O gatilho do revólver apontado para o rosto de Marco foi apertado, um clique ecoou baixo, o loiro fechou os olhos esperando pela dor do tiro, a qual estranhamente não veio e ele tornou a abri-los, notando que o homem retirava o cartucho de balas e a jogava para o lado irritado, o objeto caiu no chão em um baque surdo e deslizou pelo salão.
- Você é um grande covarde, garoto, você tirou as merdas das balas, foi assim que te ensinaram? A fazer ameaças vazias? - grunhiu o homem deixando a arma de lado e avançando sobre eles, estendendo sua mão para pegar o moreno de volta para si.
Sem pensar duas vezes o loiro puxou o menor consigo, correndo por entre as pessoas para afastá-lo dali. Um som de tiro ecoou e um coro de gritos assustados se fez presente, todos começaram a correr desesperados e com medo, um total caos e confusão tomou o local, mais tiros foram ouvidos e o moreno de sardas encolheu o corpo assustado tampando os ouvidos, enquanto era arrastado pelo meio da confusão. Pessoas trombavam contra eles, indo e vindo de um lado para o outro em um total desespero, alguns gritos doloridos eram ouvidos ao mesmo tempo que os tiros desconexos.
- Tragam o garoto vivo, o loiro pouco me importa - falou o homem em alto e bom tom para que todos escutassem.
- Me desculpa, eu te meti nisso - choramingou o de sardas sentindo seu corpo tremer assustado pelos sons de tiros que continuavam a ecoar pelo local, suas pernas estavam fracas e quase paralisadas pelo medo que o inundava, as lágrimas quentes escorrendo sem parar por seu rosto - eu só te causei problemas.
- Não pense nisso agora, Ace, vamos sair daqui, eu prometo que vou te proteger e te tirar desse lugar - falou o loiro puxando o menor para mais perto de si e desviando de algumas pessoas, seu corpo tão ou mais trêmulo quanto o do moreno, seu coração batendo acelerado pela adrenalina e o desespero.
Algumas pessoas corriam em direção as portas, mas alguns homens armados estavam parados ali impedindo a passagem, apontando as armas para quem se aproximasse demais. O loiro olhou ao redor tentando encontrar outra saída e viu a mulher de aproximadamente 40 anos acenar para si e apontar para a direção oposta de forma um tanto frenética e incisiva.
Marco puxou o menor na direção apontada, encontrando uma porta que dava para os banheiros e entrou ali com o menor. Ao olhar para dentro do lugar notou a janela razoavelmente grande o suficiente para que pudessem passar.
Um som de vidro sendo estilhaçado se fez presente do outro lado da porta, os sons de tiros aumentaram exponencialmente, o que fez o moreno se agarrar ao corpo maior completamente assustado, os olhos ardendo pelas lágrimas, o rosto totalmente molhado por elas. Marco abraçou o menor contra si e acariciou sutilmente seus cabelos.
- Não temos muito tempo, Ace, você consegue passar por essa janela, não consegue? - o moreno assentiu dando uma leve fungada - ótimo, então vai na frente, estou logo atrás de você.
O moreno concordou e se agarrou no beiral da janela, usando os últimos resquícios de sua força para se impulsionar para fora e cair do outro lado, suas pernas falhando em mantê-lo em pé, o moreno sentou apoiado contra a parede e respirou ofegante, seu coração batendo disparado e seu corpo tremendo tanto pelo medo quanto pelo frio que estava ali. Logo o loiro havia pulado para o lado de fora e sentava ao lado do menor o puxando para mais perto.
- Você está bem? Está machucado? - perguntou o loiro colocando suas mãos na bochecha do menor o virando para si, olhando fundo em seus olhos negros que refletiam sua alma tão dolorida e quebrada.
- Não... Pras duas - murmurou o moreno enquanto suas lágrimas rolavam por seu rosto e seu corpo tremia ainda mais pelo vento gelado que batia contra seu tronco nú e pelo medo tão presente em si.
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(Im)possível
FanfictionMarco estava perdidamente apaixonado pelo belo moreno de sardas do curso de enfermagem, o único problema é que o objeto de sua paixão não possui nenhum talento para o amor, além do fato de que é irrevogavelmente um ninfomaníaco.