jealous

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Uma semana havia se passado desde o fatídico dia em que Marco havia conversado pela primeira vez com sua paixão, também fazia uma semana desde que havia transado com o rapaz e uma semana em que o moreno o ignorava completamente, o evitava com ainda mais empenho depois do dia em que Kid o chamou para conversar com eles e isso deixava o loiro cada vez mais frustrado e mais preocupado com o sardento, não entendia o porquê do menor se esconder e fugir tanto de si ou de qualquer outra pessoa, imaginava que de alguma forma aquela personalidade aparentemente horrível que o mais novo tinha era apenas uma fachada para esconder algo que por alguma razão não queria mostrar ao mundo.

Era um tanto doloroso pensar assim, imaginar que aquele garoto tão bonito quanto um anjo se envolvia em uma armadura de frieza, apatia e distância emocional, como se houvesse uma enorme barreira ao seu entorno que o impedisse de se relacionar com qualquer outra pessoa. Era doloroso ver que o rapaz parecia tão sozinho, claro que entendia que as pessoas não costumavam se aproximar dele com intenção de ser seu amigo, que haviam muitas outras intenções por trás, ainda mais ao lembrar de tudo que Kid lhe dissera sobre o moreno, mas mesmo assim sentia-se tão partido com aquilo, mesmo vendo que era o próprio sardento quem afastava as pessoas ao redor, que evitava qualquer tipo de vínculo, como se realmente não fosse capaz de estabelecer laços. Porém, Marco não podia aceitar aquilo, não podia acreditar que existia alguém incapaz de criar qualquer afeto, mesmo que fosse uma simples amizade.

O loiro suspirou pensativo enquanto focava sua câmera em uma pequena borboleta alaranjada que voava pelo pequeno jardim em frente a biblioteca, a imagem do moreno de sardas não saia de sua mente e não conseguia deixar de se preocupar por ele, de pensar sobre ele, de querer cuidar dele e protegê-lo, sua alma ansiava por aquele rapaz, o desejava com todos os seus poros, estava tão apaixonado pelo moreno, mesmo depois de tudo o que vira e ouvira, até parecia que estava ainda mais perdido por ele.

Marco deu um pequeno sorriso quando o inseto pousou sob sua lente, movendo suas patas ali, caminhando pela câmera como se a estivesse conhecendo. Em seguida a borboleta saiu voando em direção a lateral da biblioteca e o loiro a acompanhou com os olhos, seu pequeno sorriso se desfez ao ver o dono de seus pensamentos caminhar até um outro rapaz que estava encostado em um carro próximo. Viu o menor se aproximar e o beijar sem pensar duas vezes, as mãos do outro rapaz deslizaram para a bunda farta do moreno e invadiram os bolsos traseiros, apertando a região.

Uma sensação estranha passou pelo corpo do loiro, uma vontade imensa de pegar o moreno para si e o afastar daquele cara de cabelos castanhos claros com um topete e uma barbicha bizarras que claramente só o usaria, sem nenhum tipo de cuidado ou preocupação, que não queria mais nada com ele além de sexo, era tão óbvio ao olhar para as expressões e olhares que o rapaz direcionava ao sardento que não o via como mais do que um objeto para seu prazer.

O coração do loiro se apertou dolorido em seu peito e ele decidiu sair dali, não parecia nenhum pouco saudável, nem mentalmente aconselhável permanecer observando aquilo, ainda mais quando Ace não parecia se sentir ameaçado e nem ofendido por aquilo, como se fosse algo esperado e ao qual estivesse acostumado.

Marco se sentiu tão patético por aquilo, estava com ciúmes do rapaz mesmo sem ao menos terem algo, sentia-se como se tivesse sido trocado, mesmo que em momento algum o mais novo tenha demonstrado que seria diferente, mas ver com seus próprios olhos era tão doloroso e amargo. Era como encarar algo que não se quer ver e fingir que não está lá, mas em algum momento acaba-se olhando e o vendo com todos os seus defeitos odiosos e grotescos.

O loiro suspirou e seguiu para a sala em que teria a próxima aula, apesar de faltar quinze minutos para começar, precisava colocar seus pensamentos no lugar antes de ter que encarar o moreno na mesma sala que a si próprio.

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