capítulo 12

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Chloe trabalhava arduamente naquela tarde. Era julho, então onde morava estava um calor quase insuportável.
— Um capuccino com creme extra, loirinha! — Disse Mary, sua veterana e auxiliar do trabalho.
— Já está saindo! — Respondeu a loira já entregando o pedido.
Hoje era quarta-feira, e por algum motivo, a loja estava lotada.
Então de repente, a chefe de Chloe entra no local.
— Senhorita Parrilla, cubra a senhorita Diaz.
— Certo.
Lana Smith, era a chefe de Chloe, ela é a gerente do local, gentil porém bem perfeccionista. E pediu para que ela a seguisse sem nenhum motivo aparente.
Ao chegarem em sua sala, a mulher abriu a porta revelando o pior pesadelo de Chloe.
— Esse casal veio até aqui com a polícia. Vou deixar vocês a sós para conversarem.
Antes de sair, a mais velha deu um sorriso reconfortante para Chloe, mas naquele momento, não adiantou muito.
— Mãe... Pai... O que estão fazendo aqui?
— Viemos atrás da nossa filha óbvio!
Simone Belserion, ela é loira igual a filha. É uma mulher estrangeira manipuladora e calculista, sua postura exala poder e perigo ao mesmo tempo. E seus olhos era o que mais assustava Chloe, pois eles eram sempre frios e sem qualquer emoção.
Quando essa mulher veio em direção a filha a abraçando, Chloe estava tão em choque que não conseguiu mexer um músculo.
— Filha, o que aconteceu todo esse tempo? Foram um ano e meio te procurando!
Simone colocou a mão na bochecha da família e seus olhos continuavam frios, e sua expressão era de uma falsa preocupação.
— Eu... Eu estou bem.
— Não está não. — Seu pai diz pela primeira vez. — Nos diga quem fez isso com você. E papai promete que acaba com essa pessoa.
Peter Belserion é um empresário de sucesso internacional, com dinheiro suficiente para ter uma piscina de joias em sua casa. Ele estava ótimo para um homem nos auge de seus 50 anos.
Ele colocou a mão no ombro da garota também com uma falsa preocupação estampada no rosto.
— Fale Chloe. — Disse sua mãe. — Você foi sequestrada? Estão te forçando a trabalhar? Fala pra mamãe.
Chloe ainda estava perplexa com os acontecimentos e apesar do esforço, era como se tivesse perdido a voz. A jovem sentiu suor cair por seu pescoço e sua respiração falhar.
— Eu não fui sequestrada. — Disse tentando não gaguejar. — Está tudo bem.
— Este é um lugar seguro Chloe, pode nos contar tudo.
Os policiais sorriam gentilmente e isso só fez com que Chloe tivesse ainda mais dificuldade de respirar.
— Estou falando a verdade. Não fui sequestrada, eu fugi de casa.
As mãos de sua mãe apertaram seus ombros com força como se dissesse "Resposta errada" e isso fez com que mais suor molhasse o pescoço da loira.
— Mentira. — Falou a mulher se virando para os oficiais. — Minha pequena jamais faria isso oficiais, ela nunca fez nada drástico.
Um dos polícias que era 30 centímetros mais alto que Chloe, colocou a mão em sua cabeça.
— Você fugiu de casa?
— Sim. — Falou suspirando devido a falta de ar.
— E aonde ficou todo esse tempo?
— Na casa de alguém.
— Nós entrevistamos todos os seus amigos, eles não tiveram notícias suas.
A boca de Chloe ficou seca e então colocou suas mãos nos bolsos da calça para que ninguém as notasse tremendo.
— Você pode nos dizer tudo. Tem alguém te ameaçando ou coisa assim?
— Não.
— Aonde você mora agora?
— Na minha casa.
Então a porta se abriu revelando Lana Smith novamente, dessa vez segurando uma pasta.
— Aqui está senhores. Essa é a ficha dela desde que começou a trabalhar aqui.
— Obrigada senhora Smith. Por favor pode se retirar.
Nesse ponto, Chloe já respirava profundamente tentando ao máximo normalizar sua respiração. Suas mãos estavam encharcadas de suor enquanto os policiais liam sua ficha.
— Chloe Diaz? — Falou um dos homens franzindo as sobrancelhas — Imagino que esse não seja o seu verdadeiro nome.
— N-não.
— Óbvio que não! — Disse Simone como se estivesse ofendida. — Estão brincando com a gente oficiais? O nome dela é Chloe Belserion.
— Bom, não foi esse nome que ela usou ao se candidatar a esse emprego.
Sua mãe olhou tão fundo nos olhos de Chloe, que pareciam estar visitando sua alma, e a garota engoliu seco enquanto segurava as lágrimas.
— Chloe, você forjou sua identidade?
Quando a loira não respondeu Simone continuou insistindo:
— Por que fez isso meu amor? Queria tanto assim esse emprego? Papai e mamãe não te deram dinheiro suficiente?
Os olhos de seu pai agora estavam tão frios quanto o de sua mãe. Então ele disse seco e direto:
— De quem é esse sobrenome Chloe? Você não é inteligente o suficiente para inventar ele sozinha.
O coração da garota palpitava em seu peito cada vez mais rápido.
— Eu não uso mais o sobrenome de vocês.
— Não foi o que eu perguntei Chloe. Eu perguntei, de quem é esse sobrenome?
Chloe respirou fundo algumas vezes e por fim disse:
— Da minha namorada. Eu agora só uso o sobrenome da minha namorada.

Te conheci em meio a dor Onde histórias criam vida. Descubra agora