na real com Charlotte ainda agarrada em mim. Abracei-a e disse:

- Char será muito complicado achar esse outro modo. Para que eu não me assuste, eu vou treinando e você me mostrando tudo o que fez para que eu não fique tão surpreso. Eu estarei do seu lado, não se preocupe. Mas se isso te deixa nervosa e te aflige, me prepare para ver tudo, acho que o maior desafio pode começar por aqui, pela sua confiança em mim. Tem que me mostrar tudo, precisamos de um caminho, uma luz, e só você pode ser essa luz.

- Eu tenho certeza de que depois que você ver tudo você vai querer se afastar de mim. Mas, se esse é o único jeito, eu irei fazer. Agora temos que sair daqui, não podemos esperar até amanhã.

- Mas a parte da casa era aqui, não podemos sair.

- Eu te encontrei aqui porque senti uma enorme quantidade de poder sendo solto em um lugar. Se eu senti, eles podem sentir. Temos que ir embora, agora.

Me levantei e peguei algumas coisas para podermos sair, quando escutamos uma voz sombria falando:

- Tarde demais.

Meu primeiro instinto foi pôr a Charlotte atrás de mim. Não sei o porquê de ter feito isso, afinal ela é mais forte do que eu. Mas, às vezes, mesmo que nesse tipo de situação, é bom dar uma de cavalheiro. Sim, sou um lerdo! Me culpe, eu não sei porque estou fazendo isso, se há dias ou até mesmo horas atrás eu estava dizendo que só queria comer ela. Adoro me iludir.

O tempo necessário para verificar se Charlotte estava bem foi o suficiente para ele se aproximar dela antes que qualquer um de nós percebesse, mas antes de chegar a tocá-la, eu peguei-o pelo pescoço. Ele me chutou para longe e bati com força na parede, quebrando uma costela minha. Me levanto rápido, já me recuperando. Enquanto isso, Charlotte o pega por trás e vejo que ele tem uma estaca com ele. Avançei antes que o mesmo pudesse tentar matá-la. Mas ela foi mais rápida e usou a estaca contra ele, o que acabou levando-o a morte.

Olho para ela, e ela para mim, e diz:

- Viu? Eu sou um mostro. Esse é um dos motivos para eu não querer que você veja as minhas memórias, assim você descobrirá quem realmente sou.

Não dei uma chance para ela correr. Peguei-a e a encostei na árvore mais próxima e disse:

- Você não é um mostro. Eu estava indo matar ele, mas você o fez primeiro. Somos nós ou eles, e eu prefiro nós. Então vamos, de uma coisa eu sei, qualquer um que tentar algo contra mim ou, principalmente, contra você eu irei destrui-lo com as minhas próprias mãos.

Avistei um no topo de uma árvore, eu corri antes que ele fugisse e o matei olhando para a Charlotte. Se ela era um mostro eu também iria me tornar um. Afinal, estamos em uma guerra, só espero que ela não me deixe perder a minha sanidade. Eu só posso ter certeza de uma coisa: nós vamos vencer, custe o que custar.

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Espero que gostem!
19/02/15
O próximo sai dia: 22/02/15
domingo.
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Beijos!

Cold BloodedOnde histórias criam vida. Descubra agora