Os cinco se encontravam sentados a mesa da cozinha, conversando sobre a apresentação da peça de Izou que se aproximava, o moreno de longas madeixas parecia entusiasmado com aquele passo que daria em sua carreira como ator como um dos personagens principais de "Gota d'água". Enquanto os irmãos conversavam sobre a peça, Haruta fazia Ace brincar consigo fazendo rabiscos aleatórios em uma folha para que o moreno descobrisse o que ele estava desenhando.
- E agora? O que eu desenhei? - perguntou o mais novo virando a sulfite para o mais velho.
- Bonecos de palito? Já sei, aliens.
- Não, isso é um jacaré, eu até pintei de verde.
- Parece uma minhoca atropelada.
- Credo, tio ogro, sua vez de desenhar.
- Tá, deixa eu pensar no que eu vou desenhar então - pediu o moreno pegando a folha para si e olhando para a frente tentando ter alguma ideia, logo uma surgiu e o moreno começou a rabiscar com rapidez pela folha e em seguida mostrando para o mais novo.
Haruta olhou para o papel, achando um tanto estranho um abacaxi ter olhos, nariz, boca e sobrancelhas, até que sua mente conseguiu ligar ao que era e ele começou a rir até sua barriga doer e seus olhos se encherem de lágrimas.
- Isso ficou muito bom, tio ogro, Thatch, olha, olha - chamou o menor puxando a blusa do irmão que olhou para o desenho e quase se engasgou com a risada.
- Um artista nato - comentou Thatch rindo e levando os dedos até seus olhos, enxugando as lágrimas de tanto rir - não sabia que era um jovem tão talentoso.
- Deixa eu ver também - pediu Izou se esticando para observar o desenho, caindo na gargalhada assim como seus irmãos.
- Assim vocês me deixam curiosos - Marco olhou para o desenho também, franzindo o cenho sem entender o que havia de tão engraçado naquilo - por que estão rindo disso?
- O tio Ace te desenhou, não ficou igualzinho? - disse Haruta fazendo todos rirem menos o loiro que apenas revirou os olhos, mas se deixou levar pelo momento e deu um sorriso gentil para o moreno.
- Esse garoto tem um senso de humor refinado que nem eu - falou Thatch rindo e dando leves tapinhas no ombro do sardento.
- Obrigado, obrigado, foram muitos anos de estudo para atingir esse nível impecável - explicou o sardento em um tom exibido e rindo em seguida.
Marco sentiu seu peito se aquecer ao notar que aos poucos o moreno havia se mostrado mais, pelo menos quando estava com ele e com os irmãos, dava para perceber que o menor aos poucos se abria, mostrando inicialmente alguns relances de sua personalidade escondida, através de sorrisos esporádicos e algumas reações incontroladas, depois foi se mostrando ainda mais, mostrando seus gostos, seus desejos e vontades, um lado quase ingênuo e infantil, além de ter mostrado de relance uma parte triste de si.
O de sardas voltou sua atenção para o garoto mais novo e voltaram para o jogo de "adivinha o que eu desenhei", enquanto os outros três voltaram a falar sobre a apresentação de Izou. Marco ora ou outra voltava sua atenção para o rapaz de sardas, apreciando a forma como ele parecia um pouco mais alegre ali, mais envolvido e confiante, como sua armadura tinha rachado com o convívio, apesar de não contar muito sobre si próprio, nas últimas semanas tinha mostrado uma evolução gradual de sua confiança para com ele.
Haruta bocejou e fechou os olhos depois de um tempo jogando, estava ficando tarde e o garoto sempre dormia cedo por influência de seus irmãos mais velhos.
- Vou te levar para o quarto, já está na sua hora de dormir - afirmou Marco se levantando para pegar o garoto em seu colo.
Haruta se aninhou no corpo do irmão e se deixou ser levado para fora da cozinha, os olhos azuis fechados pelo sono, seu corpo menor sendo embalado pelos passos do mais velho.
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(Im)possível
FanfictionMarco estava perdidamente apaixonado pelo belo moreno de sardas do curso de enfermagem, o único problema é que o objeto de sua paixão não possui nenhum talento para o amor, além do fato de que é irrevogavelmente um ninfomaníaco.