𝒟𝑒 𝒪𝑢𝑡𝑟𝑜 𝑀𝑢𝑛𝑑𝑜 • 𝒜𝑧𝑟𝑖𝑒𝑙

1º Capítulo

Além de não enxergar nada uma forte dor de cabeça está me atormentando.

Tenho a vaga lembrança de ter levantado, banhado e vestido uma roupa básica para ir pra faculdade.

Será que desmaiei no meio do caminho e agora estou em uma vala suja e fedida?

Mas como isso seria possível?

Talvez eu não tenha acordado ainda e essa lembrança de já ter acordado tenha sido um sonho

Se eu me virar para a direita vou encontrar o criado mudo com meu celular em cima, e assim vou ter certeza de que não desmaiei em um ambiente desconhecido.

Abro os olhos bem devagar e quando faço um leve movimento escuto uma voz grave.

- parece que ela acordou -

Paraliso no mesmo instante, sai pra beber ontem e acabei com um cara? Não pode ser, como eu não me lembro das últimas 24 horas ? Fui drogada?

Levanto rapidamente e me amaldiçoou por ser estúpida e agravar ainda mais minha enxaqueca com esse simples ato.

Agora tenho uma visão mais ampla de onde estou.

Um tipo de quarto mal acabado, com nada mais que três rostos me encarando
Rostos estranhamente bonitos.

- obrigado -

O homem que está no meio agradece e contra todas as leis da física eu fico ainda mais rígida, por que ele me agradeceu?

- q-quem são vocês? E p-por quê estão fantasiados? -

Nunca fui sequestrada, mas já assisti documentários, filmes e séries o suficiente para saber que os seqüestradores não costumam usar uma fantasia incrivelmente elaborada de elfo com asas.

- primeiro, elfos? Acha que parecemos elfos?- o mesmo que me agradeceu uns segundos antes indaga

- Elfos? Caralho ela tá drogada? - o homem de cabelos um pouco mais longo que o dos outros fala

- Cassian - adverte um que eu não consigo enxergar muito bem, parece que está encoberto pelas sombras, como ele faz isso?

- Eu não sei o que vocês querem mas se vão cobrar um resgate lamento informar que minha família não tem como bancar, sequestraram a menina errada -

- Bonitinha a gente não te sequestrou, você apareceu nas docas e a gente te trouxe pra cá, podemos até dizer que você nos deve agradecimentos - Cassian, quem eu acho que seja, falou com condescendência.

- Docas? Agradecimento? Salvaram minha vida? - exclamo exasperada.

Como salvaram minha vida se eu estava na minha casa dormindo?

- Olha só queremos ajudar, e se você nos falar seu nome, pra quem trabalha ou o que estava fazendo por essas bandas, a gente te libera sem nenhum ferimento - falou o cara de olhos violetas, seria lentes de contato?

- Qual o nome de vocês? E qual é a das asas desses dois? - pergunto desconfiada

- Você primeiro bonitinha - Cassian ronronou e o "sombra", apelido que dei pra ele já que não vejo nada mais que uma silhueta quase toda coberta pela escuridão, grunhiu.

- Aileen Herrera, eu trabalho em um espaço onde ajuda crianças carentes, e minha chefe se chama Maria Beck se é que importa, a mulher é insuportável mas amo os pequenos. -

- Ela não está mentindo - alega o único que não está com asas - eu vasculhei a mente dela, e tudo está certo, mas tem um porém, nas lembranças ela não é uma feérica -

- Claro que não sou uma feérica nas minhas memórias já que isso não existe - paro abruptamente e semicerro os olhos pra ele - vasculhou minha mente? Que caralho quer dizer isso e qual é o seu nome? -

- Rhysand, sou o Grão-senhor da Corte Noturna, esses são Azriel e Cassian -

E foi aí, nesse momento que eu entendi, ou era uma pegadinha de mau gosto das minhas amigas ou eu estava no mundo literário do meu livro favorito de fantasia de quando eu tinha 15 anos.

Então o silêncio foi interrompido por uma gargalhada escandalosa minha, eu estava chorando de tanto rir, em um estágio patético da risada onde você contorce todo o corpo e bate palmas.

Aqueles três machos supostamente seres de outro universo estavam me olhando sem entender a minha reação, e isso desencadeou mais e mais risadas da minha parte.

- Vocês - pausa pra mais uma gargalhada - estão de brincadeira - respirei fundo - com a minha cara - olhei pra eles.

- Não - os três falaram em uníssono.

- Vai me dizer então que esse aqui - levantei da cama e todos ficaram tensos quando cheguei perto do Cassian e encarando-o com desdém cutuquei sua bochecha como se estivesse tentando verificar se ele de fato era real- é o comandante dos exércitos do suposto Rhysand? - ri de novo quando eles ainda fingiram surpresa! Certamente eu queria que essa pegadinha durasse muitas horas, mas eu tenho que acabar logo com isso, há muitas coisas mais importantes pra mim resolver.

- Ela tocou no meu rosto? - o até então illyriano perguntou incrédulo.

- Como você sabe a posição do Cassian? - perguntou Azriel desconfiado - não falamos nada além dos nossos nomes.-

- Oras, para de tentar me enganar bonitinho, todo leitor que tem bom senso leu os livros da Sarah J. Mass na adolescência, e eu estou inclusa nessa lista, isso foi legal e engraçado até, mas vamos acabar com a farsa - falei indo procurar algum sapato, se é que tinham me trago calçada

- Livros? - algum deles perguntou mas eu não estava prestando atenção pra identificar quem

- Claro, alguns livros onde conta a incrível história da vida da Feyre, quando ela conhece o embuste do Tamlin, quando salva Prynthian da Amarantha, quando ela foge do casamento- faço uma pausa e sorrio comigo mesma - uma cena muito boa devo admitir, ninguém gostava do Tamlin mesmo - dou de ombros, encontro um par de sapatilhas que imagino ser a minha e calço, passo as mãos pelos cabelos até que paro espantada.

Por que eles estão rindo pra mim? E por que minhas orelhas estão levemente pontudas?

- Onde eu estou? - pergunto ainda segurando minha orelha

- Velaris - Cassian fala entrecortado e sinto que está reprimindo uma risada

- Não não não, só posso estar sonhando! vai me dizer que lá fora tem uma Amren? Mor? - sento na cama novamente e olho pra eles, era pra mim estar feliz? Acho que meus olhos estão marejando, respiro fundo e me recomponho, não quero que me vejam perder a cabeça e chorar, então me levanto aliso a calça jeans que eu estou usando e digo

- Ok me levem pra casa, juro que não conto nada disso pra ninguém, podem escolher outra pessoa - de novo uma pausa - pra que diabos vocês precisam de mim? -

- Não precisamos de você, simplesmente encontramos você nas docas, e a trouxemos pra cá para interrogar e também pra não te deixar morrer lá - falou o mestre-espião.

Encarei todos por alguns longos segundos, minutos, dias ou anos.

O tempo parou pra mim.

Eu não podia acreditar, era real, o que vai acontecer comigo agora? Tomara que exista um livro onde diz passo passo como voltar pra casa.

Por mais que minha eu de 15 anos adoraria a ideia de estar aqui, a eu de 21 anos está receosa

- Aileen?- alguém me chama e eu saio do transe

- Sim? -

- Vamos tentar te ajudar a voltar pra casa, mas antes acho que você precisa comer e nos contar mais desse livro que leu - Rhysand falou

💫| o início de tudo! Devo admitir que estou bem contente com a escrita e a história dessa fic, então espero que tenham gostado.
💫| aceito críticas construtivas e opiniões de bom grado!
💫| se gostou por favor ajude apertando na estrelinha e divulgando!