Te conheci em meio a dor

capítulo 1

— Pode entrar Chloe! Fique a vontade.
Chloe entrou e se sentou no sofá enquanto Anna ia até a cozinha falar com sua mãe. Ela não pode deixar de escutar os murmúrios das duas.
— Ficou louca Anna? E se ela é alguém perigosa?!
— Mãe, ela ia se jogar da ponte! Ainda bem que eu sai pra correr senão essa menina teria morrido!
— E por que não a levou para a polícia? Filha admiro muito você tentar ajudar ela mas precisava trazer essa moça pra debaixo do nosso teto?
— Mãe, ela parecia assustada e se ela fugiu de alguém perigoso? Levar para a polícia seria um erro. Olha, vamos deixar ela ficar mamãe, por favor. Não quero que aconteça com alguém o mesmo que aconteceu com a Angélica.
— Anna, você está literalmente me pedindo para escondermos uma pessoa aqui dentro. Isso pode nos por em perigo.
— Eu irei encarar as consequências mãe.
Chloe ficou surpresa ao ouvir aquilo vindo de Anna, alguém que ela conhecia a pouco mais de uma hora, e provavelmente sua mãe também já que ficou longos segundos sem dizer nada.
— Estou orgulhosa de você meu amor. Amo você e vamos fazer o possível para ajudar essa menina.
— Obrigada mãe... Eu tenho a intuição de que algo maravilhoso vai acontecer e estou ansiosa para descobrir o que é!
As duas ficam em silêncio e Chloe escuta passos e então trata de arrumar sua postura.
E logo depois uma senhora muito bela vem até a sala com um copo de água na mão.
— Tome, vai te fazer se sentir melhoe. — Chloe toma alguns goles. — Meu nome é Sandra.
— É um prazer conhecê-la dona Sandra. — Ela diz tentando sorrir simpática.
— A Anna foi arrumar o quarto de hóspedes, você deve descansar e amanhã a gente conversa mais.
Chloe apenas acena e sobe até o quarto.
— Você pode ficar aqui Chloe! Não é muita coisa... Mas sei que vai gostar!
Ela acenou a cabeça e deu um sorrisinho.
— Está bom.
Anna lhe entregou uma muda de roupas e ela se trocou no banheiro que havia no quarto de hóspedes.
Chloe dormiu mal, ela estava em uma casa desconhecida, com pessoas desconhecidas, ela estava atrapalhando a vida dessas pessoas e sua cabeça não parava de funcionar. Afinal, sua mente não parava de lhe lembrar que ela era tão inútil que nem sequer conseguiu se matar.
Ela imaginava que talvez engolir uma dúzia de remédio teria sido muito mais eficaz e provavelmente ninguém a atrapalharia. Mas agora já foi.
Chloe dormiu abraçada ao próprio corpo enquanto tentava segurar suas lágrimas que ainda assim caiam.