Untitled [l.s.]

6 - Pie

Oi, você que está lendo!

Depois de uma grande demora, que foi motivada por inúmeros problemas, empecilhos e crises, estamos de volta!

Durante as últimas semanas, senti muita falta de Untitled e do que ela representa para mim e, por isso, quando eu escrevi este capítulo, cheia de saudade, fiquei bastante inspirada. Por isso, a att está grande, o dobro do que eu costumo escrever.

Espero que vocês aproveitem a leitura da mesma forma como eu aproveitei a escrita! Sintam-se à vontade para comentar e votar!

Louis sempre tenta ser didático em suas explicações. Ele sabe que a turma atual de Neurofisiologia de Melissa, mesmo não sendo uma turma de calouros, ainda carece de estudos em relação a algumas questões iniciais da disciplina. Por isso, ele sempre tenta ser o melhor monitor que os alunos poderiam ter, porque ele já esteve na posição de aluno-desesperado-que-não-entende-o-que-está-acontecendo e sabe o quanto isso é difícil e o quanto muitos alunos desistem da disciplina logo no começo.

Por isso, no sábado, quando as pernas de Harry ainda estavam sobre as suas, sua mão fazendo um carinho suave no joelho do garoto, Louis interrompeu o beijo e perguntou:

— Por que você decidiu fazer neurofisiologia? — os cantos dos lábios de Harry se voltaram para cima em divertimento, os olhos verdes brilhantes, a brisa fazendo alguns fios flutuarem por sua cabeça. Harry era lindo e, por um momento, Louis quase se esqueceu do propósito de sua pergunta. — Eu sei que já perguntei isso antes, mas biologia e psicologia são cursos bastante distantes, ainda mais para quem é calouro.

— Eu sei, mas quando vi a as obras que seriam usadas na disciplina e o currículo de Jefferson, coloquei em mente que precisava me matricular. Ela é incrível.

Então, quando Harry entra na sala para a monitoria, a alça de sua bolsa apoiada em seu ombro, o cabelo úmido, a aparência fresca de quem tomou banho há pouco tempo, Louis faz um ranking de alunos preferidos em sua cabeça e Harry está no topo. Obviamente, isso poderia estar associado à proximidade deles, mas Louis realmente vê muito potencial em Harry.

Ele se apresenta mais uma vez para a classe, fala um pouco sobre os conteúdos que serão abordados na disciplina e sobre as obras que Melissa costuma utilizar em sala de aula. Nesse momento, ele olha rapidamente para Harry, porque uma das obras é justamente o livro de Thompson, aquele que raramente é encontrado. Harry está com o queixo apoiado na mão e, apesar de estar olhando diretamente para Louis, ele parece distraído, o que faz com que Louis se pergunte se isso é bom ou não, porque ele realmente não quer que Harry se dê mal.

Apesar disso, Harry está inteirado. Quando ele faz uma pergunta, Louis percebe que a única pessoa que pode se dar mal é ele, porque ele não pode olhar para os olhos de Harry. Eles são de um verde intenso, mas transparentes o suficiente para que Louis queira se afundar neles, tentando entender todas as manchas verdes mais escuras ao redor de sua pupila. Ele também não pode olhar para os lábios de Harry, porque isso faz com que ele queira encerrar todos os seus compromissos mais cedo e esperar pela noite, quando ele baterá na porta de Harry com alguma bebida para beber com ele e, eventualmente, beijar seus lábios macios. Louis, então, acaba demorando duas vezes mais para tirar a dúvida de Harry, porque escolheu olhá-lo nos olhos e, assim, no meio da monitoria, com pelo menos quinze alunos olhando para si, ele percebe que é fácil se perder quando Harry olha para ele. Louis nunca gostou tanto de se sentir perdido.

Enquanto isso, Harry observa Louis durante a monitoria. Há mais alunos do que ele acreditou que haveria e ele pode até mesmo dizer que alguns foram mais pela aparência do monitor do que pelo conhecimento que Louis tem a oferecer. É claro que Louis é, definitivamente, um colírio para os olhos, mas Harry acha um desaforo o fato de algumas pessoas terem ido apenas por ir e bufa quando uma garota loira faz questão de puxar seu decote para baixo antes de chamar Louis para pedir ajuda com uma pergunta que já havia sido respondida em sala.