3 - Pasta

265 42 401
                                    

Oi, você que está lendo!

O capítulo acabou de sair do forno (mais conhecido como meus dedos e meu notebook). Espero que vocês gostem de lê-lo tanto quanto eu gostei de escrever.

Sintam-se à vontade para ler e comentar ;)

Niall: cara, você tem algum vinho em casa? Esqueci de comprar o item mais essencial para o macarrão.

Harry: o item mais essencial não seria... o macarrão?

Harry: ok, é brincadeira. eu tenho uma garrafa de vinho, mas não sei se ele é bom, ainda não tive a oportunidade de tomar

Niall: Ótimo, descobriremos se ele vai apenas nos dar uma ressaca horrorosa ou um coma alcoólico hoje :).

Harry ri e deixa o celular em cima da cama antes de se voltar para livro que estava lendo, aquele que Louis havia dito que era bom. Ele não é bom. É fantástico. Harry gostaria de ter parado no tempo para lê-lo, no entanto ele passou boa parte dos últimos três dias estudando, lendo somente durante seus pequenos intervalos entre os estudos e antes de dormir. Agora, ele só quer saber se a protagonista do livro realmente viu sua vizinha ser morta ou se ela só estava bêbada a ponto de ter alguma alucinação maluca.

Depois de ter quase certeza de que, sim, ela estava alucinando e esta é a única resposta possível para o mistério do livro, seu celular vibra com um alarme, notificando-o que ele precisa se arrumar para subir até o apartamento de Niall. Quando se levanta, seu pé, que antes estava sendo aquecido pelo cobertor, se enrosca no lençol, fazendo-o cair no chão, levando consigo metade dos travesseiros da cama e o livro.

Com a bochecha apoiada no chão, Harry faz uma careta de dor, girando levemente o calcanhar para verificar se algum dano grave foi causado. Aparentemente, nenhum. Ele sabe que se programou cedo demais, visto que ainda falta uma hora para o horário estipulado por Niall e, não, ele não está ansioso para ver Louis, que tem um namorado incrível que se chama Niall.

Harry olha para cima, com a bochecha ainda apoiada no chão e seu corpo ainda imóvel desde a queda. O céu lá fora assumiu um tom alaranjado, anunciando o pôr do sol. Ainda assim, há uma parte azul que disputa lugar, assim como acontece quando Harry tenta se concentrar em algo e Louis aparece em sua mente.

Ele respira fundo, sentindo o chão duro em contato com sua pele, e se pergunta quanto tempo levaria para que seu corpo fizesse alguma marca nele até que sua presença fosse evidenciada ali. Mil anos seria o suficiente para que sua bochecha e a ponta de seu nariz, apoiada em um ângulo estranho e quase doloroso, fossem impressas no piso que imita madeira, mas que sabe que não poderia ser, porque hoje em dia não é lucrativo derrubar árvores para fazê-las de piso? Ou o piso acabaria deixando seu rosto reto, moldando seus músculos, ossos e sua pele?

Desistindo de pensar mais sobre isso, Harry se levanta, tateando o rosto com as pontas dos dedos, apenas para conferir se o chão fez algum dano - não, ele continua ótimo - e vira a cabeça para trás, vendo seu livro posicionado quase que perfeitamente em cima da maldita caixa que ele trouxe da casa de sua mãe, quase como se o universo estivesse dizendo "você não pode fingir que ela não existe". Bem, ele gostaria de continuar fingindo.

Ele se abaixa, pensando que poderia simplesmente pegar o livro e deixar a caixa intocada, pegando poeira, assim como ela ficou por quase três semanas, desde quando ele chegou e a colocou embaixo da cama. Seus dedos o traem, roçando no material acetinado que cobre sua superfície e Harry decide deixar certos fantasmas passearem um pouco pelo ambiente.

Com a caixa em mãos, ele se senta, colocando-a em seu colo. Ele ainda se lembra quando Marcus lhe fez uma pequena surpresa, presenteando-o com os doces de sua padaria favorita, a mesma para a qual ele sempre trabalhava durante as férias de verão e fins de semana, e um pequeno álbum de fotos, com todos os momentos mais marcantes que os dois tiveram juntos. O álbum foi para o lixo no dia em que seus tênis de corrida foram jogados fora, porque Harry não queria se lembrar mais de Marcus, de tudo que tiveram juntos e do fim. Os doces, felizmente, foram para seu estômago quando tudo ainda era perfeito. E a caixa que guardava os presentes... bem, ela está em seu colo.

Untitled [l.s.]Onde histórias criam vida. Descubra agora